ʜᴇʀᴅᴇɪʀᴏ sᴛᴀʀᴋ | ᴏ ᴇsᴄᴏʟʜɪᴅᴏ

B Ô N U S

KAYLA

Estranho o comportamento de Noah, que fugiu de mim como o diabo foge da cruz.

Saio do quarto e vou em direção a oficina do Stark. Talvez ele possa conversar com o filho.

- Resolveu procurar outra pessoa para atormentar, e eu fui o azarado? - Ele me pergunta sem tirar os olhos do computador.

- Não enche…- Reviro os olhos e me aproximo. - Você não se cansa de ficar aqui não?

- É o único lugar que você não tomou conta, ainda. - Ele brinca, mostro o dedo do meio para ele. - E então, do que precisa?

- Quero que converse com Noah, ele está estranho. - Me sento na bancada.

Stark me olha com atenção. Quando o assunto é sobre seu filho, ele muda completamente.

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Faz meia hora que o Stark subiu para o quarto do Noah, e eu ainda estou aqui na oficina esperando.

Finalmente Tony volta, levanto as sobrancelhas em expectativa.
Ele também me olha do mesmo jeito.

- Fala logo o que ele tem! - Peço de saco cheio de esperar. Ele sorri debochado, o que me faz ter vontade de socá-lo.

- Ele só está confuso. - Responde vagamente.

- Com o quê? - Pergunto irritada pela sua demora em responder uma simples pergunta.

- Você sente algo pelo Noah? - Stark pergunta me ignorando.

Congelo no lugar e fico sem saber o que responder.
Eu nunca pensei eu meus sentimentos por Noah, na verdade eu evitei isso ao máximo.

Fui criada para não sentir qualquer tipo sentimento. Ainda estou me acostumando com a ideia de me importar com alguém.

- É claro que não! Não desse jeito…- Respondo depois de um tempo e tento me convencer disso. - Ficar com o Noah é a mesma coisa que cuidar de um bebê. Ele é irritante, sensível ao estremo, não sabe se defender… Tem um bom coração, é uma das poucas pessoas que me faz sorrir… - Fecho os olhos frustrada e admito. - Talvez eu sinta algo por ele, mas você não pode dizer para ninguém.

Stark parece se divertir com a minha confusão, enquanto me olha com um sorrisinho no rosto.

- E por que não? - Ele revira os olhos, entediado.

- Se alguém souber que há alguma coisa que possa fazer Noah se distrair de seu treinamento, podem me mandar para longe e colocar outra pessoa para ensiná-lo. - Conto desanimada. - Não podemos ter nada, pelo menos não até Noah completar seu treinamento e se tornar um guardião de verdade.

O Stark parece tentar entender tudo o que eu disse, e por fim concorda em ficar calado.

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Antes do almoço eu tive que sair para ir me encontrar com Hector, ele me disse que tinha notícias sobre Bernard.

Acabou que almoçamos em uma lanchonete qualquer, enquanto ele me contava sobre o desgraçado.

A cada coisa que Hector falava, meu peito se apertava ainda mais.
E o que eu mais temia, acabou virando verdade.

"Bernard é o culpado pelo assassinato de sua mãe…"

Acho que Hector disse mais algumas coisas, mas eu não conseguia entender. Eu não conseguia pensar, não conseguia chorar.

Minha mente revivia a lembrança de três meses atrás, quando Bernard invadiu minha mente e me fez assistir o mesmo matar minha mãe, com as próprias mãos.

Eu tinha esperança de que aquilo fosse um truque. Mas no fundo eu sabia que não era, só não queria admitir para mim mesma…

Depois de minutos em silêncio, levantei da mesa me despedindo de Hector e andei sem rumo.

Quando volto para a torre encontro os Vingadores sentados no sofá.

- Vocês tem planos para esse fim de semana? - Pergunto para todos presentes na sala.
Eles negam com a cabeça e me olham confusos. Respiro fundo e continuo com o teatro de que "está tudo bem comigo".

- Hoje a noite haverá uma celebração na Dimensão Lux, mas é restrita apenas para guardiões. - Comento me sentando no sofá ao lado de Steve. - Mas se quiserem podem ir amanhã, eu venho buscar vocês.

Eles parecem concordar. Sinto que estava faltando alguém alí.

- Onde está o Noah? - Pergunto recebendo olhares estranhos.

- Trancado no quarto…- Natasha responde. Suspiro ficando preocupada novamente.

Peço licença para todos e subo as escadas, andando em direção ao quarto do Noah.
Paro em frente à porta e dou batidas leves.

Ninguém responde, bato uma segunda vez e sou ignorada novamente.

Sei que Noah está alí dentro, pois sinto sua energia, e ele provavelmente sente a minha.

Encosto minha testa na porta e fecho os olhos.

- Noah, você pode abrir a porta, por favor? - Peço com o resto de força que eu tinha, e sinto uma lágrima descer pela minha bochecha. Ele não responde. - Eu preciso de você…

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