E l a e a R o s a

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Ela se tornou aquilo que tanto lia – à flor da pele –,
Sentimento palpável tanto quanto a epiderme...
Sentia um burburinho lá dentro do peito
Tinha medo do desfecho.

Naquele reino não floresciam mais rosas vermelhas,
E foi lutando contra a distância que uma voz fez conjurar uma flor.
Poderosa forma e sem vergonha de ser,
Pôs-se a tecer suas pétalas firmes, parecia que iria sobreviver.

Delírio!
Era com isso que se parecia
Pela tamanha avidez ao se atrever a plantar algo que ali não mais havia.

Martírio!
Esse havia sido esquecido
Pois o vermelho daquelas pétalas era inebriante e lembrava um sentimento.

Ela!
A Rosa; o castelo
Tudo era tão lindo como num conto de fadas,
Nao sabendo que a vida da rosa era como uma espada.
À qualquer momento poderia ser cravada em um coração.

Toda insegurança e o saber do "não" era como algo velho:
Política do circo e pão.
Uma democracia de amor inexistente,
Sendo que o que era eminente ali era a dúvida latente do que era de verdade ou não.

Mas tudo valia a pena.

Ela...
Ela tinha um campo verde em um de seus olhos;
noutro havia um campo minado...
e eles precisavam ser observados.

Ora, o olhar da rosa...
Nele havia tantas cores,
que, dependendo do seu humor e perspicácia,
No final mais profundo era possível achar um tesouro.

A flor não entregaria facilmente seu elixir,
pois era mais caro do que ouro.
Não se podia pagar com promessas de um grande futuro...
Apenas com o sentimento do presente mais puro.

Presente do hoje.
Presente meticulosamente embrulhado e com um laço.
O laço do sentimento...
Tudo por causa de um conjuro...

Da Rosa e d'Ela;
Amor e apuro.
Um jamais anularia o outro,
Não se tratava de agouro, pois era um sentimento bom.

Presságio de um possível jardim.
E ali nasceria uma catástrofe ou uma linda história...
Ou quem sabe uma seguida da outra.
Formaria toda arte que o amor pode carregar.

Não se tratava de apenas paixão
Não é sobre isso que se entende quando se põe à conjurar.
Dar vida à uma história de amor é um estudo sobre amar.

atenciosamente,
eu.

Ditados RefratáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora