Imagine Kim Seokjin - Parte Final

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Bati a porta do quarto e me encostei nela respirando fundo. Jin havia ficado no meio da sala sem se pronunciar quanto ao que eu disse e quando eu sai andando pude ouvir ele me chamando. Ainda sem conseguir raciocinar direito, fui até meu armário e joguei todas as roupas em cima da cama sem me importar em dobra-las ou não, os sapatos não ficaram pra trás já que começaram a se amontoar no chão ao pé da escrivaninha, abri o maleiro e puxei a mala sem me importa com seu peso caindo no chão junto a ela. Suspirei pesadamente sentindo algumas lágrimas molharem meu rosto e abracei meus joelhos buscando oprimir meus soluços os deixando inaudíveis.

Um dos momentos mais dolorosos pra mim havia sido o dia me que meu avô morreu. Lembro claramente de ter chegado em casa naquele dia e nem sequer cumprimentado Jin que estava animado no sofá da sala por ter conseguido nos comprar um cafeteira, eu simplesmente passei por ele e me fechei no quarto, chorei por horas olhando as fotos guardadas na maleta que ficava de baixo da cama e me senti culpada por não estar com ele no momento em que tudo havia acontecido. Uma das fotos era minha com meu avô de baixo de uma cachoeira e atrás dela ele havia escrito sobre como naquele dia nos recriamos deixando a água levar nossas angustias e foi pensando nisso que eu me levantei e fui para o banheiro, onde me sentei no chão do box e abri o chuveiro permitindo que a água levasse a dor embora. Não sabia quanto tempo estava ali quando Jin simplesmente abriu a porta e me encarou... O olhar dele estava focado em mim e provavelmente se questionava o motivo pelo qual eu estava sentada de roupas de baixo do chuveiro ligado, me preparei para esse tipo de pergunta e já ia abrir a boca quando ele simplesmente se sentou ao meu lado ficando igualmente molhado enquanto passava o braço sobre meus ombros.

"- Eu estou aqui – sua voz melodiosa e macia fez meu corpo descansar contra o dele – Não sei o que houve, mas estou aqui.

- Obrigada – agradeci baixo e recebi um beijo na lateral da minha cabeça seguido pelo silêncio."

Depois disso me agarrei a esse momento tendo em mente que nunca mais estaria sozinha, repassei aquelas palavras em minha mente tanto que já conseguia ouvi-las sendo pronunciadas pela voz dele e imaginar que elas não teriam mais significado a partir daquele momento, doía.

Virei meu rosto da direção do banheiro e lembrei da frase de meu avô, lembrei de como a dor realmente parecia ter parado só de estar sentada naquele box e isso me levou até lá novamente depois de tanto tempo. Eu me levantei, fui até o box e me sentei no local depois de abrir a torneira em água quente.

Minhas roupas já estavam coladas em meu corpo e a pele de meus ombros e quadris já estavam quentes devido a água. Ao contrário da primeira vez que eu havia feito aquilo, a minha cabeça não queria parar de doer, latejava cada vez mais forte e caso eu tivesse algum tipo de convulsão ou AVC não seria impressionante. O barulho causado pelos meus pensamentos parecia cada vez mais alto e isso me fez chorar mais do que antes, meu corpo começou a tremer e o ar a faltar devido ao desespero que já começava a crescer.

A ideia de ficar longe de Jin era realmente mais desesperadora do que eu esperava, a possibilidade de não comer seus deliciosos sanduíches toda manhã ou então não ouvir sua voz cantando suas músicas favoritas durante o banho assustava de tal forma que só então notei o quão fodidamente apaixonada eu estava por ele. Foi assim que eu parei pra relembrar cada formigamento no estômago e todos causados pelo sorriso ou proximidade dele, simplesmente com o pensamento de seu sorriso eu já pude sentir o arrepio no corpo e praguejei alto por ter me deixando me apaixonar de tal forma por alguém que não sentiria o mesmo:

- Por que tão burra? – cobri o rosto com as mãos e inclinei o corpo pra frente.

- Espero que esteja pensando isso pela possibilidade de ir embora – me virei e lá estava ele parado na porta me puxando de volta ao passado – Posso? – perguntou fazendo menção de se aproximar.

- Jin... – minha voz saiu baixa.

