Deixe-me te amar

MEDO

Íris se despede de Ninna depois de passarem a tarde toda no apartamento enquanto os móveis eram montados. Depois que os montadores se foram, elas inauguraram a cama e depois cada uma foi para a sua casa com planos de trazer suas coisas amanhã mesmo.

Angel liga para Dani que atende no primeiro toque.

– Oi, Bebê, eu estou precisando muito de você.

– E eu de você, Angel, acho que fiz uma besteira e estou ferrado.

– O que foi que você fez?

Dani não fala, apenas lhe passa o endereço de onde está com o carro estacionado e pede que ela vá o mais rápido possível. Angel preocupada se esquece de seu problema e acelera para lá, desce do seu carro e entra no carro de Dani.

– Meu Deus, Dani, quem fez isso com você? – ela toca seu rosto e ele geme.

– Eu fui ao apartamento e aquele desgraçado que o Erik levou na festa entrou lá achando que era ele e o chamou de amor. Aquele filho da puta me tirou do sério dizendo que ama o meu marido e que fizeram loucuras ali naquele apartamento. Eu perdi a razão e quando dei por mim, ele já estava desmaiado por conta da força que usei quando apertei o seu pescoço. Eu acho que o matei, Angel, apesar que ali caído no chão, ele abriu os olhos, mas não se levantou. Eu sai correndo a procura de ajuda e encontrei um cara saindo do elevador e o pedi para ir lá dentro o socorrer, fui embora morrendo de medo, pois se ele não resistiu, estou ferrado, estou completamente fodido e a culpa é do Erik, aquele traidor desgraçado!

– Calma, meu amor, – Angel beija seus lábios – ele não morreu, Deus não deixou isso acontecer, eu tenho certeza. Você vai ficar aqui quietinho que vou lá ver, está bem?

– E se ele estiver morto?

– Ele não está, Bebê. Promete para mim que vai ficar aqui quietinho?

Dani balança a cabeça confirmando e Angel beija mais uma vez seus lábios machucados e sai do carro para entrar no seu. Em menos de dez minutos chega ao prédio onde morou quando veio morar em Nova York. Dentro do elevador a primeira lembrança que vem a sua cabeça é o Thor cobrindo a câmera com sua camisa e fazendo amor com ela ali. Um sorriso brota no canto de sua boca, mas logo vem a lembrança de Pâmela com os seios próximos ao seu rosto e ele fazendo de bobo, lembra também da carona que lhe deu e fica se perguntando o que mais já não aconteceu entre eles. Desce no andar que Dani morou e vai direto para o apartamento, a porta está destrancada, mas não há ninguém, ela vai até o quarto e as evidências que ali houve uma briga são claras. Um criado mudo sobre a cama, o guarda roupa aberto e uma mala e camisas sobre a cama a deixa curiosa, ela faz como perito e tenta imaginar como aconteceu a briga. Pedindo a Deus que o pior não tenha acontecido, ela sai do quarto e vai até o apartamento ao lado. Uma senhora lhe atende e Angel pergunta se ela ficou sabendo da briga. A senhora toda animada relata os detalhes e lhe passa o número do apartamento do rapaz que segundo ela não quis ir no hospital, mas uma moradora do prédio que é enfermeira cuidou de seus ferimentos e do pescoço. A senhora diz que seu nome é Mike e ele mora com a mãe e um irmão mais novo. Angel vai até o primeiro andar e toca a campainha no número informado, quem abre a porta é um garoto de mais ou menos quinze anos, ela pergunta por Mike e o garoto lhe deixa entrar. O rapaz que ela se lembra bem se levanta do sofá e lhe olha assustado, ele está com uma tala no pescoço e o rosto mais machucado que o do Dani.

– Você deve se lembrar de mim, não se lembra?

– Sim, mas olha aqui, eu não quero mais confusão, olha só o estado que aquele marido louco do Erik me deixou – sua voz está saindo arranhada e sem força.