Capítulo Um

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Raabe

Depois do almoço eu vou com Elizabeth para o shopping.

-Em qual loja você quer ir primeiro? - Elizabeth perguntou.

-Qualquer uma, eu não ligo, só estou aqui porque preciso de roupa. - Ela sorri.

-Você se parece muito com sua mãe. - Ela diz pensativa.

-Você conheceu minha mãe?  - Pergunto interessada.

-Sim... Mas... Que tipo de roupa você gosta? - Ela muda de assunto rápido.

-Por favor, me fala mais sobre minha mãe. - Praticamente imploro.

-Eu não tenho esse direito, vamos as compras, tenho certeza que seu tio ao longo do tempo vai ficar mais íntimo de você e vai lhe contar tudo que você queira saber. - Percebo que ela realmente não pode contar, mas quer.

-Tudo bem, já percebi que meu tio deve ter lhe proibido de contar por algum motivo. - Ela parece nervosa.

-Claro que não! Eu apenas não quero contar porque realmente eu não tenho esse direito, quem tem que contar é seu tio. - Suspiro. Ao longe percebo que tem um homem nos olhando, quando ele percebe meu olhar o mesmo tenta disfarçar. - Vamos, temos muito o que comprar. - Ela me leva até uma loja.

[...]

-Quer comer algo Raabe? - Beth (ela mesmo mandou eu chama-la assim) pergunta.

-Eu quero, estou com muita fome. - Ela sorri e então pedimos uma salada de frutas para dividirmos. - Beth, será que meu tio deixaria eu ir na prisão visitar meu pai? - Pergunto olhando a mesa, como ela demora para responder eu a olho.

-Eu... Não sei. - Ela suspira. - Você vai ter que perguntar para descobrir a resposta. - Fico meio triste. - Mas, se você insistir e falar o quanto é importante, eu acho que ele vai deixar.

[...]

Depois de comer ficamos andando até que me lembro de algo.

-Nossa! Acabei de me lembrar que deixei minha bíblia na casa do meu pai. - Falo.

-Nós podemos comprar outra, tem uma livraria aqui. - Dito isso começamos a andar em direção a livraria.

-Beth, posso te fazer uma pergunta sobre seu filho? - Ela assenti sorrindo. - Quantos anos ele tem?

-Dezenove. Ele está no primeiro ano da faculdade de engenharia, é meu orgulho. - Posso ver os olhos delas brilhando.

-É seu único filho? - Pergunto entrando na livraria.

-Sim. Sempre quis ter outro filho, mas por causa das minhas condições financeiras eu não tive. E depois de alguns anos meu marido morreu, então... - Ela suspira triste.

-Entendo. Mas vamos mudar de assunto, não gosto de ver ninguém triste. - Ela sorri.

-Você é uma gorota de ouro, e tenho certeza que é muito forte para suportar toda essa mudança drástica. - Sorrio emocionada.

-Realmente é uma mudança difícil, mas Deus está me consolando a todo momento. - Ela fica me olhando intensamente.

-Posso te abraçar? - A pergunta me pegou de surpresa mas eu já tenho a resposta.

O Dom da Fé (História Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora