passaporte para felicidade

capítulo 5

Estava eu distraída olhando a foto algo cai em minha cabeça me trazendo para realidade. Olho para cima com tanta raiva e pronta para xingar quem fosse que deixou isso cair em mim. Quando olho para cima vejo um menino de um metrô e setenta e oito. Branco, cabelo negro arrepiado. Olhos verdes. E com um sorriso meio sem graça aparecendo uma convinha do lado esquerdo.

_ me desculpe._ uma pausa acho que ele estava procurando as palavras certas para falar._ eu pensei que poderia fazer isso sozinho, mas percebo, agora que não.

Olho para ele com mais raiva ainda. Pude até ser lindo, mais minha paciência tem limite.

_ por que você não presta mais atenção antes._ digo isso seca.

_ me desculpe mais uma vez, é que com uma mão só, é meio difícil.

Mais uma vez com aquele sorriso de lado mostrando sua convinha esquerda. Ele me mostra seu braço direito engessado.

Dou um sorriso sem  graça.

_ me desculpe ter sido grossa _ me levanto com a mochila._ vou colocar para você.

Coloco a mochila dele no compartimento e volto ao meu lugar, com ele sentando ao meu lado.

_ olá me chamo Leandro.

Ele estende sua mão esquerda para mim.

_ Beatriz.

Ele sorri mostrando seus dentes brancos e perfeito.

_ nome muito bonito..._ uma pausa_ mas a dona é mais bonita.

_ nossa.

Solto essa e viro para o lado.

_ esta indo passear na casa de quem?_ olho para ele perplexa._ uma amiga, um namora talvez??

_ isso não é da sua conta. Eu nem te conheço para de dizer algo._ respiro fundo._ e o que faz pensar que eu estou indo visitar alguém? Eu poderia estar voltando para casa.

Ele ri Alto.

_ realmente não é da minha conta. Só estava puxando assunto._ ele olha para mim._ respondendo a sua pergunta, o que me faz pensar que você está indo visitar alguém. É que seus pais não iam deixar você, faltar na escola....

_ ok... estou indo visitar alguém._ corto ele no meio da frase.

Viro para o lado olhando minhas mãos. Fecho os olhos. O resto do voou foi tranquilo. Adormeci acordei com Leandro me chamando. Olhei para ele meio desorientada. Ele me olhava com um sorriso no rosto.

_princesa chegamos.

Princesa? Quem ele pensa que é. Só vou deixar essa passar porque não estou preparada para uma discussão.

Pego minhas coisas, saio do avião. Ando até onde tenho que pegar minha outra mala. Pego minha mala com um pouco de dificuldade e vou para um café do aeroporto. Coloco minhas malas bem juntinhas de mim. E vem uma moça me atender. Com um sorriso forçado  no rosto. Ela é loira cabelo preso em um coque. Uniforme marrom. No avental Verde uma imagem de um café soltando fumaça.

_boa noite. Vai querer o que ?

_ boa noite. Um sanduíche de peru e uma coca-cola. Obrigada.

Ela anotou o pedido e saiu.

_com licença posso me sentar aqui.

Na minha frente esta Leandro com sua mochila pendurada no ombro esquerdo.

A ponto pra cadeira.

_ claro. Fique a vondade.

_ obrigado, já estou a vondade._ ele sorri._ antes que você pense que sou um psicopata ou algo do tipo. Eu só vim aqui porque  as mesas estão ocupadas e essa foi a única que achei lugar para sentar.

Olho para ele com cara de desconfiada. Olho em minha volta e vejo várias mesas com um ou dois ocupantes.

_ claro, pôr que sentar perto do gordinho de óculos escuro, mesmo sendo noite._a ponto para o gordinho que está mexendo no notebook._ eu entendo ele seria uma presa difícil de matar. Ou aquele casal de idosos ali._ olho para minha esquerda ele acompanha o meu olhar._ há mais quão difícil seria matar aquela loira oxigenada com seus peitos. Isso o a trapalharia._ sorrio para ele.

_ ual que senso de humor._ ele joga sua mochila na cadeira vazia._ pra que Lado você está indo???

_depois daqui vou pegar um ônibus para Sorocaba e de la alguém vai vir me pegar._ a moça me traz o lanche e a coca._ obrigada._ sorrio para ela.

Ela olha para o Leandro.

_ você vai querer alguma coisa??

_ uma Fanta laranja só isso moça.

Ele dá uma piscadinha para ela, que dá um sorriso sem graça.

_ você vai pra onde? Fico olhando para ele esperando sua resposta.

Ele está todo relaxado na cadeira como se eu e ele fossemos velhos amigos.

_ vou para Sorocaba também._ ele deu aquele sorrio novamente mostrando sua covinha que o deixa mais lindo._ quem você está indo visitar?

Olho em seus olhos Verde, pensando se conto ou contínuo no mistério. Até porque eu não o conheça e ele pode ser um psicopata ou algo do tipo.

_sei que sou bonito e tal mais ficar me encarando assim está me deixando com medo._ ele aproxima mais de mim e sussurra._ olha dizem que só passa duas coisas na cabeça de uma pessoa que encara a outra assim._ ele levantou um dedo._ 1 ela está pensando em como te matar._ levando outro dedo._ 2 ela está muito a fim de você.

Eu do risada do que ele fala, ele volta a encostar na cadeira.

_vamos ficar com a primeira oposição, talvez você não seja um psicopata_ dou de ombros._ talvez seja eu._ pisco para ele sorrindo.

Ele me analisa seriamente.

_ olha se eu for morto hoje por você morreria feliz._ sorri.

Começamos a rir e o pessoal a nossa volta,  nós olha. A moça trás a Fanta do Leandro. Nos olha esquisito como se fossemos dois idiotas. Talvez sejamos.

_ eu diria que a sua opção é a segunda está caidinha por mim.

_ a coitado vai se achando.

Fiquei curiosa quem será que ele veio ver, será que uma namorada?

_ e você está indo visitar quem ?

Ele bebe um pouco de sua Fanta antes de me responder.

_ estou voltando para casa._ ele me encara por um tempo antes de prosseguir._ estudava em um Colégio interno. Sai nuns socos com um cara ai acabei sendo expulso.

Ele fala isso sem preocupação nenhuma. Como se fosse a coisa mais normal do mundo. Só de pensar que Se eu fosse expulsa no último ano da escola meus pais me deixaria de castigo o resto da minha vida.

_seus pais sabem que você foi expulso?

Vejo em seus olhos por uma fração de segundos uma preocupação.

_ não,  eles não sabe ainda, mais vão saber em breve.

Ele tenta parecer relaxado, mais consigo sentir sua preocupação e medo. Ele sorri para mim mostrando suas covinhas tão lindas.

Pagamos para moça, deixei uma gorjeta para ela. Eu e Leandro fomos para o ônibus já que estavam os indo para o mesmo lugar não teria sentido irmos separados. Entramos no ônibus sentamos um do lado do outro. Leandro encostou sua cabeça em meu ombro.

_ você se importa? Sussurrou olhando para mim.

_ não.

Ele sorriu ao ouvir minha resposta. Fecho os olhos. Fique olhando para ele como ele parecia sereno e calmo.