T R Ê S

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NOAH

- Me ouça...- Pede olhando em meus olhos. - Você corre perigo, eu corro perigo...Não podemos ficar sozinhos.

- Você não está nada bem... - Digo baixo ainda com a arma apontada para a cabeça dela, que me olha com raiva.

Antes que ela diga mais alguma coisa, a porta é aberta revelando meu pai com a luva de sua armadura, e Steve atrás com uma arma na mão.

- O que esta acontecendo? - Meu pai pergunta olhando em volta. - Por que nos chamou?

Quando ele diz isso, olho para frente e a garota do ônibus não estava mais lá, ela simplesmente desapareceu.

Que droga aconteceu aqui?

 
 

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- Eu já disse o que aconteceu... - Nesse momento estão todos sentados no sofá, me encarando como se eu fosse louco.
O que eu estou começando a achar também...

- Como J.A.R.V.I.S não avisou que a torre foi invadida? - Pergunta Bruce impressionado.

- Se essa garota é capaz de desaparecer quando quer, pode conseguir se camuflar. - Natasha dá um palpite.

- Ela não apareceu em nenhuma câmera de segurança. - Acrescenta meu pai indo em direção ao bar que havia no canto da sala.

- E o quê ela quis dizer em "manipular aquelas pessoas"? - Pergunta Bruce, mais para si mesmo.

- No dia em que a Pepper veio aqui…- Começo a falar devagar, atraindo a atenção de todos para mim. - Eu senti algo estranho vindo dela. E depois comecei a sentir em vocês…

- E por quê você não falou nada? - Pergunta Natasha, mas não me dá a chance de responder. - Agora tudo está fazendo sentido... Estávamos sendo controlados, nunca iríamos permitir a entrada de adolescentes aqui.

Todos parecem "acordar" quando Natasha diz isso e concordam.
A sensação de estranheza que eu sentia desaparece no mesmo instante.

- Desculpe não ter dito nada, eu pensei que não era nada demais…- Murmuro arrependido.

Depois de quarenta minutos sendo interrogado, finalmente pude subir para o meu quarto.

Meu pai mandou J.A.R.V.I.S pesquisar tudo sobre a garota do ônibus, mas não havia nada de interessante;
Kayla Johnson, 17 anos, emancipada, mora sozinha em um apartamento...

Só... só isso, não aparece nem os nomes dos pais dela ou de um orfanato que ela teoricamente morou. Nada.

Essa garota é um problema...

 

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Ando em um lugar escuro e coberto por névoa, não vejo nada, não escuto nada...

Após um tempo andando, avisto a silhueta de uma mulher. Ela está de costas para mim.
Ando até ela e toco seu ombro.

- Me ajude... - Diz se virando.

Escuto gritos, vejo sangue.
A mulher vai ficando distante...

Acordo em um pulo, suado e ofegante... Esse sonho de novo. Porém ele está diferente dessa vez. Na maioria das vezes eu sempre acordo antes de tocá-la.

Levanto da cama e ando até o banheiro retirando minha roupa.
Ligo o chuveiro e deixo a água levar as lembranças desse sonho.

Suspiro, tentando pensar no porquê de ter tido esse sonho. No porquê de ele ter sido diferente.

Eu sentia que havia algo de errado, eu sentia que precisava fazer alguma coisa.
  

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Três dias depois de toda aquela confusão, e ainda não conseguimos encontrar nada sobre Kayla.
Fomos até o apartamento em que ela mora, mas ele estava vazio.

- Vocês ainda estão a procura da menina? - Pergunta Pepper preocupada. - Ela é perigosa?

- Acho que não.... - Digo atraindo o olhar de todos para mim, encolho os ombros. - Se ela fosse uma ameaça, não viria até aqui dizer que estou em perigo, por sabe-se lá o que.

- Pode ser um truque. - Clint diz e Natasha assente concordando.

- Bom...Vamos esquecer isso por enquanto. - Diz Pepper se levantando. - Eu comprei uma sobremesa deliciosa, vou buscar.

Alguns minutos se passam, escutamos um grito de Pepper vindo da cozinha.
Todos na mesa se levantam rapidamente, incluindo eu.
Quando chegamos, vejo Kayla caída no chão, machucada e com um corte profundo na barriga.

- O que aconteceu? - Pergunta Steve enquanto pego Kayla no colo.

- Ela simplesmente apareceu aqui na cozinha e pediu para ajudá-la. - Diz Pepper desesperada.

Não escuto o resto, pois saio apressado em direção a enfermaria da torre.

Desço o olhar brevemente, vendo Kayla respirar com dificuldade.
Eu sentia uma energia estranha vindo dela, agora que eu estava a tocando, porém não era algo ruim. Era uma sensação familiar...

Quando finalmente chego na enfermaria, mandam Kayla para uma cirurgia de emergência.

Tudo o que consigo fazer é observar os médicos a levarem para longe.

Você corre perigo, eu corro perigo...Não podemos ficar sozinhos.

A voz dela ecoa em minha mente.

É tudo culpa minha...


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ʜᴇʀᴅᴇɪʀᴏ sᴛᴀʀᴋ  | ᴏ ᴇsᴄᴏʟʜɪᴅᴏ Onde histórias criam vida. Descubra agora