p o i s e n t ã o, r a p a z.

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Ao me jogar do alto daquele precipício de insanidade
tentei enxergar a boa parte, sem malefícios.

Agora é triste, mas no começo foi bonito.
Fui feliz contigo - mesmo que sem sentido
deu um tom continuo de ilusão
ao pobre do meu coração.

O nosso amor foi como um envelope lindo,
cheio de flores desenhadas em traços fracos, tímidos...
Mas dentro do mesmo, as letras carimbadas machucavam, brutas.
Corrosivas, em vários tons mórbidos!

Ora! Será que você encara com prazer meu desgosto?
Ou ri da minha lamúria infeliz?
Quem sabe sequer lembra que um dia se entregou a mim.
Que seja por um segundo qualquer de insensatez.

Ao cair no chão frio, enxerguei um mundo cheio de indecisões
correndo através de maquinações.
E pensei: é idiotice ligar apenas para o seu descaso.
Sua ignorância convenceu minha tolerância
de que ela não existe mais.

Joguei tudo ao acaso.
Dane-se!

Pois então, rapaz,
foi-se o tempo em que meu coração
se entregava sem mais desconfianças.
Agora me reservo para mim mesma.
Sem errâncias, discordâncias, contingências puras.

Assim, virei reticências de mim
e larguei a tal falsa proeminência de nós.

•••

atenciosamente,
eu.

Ditados RefratáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora