- Pode soltar o Jeno, ele não vai cair - Renjun falou quando chegamos em uma pracinha
Em resposta Jaemin me apertou mais, eu sentia a tensão em seus músculos e o corpo meio gélido, isso tudo é medo de acontecer alguma coisa comigo? Não pude conter o sorriso abobalhado em meu rosto, só de pensar na hipótese.
- Isso é hora de rir, Jeno? - Renjun olhou pra mim
- Ah, desculpe - voltei aos meus sentidos - Jaemin, tudo bem, pode me soltar
Ele olhou para mim digamos que decepcionado, mas se afastou devagar.
Não tenho dúvidas de seus sentimentos por mim
Queria ter coragem para te dizer
- Para onde você vai agora? - Mark perguntou tenso
- Para a casa do Renjun - falei simples
- Se quiser, pode ficar lá em casa - Jaemin falou e todos olharam para ele
- Não faz sentido ele ir pra sua casa - Renjun falou - Quero dizer - coçou a garganta - A mãe do Jeno permitiu que ele ficasse lá, obviamente quando ela ficar sabendo do que aconteceu, vai no mínimo ir lá
- Se meu pai não fizer algo com ela antes - falei para mim mesmo, porém os outros ouviram
- Sua mãe sofre agressão doméstica? - Jaemin perguntou assustado
- Não - neguei quando percebi o que eu tinha falado - Mas ele nunca levantou a mão para bater em mim, nem mesmo quando eu era criança - meu tom de voz foi abaixando - Não sei o que ele pode fazer - fui sincero
- É melhor a gente ir logo para casa - Chenle se pronúnciou
- A gente pode acompanhar vocês - Mark falou se referindo a ele e o Jaemin
- Não precisa - sorri sinceramente agradecido - Eu sei que a casa de vocês é muito longe da do Renjun, mas eu agradeço pelo que fizeram por mim hoje.
Jaemin não falava nada, isso me partia o coração
Não queria que ele soubesse da minha real situação
Não queria deixar ele ver meu lado vergonhoso
Chenle entrelaçou seu braço ao meu e nós começamos a ir em direção ao ponto de ônibus. Quando entramos Renjun pegou seu celular e ligou para sua mãe, pedindo que ela não saísse de casa, que ligasse para a minha mãe e pedisse que ela fosse até lá, logo depois relatou tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes.
- Eles realmente ligaram para a polícia? - perguntei com medo
- Ligaram - Renjun que estava sentado no banco da frente, se virou para me encarar - Jeno, não é todo dia que um pai agride um filho em frente à escola, as outras crianças estavam apavoradas.
- Está com medo do seu pai ser preso? - Chenle segurou em minha mão, em uma tentativa de passar conforto
- Estou, além de tudo ele é meu pai, já estamos passando por coisa demais em casa - dei um longo suspiro e encostei minha cabeça no assento.
- Fica calmo, Jeno - Renjun falou - Nada vai acontecer com você
- Posso pedir um favor? - perguntei e os dois assentiram - Não envolvam muito sua mãe, apesar de tudo ela ainda é empregada do hospital de vocês, não quero que ela tenha dificuldades, muito menos vocês.
Eles assentiram
- Deixem que a partir daqui a nossa família se resolve sozinha - falei sério
Ao chegar no ponto de descida, andamos um pouquinho até chegar na casa dos garotos, na frente da casa o carro da minha mãe já estava lá estacionado, eu respirei fundo e entrei. Quando chegamos na sala, minha mãe se levantou do sofá e veio aos prantos me abraçar.
- Me perdoe filho - ela me afagava
- Calma mãe, não foi culpa sua - eu tantava acalmá-la
- Nós vamos mudar você de colégio meu filho, não quero que você seja visto com olhares de pena pelas outras crianças - ela falava descontroladamente
- Não precisa, eu estou bem - eu tentava de toda forma acalmá-la
- Me desculpe - ela se afastou e se sentou novamente no sofá, escondendo o rosto entre as mãos e chorando
A mãe do Renjun veio até mim e analisou meu rosto.
- Você não pode ir para a escola até que essa marca saia - ela disse - Mas mesmo assim, se como o Renjun falou, o pessoal da escola chamou a polícia e como tinham vários alunos, não vamos poder evitar que o seu pai seja detido.
- Eu sei - falei frustrado
- Vocês vão ficar bem naquela casa? - a mãe dele perguntou a minha mãe
- Ele nunca levantaria a mão para mim - minha mãe disse cética
- Assim como ele nunca levantou para mim - falei sem pensar
Minha mãe olhou para mim com pesar
- Perdão, eu não sei o que deu em seu pai - ela falou - Mas eu não quero que você volte para casa, pelo menos não hoje, ele pode ficar aqui? - perguntou para a mãe dos garotos
- Não precisa nem perguntar Sra. Lee - a mãe dos garotos segurou a minha - Você sabe que ele pode ficar aqui o tempo que for necessário
- Obrigada - minha mãe falou aliviada
Então seu celular tocou, ela imediatamente pegou o celular do bolso.
- O que você quer dizer com isso? - ela perguntou após um tempo que a outra pessoa do outro lado da linha estava falando - Jeno - ela se levantou limpando as lágrimas - Vamos para o hospital
- Porque? - perguntei confuso
- Acho bom você ir também - ela olhou para a mãe dos garotos - O Doyoung está consciente
Eu não estou aluscinando né?
Coloquei a mão em meu peito, se não fosse pelo Renjun me segurando, certamente teria caído novamente. Eu e a mãe do Renjun seguímos minha mãe até o carro, enquanto os garotos acompanhavam tudo atordoados, Renjun queria vir com a gente, porém sua mãe interferiu e seguímos caminho para o hospital.
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my page 》jaeno《
FantasyOnde dois adolescentes necessitam buscar forças um no outro para conseguir seguirem seus caminhos e virar mais uma página de suas vidas. 15.04.18 29.05.18