17 Pt. 02

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Na volta do hospital, aproveitei que ela estava ali e abri meu coração. Contei como havia falado com Eduardo a pouco e também da outra vez que nos encontramos. Eu precisava consertar aquela situação, mas sempre que falava com ele, as coisas pioravam...

— Foi tão fácil com Tomas que perdeu o jeito, Anna? – brincou – Não sabe mais como falar com um homem!

— Eduardo é diferente, Lua...

— Por acaso esse tal Eduardo é aquele rapaz que encontrei na escada?

— Se for um que estava de terno bege e camisa preta, é sim.

— Caramba! – disse admirada.

— Lindo, não é?

— Não vou responder! Do jeito que é ciumenta, capaz de querer me bater!

O remédio que tomei no hospital fez com que eu me sentisse melhor. Estava com menos dor no corpo e acredito que com menos febre também. Eu deveria estar até um pouco corada!

Me sentia bem enquanto minha amiga estava comigo, mas assim que partiu, piorei. As dores no corpo e a febre voltaram. Odiava ficar sozinha quando estava doente. Liguei para meu primo me fazer companhia, mas ele estava em treinamento numa cidade vizinha, demoraria mais algumas semanas para voltar. Pensei até em ligar para Tomas, mas ainda bem que não estava tão desesperada por companhia assim! Acabei esquecendo de tomar os remédios nos horários devidos e acabei por piorar mais ainda. Tossia até não conseguir respirar, suava frio, meu corpo tremia, minha garganta estava tão fechada que doía a alma para tomar um gole de água. Eu estava fraca, muito fraca. Mal conseguia me levantar da cama e mal consegui esboçar um sorriso quando ele apareceu na porta do meu quarto.

— Tá ruim mesmo, heim!

Estiquei os braços e nos abraçamos com saudade e carinho! Como sempre fizemos! Ele deitou ao meu lado e eu no colo dele, adormeci como uma criança em paz!

— Encontrei suas recomendações médicas e seus remédios. – avisou quando entrei na cozinha – Você precisa tomá-los, Nega. Se não se cuidar, essa gripe pode virar coisa pior.

— Vou tomar, primo. Prometo. Vai cuidar de mim, não vai?

— Anna, consegui uma folga hoje, mas preciso voltar para o treinamento...

— Cesar... fiquei tão feliz por você estar aqui comigo e já vai embora?

— Amanhã de manhã. Encontrei seu vizinho quando estava saindo para o mercado...

— Você não falou com ele, falou? – interrompi apreensiva.

— Falei. Por que não falaria?

— O que vocês conversaram?

— Perguntei se ele poderia te ver uma...

— Você não fez isso! Por favor, Cesar, diga que você não fez isso....

— Ah, qual é o problema, Anna?

— Esse vizinho com o qual você conversou, é o Eduardo. Só isso!

— Aquele cara que você gosta? – questionou rindo.

— É. O que ele disse?

— Que vai ficar fora amanhã o dia todo e viajar no fim da tarde. Desculpa, Nega, vai ter que se virar sozinha!

— Mas como ele disse isso? Pareceu chateado por não poder...

— Anna – interrompeu – ele não pareceu nem um pouco chateado; na verdade disse como se não se importasse.

— Mesmo?

— Esquece esse cara, prima, ele não tá nem aí pra você.

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