— ... Em resumo, ela não passa de uma bela duma P*TA! — ele gritou, chutando o resto de um vaso de cerâmica para longe.
— Destruir tudo não vai adiantar, sabe disso, né? — disse, mas ergui as mãos me rendendo e lhe lançando um olhar de " não está mais aqui quem falou" assim que ele me olhou com seu olhar mortal.
— Ela se aproveitou de mim! Pegou nossas músicas e contatos e saiu com toda a glória! — ele passou a mão pelos cabelos com força, arrancando alguns fios. — Aposto que ela deu para alguém da gravadora, claro. Só assim para terem aceitado ela tão rápido...
Deixei que ele colocasse sua raiva pra fora, pelo menos só estava gritando, não quebrando mais nada. Castiel sempre fora explosivo, mas agora tinha mesmo razão para estar com raiva. Nem mesmo eu acreditava que aquela garota animada e amigável com quem ele saía a alguns meses tinha sido capaz de deixá-lo pra trás. Ela também tinha pego algumas de minhas músicas, mas comparado ao que tinha pego de Castiel... Isso não era nada. Ele realmente estava apaixonado por ela, dava pra perceber no modo como ele falava. Talvez fosse a primeira vez que o tenha visto assim desde que nos conhecemos.
— Preciso beber. — ele falou por fim, olhando para o nada.
— Sei muito bem onde isso vai dar. — Cruzei os braços, encarando-o impaciente enquanto me lembrava da última vez que tive de cuidar dele de ressaca, Leigh não gostou muito de ver o casaco que fez pra mim com tanto carinho coberto de vômito.
— Fique aí se quiser, mas eu vou beber! — Ele passou a mão na carteira que estava sobe a TV e saiu andando, me dando as costas.
Se eu fosse um pouco menos vitoriano ou não fosse um bom amigo, teria deixado ele ir sozinho. Mas não poderia me perdoar se ele bebesse demais e se metesse em problemas graças ao seu pavio curto. Então o acompanhei até o portão, onde ele me encarou antes de trancar o mesmo e deu-me um sorriso travesso, balançando a cabeça enquanto achava graça de algo. Me pergunto do que seria? Olhei para o céu enquanto caminhávamos rua abaixo, os tons alaranjados iam se tornando mais escuros a cada minuto, indicando o anoitecer.
— Já pensou que pode acabar encontrando a Debrah por lá? — soltei, recebendo seu olhar meio raivoso e confuso. — Pode acontecer, já que foi onde se conheceram.
— Se ela for esperta, já deve estar bem longe. Sabe que se eu a encontrar na minha frente vou enchê-la de porrada.
Eu ergui uma sobrancelha pra ele, repreendendo por suas palavras nada vitorianas, e ele só abanou a mão indicando que não falava sério, mas não acreditei muito nisso. Então por favor Debrah, fique longe, não quero que meu amigo acabe na cadeia.
O bar que Castiel mais frequentava era até que bem frequentado e classudo , parecia com uma casa de festas, mas tinha uma luz fraca e música ao vivo, raras eram as vezes em que algo saía do controle ali. Entramos e ele se apossou de um banco no balcão do bar, tratei de ficar em pé ao seu lado. Poucos minutos depois um rapaz corpulento veio até nós com seu sorriso amigável de sempre.
— Vejam se não é nossa dupla dnâmica. Já faz um tempo que não os vejo juntos por aqui... O que vai ser? — Ele nos encarou e logo piscou. — Uma cerveja pra você e... para o vitoriano aqui, um copo d'agua, certo?
— Exatamente Tim. — eu e Castiel dissemos juntos, com a diferença de que eu dei um sorriso simpático no fim.
Enquanto o barman pegava nossos pedidos eu olhei em volta, a essa hora o lugar ainda estava meio vazio, então não estava tão "emocionante" como de costume. Tim me trouxe uma pequena garrafa de água e trouxe uma latinha para Castiel, que a abriu com violência e deu uma golada intensa em seguida. Eu e Tim nos olhamos, era meio deprimente e assustador assistir àquilo....
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Acapella
Fiksi PenggemarLysandre passa seus dias solitário indo de casa para a escola e da escola para casa, salvo algumas vezes que vai ensaiar com seu amigo, Castiel, para a realização de um sonho. Para animar seus dias, tem Misty ao seu lado, a amiga de infância por que...