- Por favor – forço um sorriso e eu me virei pra frente sentindo sua proximidade aumentar – Isso me traz lembranças – levantou o braço para me abraçar e eu me encolhi querendo escapar de seu toque – Preciso que me escute.

- Acho que já ouvi demais.

- Só que não ouviu o principal – abaixei mais o rosto e ouvi seu suspiro – Não sei se você se lembra, mas a uns dois meses, você dormiu em cima de mim... No sofá. Você simplesmente se deitou entre as minhas pernas e apoiou a bochecha no meu peito sem se importar realmente onde estava, você parecia já estava tão cansada e mal mal raciocinava direito – pela sua voz notei que sorria o que me fez virar o rosto minimamente em sua direção – Me apaixonei por você naquele dia. Exatamente naquele dia.

- Você o que? – levantei o rosto e seu olhar focou o meu.

- Você sussurrou meu nome dormindo e sorriu se aconchegando mais para se manter aquecida – riu fraco balançando a cabeça – O som da sua voz e a forma como relaxou em meus braços me fez me apaixonar por você.

- Você não deveria brincar assim comigo – neguei desviando o rosto mas ele foi mais rápido me segurando.

- Não estou brincando, (S/n)! Eu tentei inutilmente te tirar da cabeça ou então achar qualquer brecha que me permitisse fugir desse sentimento mas tudo que eu consegui foi ferrar com tudo! Cada dia que se passava você me deixava mais desnorteado e eu me segurei tanto até não conseguir mais... Foi ai que...

- Que você me beijou no sofá – sussurrei e um curto sorriso contornou os lábios do maior.

- Eu não quis te chatear ou agir feito uma criança, mas eu fiquei com medo de toda a nossa relação mudar depois daquele beijo e você simplesmente não quere mais ficar perto de mim – a voz dele estava um pouco alterada e eu notei que seu corpo já começava a tremer por estar parcialmente fora da água o fazendo sentir frio.

- Acha que qualquer coisa entre nós dois se resolveria sem conversa? – arredei o corpo inconscientemente e ele se aproximou.

- Eu estava com medo... Você nunca deu uma chance, nunca deu brecha... Como que eu iria me confessar?

- Oi, eu gosto de você – dei de ombros tentando quebrar um pouco o clima e ouvi uma risada baixa vinda de Jin – Nunca quis me apaixonar por você... Não queria estragar o que temos com sentimentos exacerbados e por isso não queria acreditar que as borboletas no estômago eram um indicativo de estar tão perdidamente apaixonada.

- Você sente o mesmo? – me olhou e eu assenti fraco – Mas...Junhui..

- Você não pode falar nada quanto a ele porque trouxe inúmeras garotas aqui e as pegou no nosso sofá, e você sabe que eu odeio quando...

Fui interrompida pelo pressionar forte e quente de lábios que me fez perder o fôlego, Jin segurou em meu pescoço com uma mão e a que estava em meu ombro me abraçou com mais força. Aquele sabor delicioso e indecifrável fez com que eu me derretesse facilmente e intensificasse o beijo recebendo um suspiro arrastado excitante, e puta que pariu eu precisava ouvir aquele suspiro mais vezes! A água do chuveiro molhava o beijo e atrapalhava um pouco na hora de respirar o que nos fez afastar os rostos e nos olharmos:

- A única pessoa que eu quero deitar naquele sofá é você! Só você – falou baixo me olhando nos olhos – E não quero ter que ver outro cara fazendo o que só eu posso...

- Jin, eu não sei... Eu estou chateada...

- Por favor, (S/n). Você sente o mesmo que eu... Eu prometo me desculpar pelo resto da minha vida se você me der a chance de viver ela com você – as mãos dele acariciaram minha bochecha e eu suspirei inclinando o rosto depositando um breve selinho em seus lábios – É isso que eu quero sentir todos os dias antes de ir trabalhar e todas as noites antes de dormir...

- Eu também te devo desculpas... Por agir que nem uma criança... – segurei em seu pescoço e encostei nossas testas – Desculpa.

- Me dá mais um beijo então...

- Mais quantos você quiser, Seokjin – nossos olhares foram um no outro em uma promessa silenciosa e isso nos fez sorrir antes de nos beijarmos de novo.

********** 27.05.2018 - 03:39 **********

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