POV Lauren
Ainda no dia 23, 8:57 a.m
Caminhamos em direção ao auditório, tínhamos sido liberados da aula de física, para assistirmos a uma peça sobre abuso sexual.
O assunto era interessante, mas eu ia para esse espaço, apenas para encontrá-la.
Adentramos o grande espaço, numa calmaria insuportável. Corri os olhos rapidamente por toda a extensão do lugar, para em fim, ver aqueles olhos castanhos em minha direção. Camila levantou a mão, chamando Dinah e eu, para sentarmos ao seu lado. Nós havíamos chegado no final da peça, então participamos do debate. A todo instante, eu pude perceber olhares, de uma das atrizes, em direção a Camila. Aquilo me tirou completamente do sério. E o pior, é que eu não podia demonstrar nenhum tipo raiva, ou algo do tipo........... intervalo
-Você acha que o professor de história vai nos liberar?- perguntei para a morena, que tirou sua atenção dos atores para me olhar.
-Se ele não liberar, eu vou lá te buscar...digo, buscar vocês.- ela falou compassadamente. Ela tinha um olho castanho escuro, capaz de refletir minha imagem nos mesmos. Elas era simplesmente maravilhosa.
Segui para o refeitório, na intenção de comer algo, mas isso seria impossível. Resolvi, então, votar para a sala de aula, e Dinah veio comigo.
-Mulher, eu tô agoniada. Você só quer ficar na sala, ave Maria..eu quero ver Normani, Alessia... quero ver minhas crush's.- Dinah falou impaciente.
-Meu Deus, eu não entendo porque você quer ver elas, se você nem fala com as moças!- soltei em um quase grito. Eu estava aflita, com raiva, eu só queria esganar aquela atriz. A mulher parecia ter seus vinte e quatro anos, cabelos curtos e negros, pele alva e de baixa estatura. Vestia roupas sexy's, pois a performance pedia. E seu óculos, dava, apenas, uma aparência ainda maior de uma atriz pornô aposentada.
Para a minha felicidade, o professor de história adentrou a sala rapidamente, e nos avisou que estaríamos liberados para assistir a peça.
Seguimos, novamente, em direção ao auditório, e ele vinha saindo do mesmo.-Liberou?- ela perguntou entusiasmada.
-Liberou.- respondi tímida..parece até que eu só sabia repetir o que ela falava.
-Ha! Num disse?!- ela falou sorrindo, e seguiu seu caminho.
Adentramos o grande espaço repleto por cadeiras. Seguimos para os primeiros lugares, e claro, com o meu moletom, guardei dois lugares, uma para Camila, outro para Shawn. De longe, eu apenas estava observando o movimento daquele lugar.
-O que você tanto procura?- Dinah perguntou, provavelmente impaciente com, a frequência de vezes que eu olhava pra trás.
Eu só queria que ela chegasse logo, pensei.
-Nada, Dinah, só tô observando o movimento.- menti.
Olhei mais uma vez ao redor, a peça já ia começar, e nada dela..
-Aparece...- falei baixinho, mas foi suficiente para Dinah ouvir.
-Mulher, calma, ela vai aparecer.- a mais alta falou tranquilamente. Ela sabia?
Eu não queria pensar nessa possibilidade. Olhei para o lado oposto a Dinah, e lá estava ela, Camila. A morena caminhou até onde estávamos, e eu, rapidamente, tirei o moletom para que ela sentasse. Sorrimos, e voltamos a atenção para a peça.
Preciso dizer que aquilo era louco? Estar tão perto de uma mulher, sentir seu calor, e não poder toca-la.
Em um súbito fio de coragem, olhei para aqueles olhos castanhos que me encantava, para então fala..-Você está quente.- eu não sei porquê eu disse isso. Eu não sei como tive coragem.
-Eu sou quente.- ela respondeu com a voz arrastada, o que me fez sentir em outra dimensão. Pude sentir meu corpo congelar, eu não tinha controle dos meu movimentos. Senti minhas bochechas queimarem, era como se todo o meu sangue se concentrasse no meu rosto.
Ela, com certeza, percebeu o meu nervosismo, pois a mesma sorriu com um ar vitorioso.Tudo estava maravilhoso, até eu notar que, mais uma vez, aquela mulher comia Camila com os olhos. Que inferno! Ela não tinha mais o que fazer? Eu estava a ponto de jogar o celular naquela senhora. E o pior, ela olhava, falava alguma coisa, Camila entendia e as duas ficavam de risadinha. Bem, não culpo Camila, pois acredito que a mesma nem sequer tinha conhecimento das reais intenções daquela mulher.
Durante a apresentação, trocamos algumas palavras rápidas, nada muito íntimo. Camila parecia concentrada nos movimentos das moças.
A peça se encerrou, e, novamente, o debate começou. Shawn me parecia cansado, pois deitou a cabeça no colo de Camila e a mesma acariciou seus cabelos.
É pecado sentir inveja?
Pois se for, que Deus me perdoe, mas Camila beijava o pescoço do mais alto, até parecia um casal. Aquilo era tudo que eu queria naquele exato momento.
Pude perceber a presença de um outro amigo da latina, Ed, se não me engano. O rapaz nos comprimentou, e em um rápido ato, sentou entre as pernas da morena. Meu Deus, eu daria tudo para estar no lugar dele. Ela envolveu a cintura do rapaz com as pernas, e inclinou a cabeça para beijar seu rosto. Queria.Eu tinha até medo de que alguém pudesse ler pensamentos naquele lugar. Então tratei de afasta-los rapidamente.
Eu estava ardendo em pura raiva. Eu tinha Camila tão perto de mim, e tão longe...eu tinha inveja, ou ciúmes, dos amigos dela..e ainda por cima, tinha aquela desnecessária devorando a mesma.Senti a presença de alguém atrás de nós, olhei e era um rapaz. Ele falou algo no ouvido de Camila, e ela levantou quase que correndo. A única coisa que me irritou, foi o olhar devorador da atriz nas costas da latina.
Voltei a atenção para o pessoal que relatava acontecimentos de abusos sexuais, e fiquei levemente aterrorizada.
O momento acabou, e o professor de português fez questão de avisar que ainda daria aula.
A multidão levantou-se, e seguiu em direção a porta. E lá vinha ela, na direção contrária de todos ali. Camila sorriu e segurou minha mão, o que foi suficiente para eu me sentir fraca.-Boa aula, jovem- foram suas últimas palavras, antes de sumir em meio aquela multidão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Teenagers
RandomNão adianta. Você precisa seguir. Não pule essa fase. Você precisa aceitar. Lauren Jauregui, 15 anos, primeiro ano do ensino médio. Camila Cabello, 17 anos, quarto ano do ensino médio. E agora? Duas adolescentes... Lauren, integrante do teatro da e...