Prólogo

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Raabe

Acordo cedo, como de costume. Vou para o banheiro, faço minhas necessidades diárias e troco de roupa. Ao sair encontro meu pai no corredor.

-Bom dia pai. - Falo sorrindo.

-Bom dia filha. Dormiu bem? - Ele sorri.

-Sim. - Respondo.

-Que bom. - O mesmo beija minha testa. - Vamos tomar café da manhã.

Fomos para a cozinha e então comemos em silêncio, depois lavo os pratos e volto para meu quarto. Fico alguns minutos apenas deitada na cama, sem fazer nada, até que decido ler a bíblia, mas um barulho me impede de fazer essa ação. Dentro de minutos minha casa é invadida por policiais, eles prendem meu pai e não respondem a nenhuma pergunta minha, eu começo a chorar e entro em desespero, até que um homem me abraça.

-Calma, vai ficar tudo bem. - Ele diz. Imediatamente me solto de seu abraço e seco minhas lágrimas.

-Quem é você? - Pergunto o olhando.

-Calma, irei te explicar tudo quando chegarmos na minha casa. - Ele começa a me puxar, mas eu paro.

-Me solta. - Ele suspira e solta meu braço. - Eu não saio daqui até que me explique tudo o que está acontecendo.

-Eu sou irmão do seu pai, seu tio, e só quero te proteger. Agora venha comigo para minha casa. - Ele diz rapidamente. Não me dou por vencida.

-Você nem me falou o seu nome. - Cruzo os braços.

-Kaio. Agora vamos. - Ele parece estar ficando impaciente.

-Não! Me conta tudo. Por que levaram meu pai? Por que só agora você apareceu? - Ele respira fundo.

-Levaram seu pai porque ele cometeu um crime e deve pagar por isso. E eu só apareci agora porque descobri onde seu pai se escondeu com você a alguns dias. - Ele diz alterado. Fico assustada pelas informações e pelo seu tom de voz. - Desculpa, isso tudo mexe comigo. Agora podemos ir?

-Qual crime meu pai cometeu? Me explica tudo logo, já disse que eu não vou sair daqui. - Ele me encara.

-Quando você completou seis meses de vida seu pai e sua mãe brigaram e então no calor do momento ele a matou. Desde então o mesmo sumiu com você e só agora descobri o esconderijo dele. Vim aqui com a polícia para lhe resgatar e finalmente colocar Lucas atrás das grades. - Nem consigo prestar muita atenção no que ele disse depois da fala "ele a matou", é muita informação em uma frase só.

-Meu pai... Matou minha mãe? - Pergunto sem acreditar.

-Sim. Sei que é difícil de acreditar, mas ele fez isso. Por favor venha comigo agora. - Ainda em choque, sem acreditar, balanço a cabeça em confirmação e o sigo para fora de casa.

Entro em um carro preto com ele e aos poucos vejo minha casa se distanciar.

-Espera! - Falo fazendo o motorista freiar.

-O que foi? Já te contei tudo. - Meu tio diz.

-Como meu pai matou minha mãe? Ele não mata nem os bichos que aparece em casa, quem dirá minha mãe! - Falo pensando no assunto.

-Foi no calor do momento, ele viu um objeto cortante e a matou. - Observo meu tio, ele parece estar fazendo pouco caso.

-Onde você estava? - Ele parece ser pego de surpresa.

-Na minha casa. Por que tanta desconfiança? Eu não fiz nada de errado, quem fez foi seu pai. - Continuo olhando-o, ele suspira e desvia o olhar. - Você não sabe o quão louco eu fiquei quando descobri o que seu pai havia feito, estava com medo do futuro, pois ele certamente iria preso. E com quem você ficaria? Eu não sabia nem segurar um bebê e a família da sua mãe não era de acordo com o relacionamento deles, e quando eles descobriram que Lucas matou a parente querida cortou os laços de vez, nem queriam te ver, então ele fugiu e levou você. Na época pensei que era o melhor, mas depois percebi que ele tinha que pagar pelo que fez. - Vejo uma lágrima solitária descer pelo seu rosto, ele rapidamente a limpa. - Agora podemos prosseguir? - Ele me olha.

