Capítulo 5

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Bianca

Acordo me sentindo um pouco tonta, mas depois de pouco tempo passa. E quando isso acontece, saio do quarto em direção ao banheiro. Mas antes vejo meu celular e tem alguns e-mails do trabalho, mensagem da minha mãe e do Marcos.

Deixo o celular sobre a cama. Depois eu vejo tudo com mais calma.
Tomo um banho rápido e de volta ao quarto, visto uma roupa leve.

Quando termino, vou até a sala onde apenas estão Meliane e sua babá. Isa deve estar trabalhando.

— Oi, onde está a Isa? — pergunto só para ter certeza.

— Ela foi pro salão — a babá responde e eu assinto.

— Olha o amor da dinda — digo pegando Meliane no colo.

— Que coisa mais fofa —  falo usando uma voz de bebê e beijo a barriguinha dela fazendo barulhos engraçados, e Meliane dá a gargalhada mais gostosa de se ouvir.

•••

Passei a tarde com minha afilhada, almoçamos e depois ficamos vendo desenho. Até que decido ir para casa da Amanda.

No caminho me sinto até desconfortável com a quantidade de olhares, de homens e mulheres, essa gente até parece não ter nada melhor para fazer.

Me sinto aliviada quando finalmente chego. Bati a campainha e por ironia do destino, ou não, quem abre, é o Perigo. Confesso que gostaria de não lembrar o que aconteceu ontem. Onde eu estava com a cabeça quando fiquei com um cara como ele?!

— Tá viajando garota? — ele diz grosso, me fazendo revirar os olhos.

— A Amanda está aí? — pergunto da forma mais fria que consigo.

— Está  —  ele responde e sede espaço para que eu possa passar. Ouço a voz de Amanda na cozinha e sigo até lá, e no curto caminho vou desfilando com a intenção de deixar Perigo, que tenho certeza que está me olhando, rendido a mim.

Quando estou na porta da cozinha, me viro e vejo ele me olhar quase babando, e tenho vontade de gritar vitoriosa, mas tudo que faço é morder o lábio e sorrir convencida.

Amanda e eu ficamos jogando conversa fora por horas até que no final da tarde Isa se junta a nós. Decidimos ir para um pagode aqui mesmo no morro, e para meu azar Perigo está no mesmo lugar.
O homem ficou me secando a noite inteira, como se eu fosse um pedaço de carne e ele um animal faminto.
Não vou dizer que não provoquei ele e que não gosto da situação, mas o lado Bianca responsável e pé no chão me diz que no final disso tudo, vai dar muita m*rd*.

•••

Ontem o dia foi tranquilo. E hoje, domingo, vamos todos para praia. E sim, todos, inclui o senhor todo perigosão.

Quando termino de me arrumar olho para o espelho admirando a beldade que eu sou.
Estou vestindo um biquíni azul claro super justo. Por cima, um short jeans curtinho.

Enquanto vou até onde o pessoal está escuto meu celular tocar e vejo "amor" escrito no ecrã.

— Oi amor — digo ao atender a ligação enquanto  jogo no sofá junto da Isa.

— Oi, tudo bem? —  Marcos pergunta do outro lado da linha.

— Tudo bem, só saudades do meu lindo — digo alto o suficiente para que Perigo ouça e quando ele revira os olhos e bufa sorrio vitoriosa.

— Você está aí? — ouço Marcos perguntar e percebo que me destruí. Isa ri.

— Sim sim, desculpa estava anotando algo aqui que a Isa pediu — nesse momento ela ri mais ainda e eu me afasto para que o Marcos não ouça

•••

O dia na praia foi divertido. Passei maior parte do tempo com as crianças. Amanda estava de mão boba com o Figo, e Perigo bebendo e conversando com um cara, HG é o vulgo dele. Deve se chamar Hugo, não perguntei.

Por incrível que pareça, Perigo nem olhou para mim. Por quê isso me importa? Também não sei. Deve ter pegado gosto por implicar com ele.

Quando a Amanda me falou que estava grávida do sub-dono do morro da Rocinha, irmão do dono, confesso que fiquei com medo por ela, mas conhecendo o Figo e o Perigo, não me parece que ela esteja em perigo.
Bom, o Figo é um cara legal. Já o Perigo, é um bipolar, e filho da mãe.

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