Three

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Marcamos às 7:15 PM no restaurante e, por mais que o google maps tenha informado que a distância entre o local e a minha casa seja de menos de 30 minutos, eu já estava pronta às 6:25. Aproveitei então o tempo que restava para olhar a vista que eu tinha de Manhattan recém iluminada.
Cerca de 10 minutos depois, o celular vibrou ao meu lado no pequeno sofá da baywindow.

"Ei, já estou pronto, e você?" "Btw, é o Peter."

"Oi Peter!" "Também estou. Onde posso te encontrar?"

"Na portaria do seu prédio"  "que, a propósito... qual é?"

"Domain, na 3rd com a Harman. Achei que saberia isso também, stalker."

"Ei! O Ned só me disse a rua! :p" "estarei aí em 5 min."

Peguei minha mochila em cima da cadeira e saí do quarto. George via algum programa do animal planet na tv e me olhou assim que fechei a porta do quarto.

– Já vai?

– Yup. Meu amigo vai passar por aqui. –Meu pai arqueou uma sobrancelha e revirei os olhos – Nem pense em falar alguma besteira, nos conhecemos a duas semanas e ele mal fala!

–Não disse nada! – suas mãos levantaram em sinal de rendição e eu ri. – juízo, senhorita.– assenti e fui até ele no sofá, dando um beijo em seu rosto.

–Sempre tenho, herdei de você. Até logo.

Peter já estava no Hall da portaria quando cheguei. Seu olhar pareceu ir da minha cabeça aos meus pés em menos de um segundo e sua boca abriu e fechou algumas vezes. Isso era vergonha ou tinha algo de errado comigo?

– Oi Peter.

—Oi Gen.– respondeu e pigarreou desviando o olhar enquanto seguíamos para fora do prédio.

Pov Peter.

"Droga, Peter! Não fique encarando a garota como se fosse um esquisitão obcecado!" Repeti esse mantra internamente durante os primeiros 10 minutos de caminhada. Quando voltei a olhar para Genevieve, percebi que seus olhos brilhavam enquanto ela admirava a cidade.

–Onde você morava antes de vir para cá? –Perguntei, quebrando o silêncio desconfortável que se instalara.

–Utah, um lugar bem mais calmo que aqui.

–Nunca morei em nenhum lugar fora de New York.

– Nunca estive em New York.

–Acho que isso explica você estar tão impressionada – ela sorriu.

– Meu pai acha perigoso me deixar sair sozinha e ele tem estado muito ocupado para "passeios noturnos."– A garota fez aspas com os dedos, indicando que essa fora a resposta do pai para essa conversa.

–Já foi mais perigoso, para falar a verdade. Agora temos um combatente do crime – Sim, eu estava falando de mim mesmo.

–O homem aranha, né? Já vi alguns vídeos e matérias sobre ele. – Gen parecia ter se empolgado com o assunto, pois sua voz estava bem mais alegre. – E eu admiro muito pessoas como ele, destemidas o suficiente para enfrentar tudo de ruim que tem acontecido. Queria ser corajosa como ele.– Não pude conter um sorriso, talvez um pouco convencido. Acho que tenho uma fã.

–Acho que você também pode demonstrar coragem sem se arriscar como ele.– Incentivei. – Minha maior inspiração é a minha tia May. Ela cuida de mim desde pequeno, quando meus pais.. – Fiz uma pequena pausa e ela pegou minha mão, apertando-a e demonstrando que tinha entendido. – Ela sempre faz o máximo que pode para ajudar todo mundo, seja em hospitais, abrigos ou.. eu.

–E você retribui isso a ajudando toda vez que o microondas de vocês da algum problema? – Perguntou em um tom zombeteiro e revirei os olhos.

–Olha só, ela tem alguns problemas com a cozinha, nada de mais. E isso acontece tão raramente que nem temos um cartão de fidelidade com os quatro restaurantes perto de casa. –Gen balançou a cabeça em desaprovação enquanto ria. Só percebi que ainda estávamos de mãos dadas quando chegamos ao restaurante ao mesmo tempo que Ned, que direcionou o olhar diretamente pra nossas mãos.

–Amigos! – Meu rosto esquentou, mas Genevive não parecia ver nada de mais na situação quando separou nossas mãos.
Cumprimentamos Ned e em seguida Michelle, que já nos esperava dentro do estabelecimento, em uma das mesas. O ambiente era escuro e aconchegante, com luzes amareladas em cima de cada uma das mesas com sofás de couro. Sentei com Genevive em um dos sofás, de frente para Michelle e Ned no outro.

Durante toda a noite, conversamos sobre os mais diversos assuntos,  que variaram de  lego até a matéria de física. Do outro lado da mesa, Ned e Michelle pareciam cada vez mais próximos, embora a garota não parecesse notar a quedinha —ou devo dizer abismo — do meu amigo por ela.

–Ok, então você nunca foi em um teatro de verdade? – Ned perguntou quando já acabávamos de comer, retomando ao assunto sobre a vida da novata antes de vir para cá.

–Nunca.

–Nem em nenhum show?– Foi a vez de Michelle.

–Não, mas não era por causa da cidade! Eu só nunca tive a oportunidade. Parem de falar como se eu tivesse vindo de uma cidade no meio do nada!

–Nós temos que te levar na Brodway. –Comentei

–Isso é coisa de turista, caramba. – Ela parecia um pouco indignada com a ideia.

–Você precisa ser turista antes de ser cidadã, Meu bem. – Ned disse com uma voz engraçada e Gen revirou os olhos soltando uma risada.

– Tudo bem, nós vamos na Brodway. Mas não se empolguem com essa história, nada de estátua da liberdade e empire state. – Genevieve cedeu. Tentei argumentar mas ela me lançou um olhar de reprovação que fez todos rirem.

Decidimos que era hora de ir embora quando o relógio já marcava 11 PM e o castelo de batatas que Michelle tentou fazer desmoronou pela terceira vez quando ela já estava no último andar. Tentei não reparar nos olhares que Ned lançava para a garota, mas não pude mais ignorar  quando senti a mão de Genevieve apertar meu braço enquanto os dois se despediam em um abraço caloroso. Por fim, Nos despedimos dos dois e seguimos nosso caminho de volta para casa.

– Acho que não me divirto assim desde... sempre. –Gen comentou, com um suspiro alegre enquanto passava uma das alças da mochila pelo ombro. Antes que ela terminasse, peguei pela alça de mão e coloquei a bolsa em minhas costas. – Ei!

–O que você carrega de tão pesado aqui? – Perguntei, ignorando seu protesto.

– Carteira, caderno, livros.. Se está muito pesada, pode me devolver, cavalheiro. – ignorei sua provocação e terminei de colocar a mochila rosa nas costas. quando viramos a esquina, um vento gélido correu por nós e Gen apertou o casaco contra seu corpo, segurando meu braço com a mão livre, enquanto eu dobrava meu braço para que ela pudesse segurá-lo de forma confortável.

– Acho que até mesmo a Michelle se divertiu.

– Isso é raro, né?

Assenti sorrindo e, diferente de algumas horas antes, o silêncio entre nós dessa vez era confortável.

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⏰ Última atualização: May 16, 2019 ⏰

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Incomplete Mission - Peter Parker.Onde histórias criam vida. Descubra agora