-Claro. - Falo e desvio o olhar.

O carro novamente começa a se distanciar cada vez mais da minha casa, até que eu não a vejo mais. Estou tão confusa, perdida.

-Ó meu Deus me ajude, eu estou perdida em meio as novas descobertas, preciso de consolo. Por favor venha ao meu encontro e leve toda essa explosão de sentimentos e pensamentos para bem longe. Em nome de Jesus, amém. - Oro mentalmente.

[...]

Um longo tempo depois chegamos a uma mansão enorme, a casa do meu tio Kaio. Quando entro fico maravilhada com o tamanho por dentro, parece ainda maior.

-Essa é sua nova casa. Seja bem-vinda. - Meu tio diz simpático. Eu sorrio em resposta. - Vem, irei te levar até seu quarto. - O sigo até o andar de cima. - Esse é seu quarto, espero que goste da decoração. - Ele diz abrindo a última porta do corredor à direita.

O quarto é todo decorado em tons de azul, eu simplesmente amei.

-Essa primeira porta é o banheiro e aquela segunda é seu closet. Ainda não tem roupa nenhuma, mas hoje você vai ir ao shopping fazer compras com Elizabeth, então não se preocupe. Gostou? - Ele me olha.

-Claro. - Respondo.

-Que bom, agora vamos até a cozinha, quero que você conheça os empregados e eles te conheçam para não haver problemas. - Voltamos para o andar de baixo e fomos até a cozinha, onde vejo uma mulher que aparenta estar entrando na fase da terceira idade, outras duas jovens, um homem que aparenta ter em torno de quarenta e poucos anos, e um garoto que parece ter a minha idade ou um pouco mais. - Essa é Elizabeth, ela é a governanta da casa, me ajuda em tudo. - Ele diz e a mulher mais velha sorri para mim.

-É um prazer conhece-la. - Ela diz parecendo estar emocionada. Sinto algo diferente com seu olhar...

-O prazer é meu. - Falo sorrindo com sinceridade.

-Essas duas são Maria e Rita, elas cozinham, limpam e fazem o que eu pedir. - As duas sorriem, eu apenas dou um meio sorriso, não senti que elas sorriram verdadeiramente. - Esse é o Paulo, o jardineiro, mas ele faz muitas outras coisas. - Paulo sorri e eu sorrio de volta, ele me parece super gentil, assim como Elizabeth. - E esse é Davi, filho da Elizabeth, ele ajuda todo mundo, mas não tem nenhuma função, além de estudar. - Meu tio diz com as mãos no ombro dele, vejo que Elizabeth fica desconfortável com isso, já Davi fica normal, apenas me encarando. Eu decido encara-lo também, e ficamos assim durante alguns segundos.

-Estou feliz por te conhecer. - Ele diz quebrando o silêncio.

-Também estou. - Falo.

-Elizabeth, hoje quero que você vá as compras com Raabe. Ela precisa de roupas. - Meu tio diz fazendo-me desviar o olhar de Davi para Elizabeth.

-Claro. - Ela responde e me olha sorrindo.

-Mas tomem cuidado, a cidade não é muito segura. - Meu tio diz olhando diretamente para Elizabeth, que assenti não olhando para o mesmo.

Tem alguma coisa acontecendo...






[...]

Estou de voltaaaaa!

Sentiram minha falta?

Se sim: estou de volta!

Se não: estou de volta mesmo assim.

Neste novo livro prometo surpreender vocês a cada capítulo e trazer diversas emoções.

Votem e comentem bastante, quero muito saber a opinião de vocês.

Fiquem com Deus.

Beijos Luz.

O Dom da Fé (História Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora