Revelações

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Ligação De Alma

Capítulo 6
Revelações

  Arezza não sabia sabia o que dizer vendo aquela cena, por um momento achou que fosse brincadeira ou algum tipo de comemoração estranha da parte deles, mas logo mudou de ideia.
  - Como assim "mortal"? Me explique Atinus, e tod... - Antes que ela pudesse terminar a frase, Atinus a larga no chão.
  - Sua mortal imunda, tens uma inteligência deprimente, em pensar que quase tive de perfilar com tal criatura, mas já servisse ao nosso propósito. - Disse ele enquanto os outros em volta apenas observavam.
  - O quê? Por favor pare com isso, eu só vim aqui pra ajudar vocês, me treinaram durante um ano inteiro pra isso, Sr. Atênio, berker, Oarians, o que tá acontecendo? - Disse ela tentando conter as lágrimas.
  Por estar debilitada, Arezza nada podia fazer, mau conseguia ficar de pé, e derrepente ela se lembrou daquele indivíduo que havia encontrado preso no fundo daquele lugar, ela sentia que ele tinha alguma coisa a ver com tudo aquilo.
  - Como se uma mortal tão ingênua como você pudesse entender nossas razões, não perderemos nosso tempo explicando. Fenhir e Zolfer saiam das sombras agora! - Exclamou Atênio se aproximando dos dois, aquele que dizia ser regente dos Oarians.
  E no momento em que ele deu a ordem, dois seres sinistros aparecem saindo de dentro de uma grande sombra que surgiu numa das paredes daquele lugar, pareciam criaturas ainda mais assustadoras que os Holturians, eram cobertos por mantas cinzas rasgadas envoltas de energia escura e com máscaras horrendas que cobriam seus rostos. Eles observaram Arezza durante todo o tempo em que esteve com os Oarians, porém, ela percebeu isso tarde demais, então os dois se aproximam de Atênio voando, e um deles olha fixamente para ela que ainda estava caída no chão.
  - Fenhir, ela é toda sua, acabe com essa existência muldana. - Disse Atênio para um deles.
  Então aquele que estava encarando a sua vítima que ainda se encontrava sem forças no chão, começou a sorrir e erguendo uma das mãos em direção dela, juntou energia obscura e moldou lâminas em espiral, similares a serras elétricas que giravam velozmente e produziam um som assustador de morte se aproximando.
  - Não por favor PAREM! Eu ajudei vocês, fiz tudo o que me pediram, fiquei longe do meu mundo, da minha família e amigos, vocês não podem fazer isso comigo! - Disse ela aos prantos se arrastando pelo chão em desespero.
  Arezza se afastava daquele ser medonho como podia, sequer conseguia correr devido a ter tido toda sua magia e energia vital sugadas pelo Tarquis Tetron, ela estava totalmente desesperada sem saber o que fazer, enquanto o seu algoz se aproximava dela a passos lentos junto de suas lâminas, estava saboreando aquele momento que aguardava há muito tempo.
  - Atinus me ajude por favor, o que eu fiz pra vocês? Você era meu amigo, meu mestre e...
  - Cale-se ser pífio é desprezível, uma divindade como eu jamais teria qualquer tipo de relação com uma mortal como você que não fosse a de total submissão de sua parte até durar sua utilidade, e você já me foi útil, agora morra lentamente, é esse o meu pagamento. - Disse Atinus se afastando dela.
  O sorriso de vitorioso dele naquele momento entrava em contraste com as lágrimas dela, eles se olharam pela última vez até ele lhe virar as costas, e todos outros já não se continham mais e comemoravam, Arezza ainda não havia entendido nada, eles sequer se deram ao trabalho de explicar a verdade a ela antes de mata-la.
  - Vou dilacerar todo seu corpo em nível atômico bem lentamente, e depois torturarei sua alma por toda a eternidade, seu sacrifício será o símbolo do retorno do nosso panteão, esperei muito por isso. - Disse Fenhir com uma voz terrível e se aproximando dela antes de começar sua tortura.
  Entretanto, antes que ele pudesse começar, o tempo de todos ali começa a ficar lento quase parando, seus movimentos eram pausados e até as lâminas de Fenhir estavam girando lentamente, estranhamente a única que não estava sofrendo esse efeito era Arezza. E eis que surge diante deles um ser de energia ainda mais obscura e sinistra que os Oarians, possuía longos cabelos negros e prateados, vestia roupas estranhas e rasgadas, se revelou ser o mesmo indivíduo que ela havia encontrado na noite anterior abaixo daquele lugar, por um momento fulgaz em que Arezza olhou para ele, sentiu que nem tudo estava perdido, o ser estava ao lado dela.
  - Pseudos infelizes, acharam que iam me conter pra sempre? Baixaram a guarda. - Disse o estranho indivíduo.
  - Agora é tarde demais até mesmo para você, e essa técnica temporal ridícula nunca irá nos deter. - Disse Atênio que aparentemente já se movia normalmente.
  No mesmo instante os movimentos de todos voltaram ao normal e antes que Arezza conseguisse reagir, Fenhir a ataca ferozmente sem hesitar.
  - Não vai tomar minha presa, KAYRUS!
  - RIKIZIRON BARREIRA. - Disse o indivíduo antes de Fenhir atingir Arezza.
  Rapidamente se forma uma enorme e estranha barreira escarlate cheia de ondulações e vibrações entre Fenhir, Arezza e ele. A técnica dele bloqueou o avanço de Fenhir e suas lâminas sequer arranhavam aquela barreira poderosa, apesar dele tentar com muita selvageria.
  Então sem dizer uma palavra para Arezza, o guerreiro a pega nos braços e rapidamente vai voando sendo protegido pela barreira que agora era uma esfera perfeita em volta deles e os protegia totalmente, em seguida destroem tudo o que havia acima até chegar a superfície.
  - Não vão escapar, eu...
  - Deixe-os, no momento não temos poder para atravessar aquela defesa, o desgraçado já está recuperando seu poder, mas a vitória é nossa! - Disse Atênio interrompendo Fenhir.
  - Mas meu senhor, a mortal pode não ser ameaça, mas Kayrus é, ele tem de ser destruído o quanto antes!
  - E que glória isso nos daria? Vamos destruí-lo quando estiver com seu poder total, agora vamos nos concentrar na finalização do plano, karaza o sistema já foi concluído?
  - Sim meu senhor, Tarquis Tetron finalmente foi finalizado. - Respondeu a mulher Oarian que controlava o grande equipamento que extraiu o poder de Arezza.
  Contudo, Fenhir não esquecia dos olhos de desespero daquela que quase se tornou mais uma de suas vítimas, ele não tinha desistido, mas não podia ir contra as ordens de Atênio e conteve suas tendências homicidas por hora.
  A essa altura, Arezza e o ser que a tinha resgatado já estavam longe chegando na atmosfera de Oarian, foi a primeira vez que ela havia saído para a superfície desde que iniciou seu treinamento, e viu que tudo estava diferente, o mundo não era desértico como se lembrava de ter visto, nem tinha habitantes escravizados, torres sendo construídas, nem mesmo oceanos e Holturians, até aquela nave colossal que pairava em cima daquele mundo havia desaparecido, era apenas um grande planeta árido e vermelho cheio de nuvens e gás. E um grande escudo quase transparente que encobria todo aquele mundo estava se desintegrando totalmente, Arezza via tudo aquilo tão abismada que esquecera de agradecer aquele que a salvava.
  Raios colossais saiam de todos os cantos do mundo em direção aos céus, destruindo toda a gigantesca barreira mística planetária e quase invisível, era o plano dos Oarians sendo executado, a energia ali é forte demais e mesmo sendo protegida pelas defesas de seu salvador, ela acabou por desmaiar.
  Quando acordou, estava deitada em um lugar com muita vegetação que pareciam arbustos de espigas brancas que dançavam com as correntes eólicas, um céu cheio de estrelas sem nenhuma atmosfera, era um mundo diferente daquele em que esteve. O ser que a tinha salvo estava a alguns metros de costas olhando o céu, até que se virou quando percebeu que ela havia acordado.
  - Finalmente despertaste. - Disse ele.
  - Nossa... onde estou? Já vim parar num lugar diferente de novo? Foi você quem me salvou!? ainda nem pude te agradecer, muito obrigada mesmo, é que estou muito triste pelo que me aconteceu, mas... Quem seria você mesmo? - Disse ela se levantando e observando ele.
  - Sou Kayrus Raydakan, e esteja feliz por ouvir esse nome e não estar em meu caminho, pois se estivesse, essa seria a última coisa que ouviria.
  - Nossa... Que apresentação ein, eu me chamo... - Antes que ela terminasse a frase, Kayrus a interrompe.
  - Já sei quem és, eu pude te observar desde que foi parar em Tarantinon.
  - Espera, que nome é esse? Eu estava em Oari...
  - Que ingênua, ainda continua acreditando nisso? Em tudo o que viu e ouviu daqueles vermes? - Disse ele interrompendo-a novamente.
  - Primeiro de tudo, da pra parar de me interromper por gentileza? Segundo, eu conheci outro Kayrus lá, mas parece que é tudo mentira também, até desconfiei mas já era tarde, você é o verdadeiro, posso sentir um pouco da sua essência e é parecida com a minha.
  - Ah quer dizer que agora aprendeste a ver a "essência" dos outros? Tem certeza de que eu não quero te destruir igual aos seus outros "amigos"?
  - Por favor não brinque com isso, você não sabe como eu estou me sentindo, te agradeço por ter me salvado, mas não me trate desse jeito.
  - Quem és tu para dizer-me o que devo ou não fazer? Eu apenas lhe paguei a dívida que tinha pois indiretamente ajudaste na minha fuga, agora me diga, é característica da tua raça se deixar levar sempre pela aparência ou é uma idiotice exclusiva sua?
  - Me respeita seu...
  - Cale-se, não sabes o terrível estrago que causou, libertaste os Oarians, aqueles pseudos malditos, agora irá pagar o preço por todos os seus erros.
  Arezza se ajoelha e fica mais arrasada ainda, ela está sentindo um turbilhão de sentimentos misturados, não sabe como reagir.
  - Por favor me explique tudo, eu já sei que errei muito, ao menos me faça entender. - Disse ela quase caindo em prantos.
  - É essa fraqueza que mais me irrita, a sentimental, tu foste enganada desde o início, se deixou levar pela beleza externa daquele infeliz e olha só onde está agora, se não fosse por mim já estaria em pedaços até a alma. Como pode existir criatura mais idiota? nem em todos os meus milhões de ciclos de vida eu jamais encontrei alguém que se equiparasse a ti nesse quesito, toda a calamidade que os malditos Oarians causarem agora será tua culpa!
  - Não fale assim comigo seu estúpido idiota, eu só quero ir pra casa, não aguento mais ficar aqui nesse inferno, nunca pensei que pudesse sofrer tanto por uma escolha ruim.
  - "Sofrer"? Não sabes o significado da palavra! Não tenho a obrigação de lhe proteger ou de manda-la de volta ao lugar de onde veio, já paguei minha dívida, apartir de agora aprenda a enxergar mais do que seus olhos podem ver, sua ingenuidade não encontra paralelos, é decepcionante que tenhas um título de Guerreira sendo desse jeito, essa é uma das poucas coisas verdadeiras que aconteceram contigo nesse período, apesar de que muitos assim como eu não irão reconhece-la como tal.
  Então surge um portal no espaço daquele lugar, e de lá sai um ser místico com vestimentas negras com detalhes vermelhos, usava uma curta barba branca e um turbante estranho pontudo na cabeça, seu manto era longo, segurava um bastão na mão direita com as mesmas cores de sua vestimenta.
  - Tu demoraste, Hotaizo. Disse Kayrus.
  - Receptivo como sempre, e quem é essa jovem que está com você?
  - Não está mais comigo, paguei a dívida que tinha com ela, agora vamos sair daqui.
  - Um momento, qual seu nome? - Disse ele se aproximando dela.
  Ela olhou para aquele ser que emanava uma forte energia mística, porém parecia ser mais educado e gentil que Kayrus, entretanto, achando que poderia se tratar de outro indivíduo que poderia engana-la novamente, ela reage de forma negativa.
  - Se afaste de mim por favor, não aguento mais vocês seres estranhos, não aguento mais esse lugar, só queria voltar pra minha casa e pra minha família, maldita hora que decidi vir pra cá. - Disse ela com olhando pro lado.
  - Se tranquilize guerreira, eu posso te ajudar, não vou te fazer mau algum.
  - Já ouvi isso antes e olha onde vim parar, como posso confiar em alguém daqui novamente?
  - Confie em quem te mantém viva, e em quem te trata como é e não em quem te enche de ilusões, Kayrus acabou de me repassar sua história por telepatia, eu meio que tenho mais paciência que ele para lhe esclarecer tudo. - Disse Hotaizo olhando para ela e estendendo a mão para ajudar a levanta-la.
  Arezza, mesmo resciosa, pega em sua mão e levanta, fica ainda mais admirada com a aparência dele, porém, lembra rapidamente das palavras duras de Kayrus criticando sua ingenuidade e tenta ignorar a beleza radiante do mago e presta atenção somente em sua explicação.
  - Então eu vou indo na frente Hotaizo, não estou interessado na tua palestra. - Disse Kayrus.
  - Mas você a salvou, vai mesmo abandona-la aqui sabendo de sua história?
  - Não terei responsabilidade nisso, até parece que não me conhece.
  - Calem a boca vocês dois, estão falando de mim como se eu fosse um objeto! Eu sou uma guerreira, não vou mais fraquejar, se não quiserem me ajudar, vão embora, eu já tô cansada de tudo isso aqui. - Disse Arezza olhando seriamente para eles.
  - Seu humor muda drasticamente de uma hora para outra, igual o de Danlon, eu vou te ajudar. - Disse Hotaizo.
  Kayrus nada diz vendo aquilo, ele se vira e vai voando rapidamente para longe indo embora, como disse que faria.
  - Guerreira você ainda não me disse seu nome. - Perguntou Hotaizo.
  - Eu me chamo... Arezza, Guerreira da chama púrpura.
  Por um momento ela pensou em dizer seu nome terráqueo, mas logo mudou de ideia devido as circunstâncias.
  - Mas espere aí... Você disse que Kayrus tinha lhe repassado toda minha história por telepatia, então por que ainda pergunta o meu nome se já sabia?
  - Simples minha jovem, estamos nos conhecendo agora, então por mais que eu já saiba seu nome, é necessário uma apresentação formal, coisa que Kayrus pouco conhece. - Disse ele com um sorriso tentando deixar o clima menos pesado.
  - Entendo, você tem razão, o seu amigo estúpido sequer deixou eu me apresentar e ficou me interrompendo, que raiva que da isso!
  - Não se preocupe que não tenho esse hábito, agora vou te contar tudo o que você precisa saber, será melhor do que responder as suas milhares de perguntas embaralhadas.
  - Tudo bem, estou ouvindo.
  - Agora que se acalmou, ouça com atenção, você veio de uma outra era da criação, possivelmente a era futura, eras da criação são os recomeços da totalidade, ou seja, de absolutamente tudo o que existe, é aquilo que em seu mundo chamam de Big Bang, que nada mais é do que o fim de um universo e nascimento de outro, pois a existência nunca é cessada definitivamente.
  - Humm continue. - Disse ela mesmo sem não entender muita coisa.
  - Ainda não sei ao certo como os Oarians conseguiram contactar a era futura da existência e ainda trazer uma alma de lá, mas o que posso lhe dizer é que aqui onde está é muito mais complexo do que uma outra dimensão, você regressou no tempo para antes mesmo de seu próprio tempo existir.
  - Nossa assim você vai fazer minha cabeça explodir, vamos fazer o seguinte, me conta só o básico resumido por enquanto, depois eu vou aprender tudo e entender melhor, tá bom?
  - Como quiser, continuando, as divindades Oarians, ou pseudos como Kayrus chama os auto-intitulados deuses, usaram sua estranha conexão com ele para conseguir um jeito de sair de sua prisão em Tarantinon, o nome real daquele mundo em que esteve, onde os poderes dos condenados eram reduzidos drasticamente ao mínimo possível dentro da barreira planetária. Durante sua viagem, Atinus fez questão de fazer você ficar tocando nele durante todo o tempo, para lhe fazer ver exatamente tudo o que ele queria, ou seja, tudo o que você viu, ouviu até uma parte do que aprendeu eram falsos, porém, eles precisavam te transformar em uma guerreira de verdade para assim aumentar seu henzo até ser suficiente para o plano deles de se libertar daquela prisão divina antes de sua condenação final, chamada de Colheita.
  - Nossa... Agora sim estou entendendo melhor, e esse nome "colheita", acho que ouvi isso do Holturian que lutou comigo, mas não dei importância por não entender do que se tratava.
  - Tarantinon é a prisão de deuses malignos condenados pelo conselho de entidades deste multiverso em que estamos, Kayrus devia estar preso ali por que estava sem a maioria de seus poderes em mais um de seus treinamentos insanos, eu não sei exatamente como ele foi parar lá, isso você terá de perguntar a ele depois.
  - Não vou perguntar nada pra aquele estúpido mal educado, mas continue.
  Hotaizo ri com as palavras dela, estranhamente ele tinha gostado daquela guerreira mortal que a pouco havia sido salva pelo seu impiedoso companheiro de guerra, algo extremamente raro de acontecer já que Kayrus não costumava se importar em salvar ninguém.
  - Então os Oarians conseguiram um jeito de contactar você, e com muita "conversa criativa" a convenceram de ajudá-los em seus planos! A verdade é que sim o tempo em sua era existencial não irá avançar nada em relação a esse por que agora tecnicamente ele sequer existe, quando voltar você irá retornar exatamente ao mesmo momento em que deixou seu mundo.
  - Você pode me ajudar com isso?
  - Infelizmente não, está além de minhas capacidades no presente momento, e também você ainda não pode voltar ainda por outro motivo.
  - Qual?
  - A balança está desequilibrada, você, querendo ou não, foi percursora de uma grande mudança nesse lugar, só poderá retornar ao seu mundo quando compensar seus erros aqui. Você ajudou na fuga dos Oarians de sua prisão divina e se tornou inimiga dos Holturians, sim aqueles seres não viventes cheios de estacas que você viu, eles são soldados rasos, mas ainda assim destruir um deles vai ter terríveis consequências, eles eram os responsáveis pela execução dos condenados ali uma vez a cada novo ciclo, a chamada colheita, ou seja, apenas faziam o seu trabalho, porém como eles aos seus olhos eram feios e horrendos, você os tomou por inimigos sem nem pensar duas vezes, e aos Oarians que eram o oposto, você confiou cegamente, causando toda esta situação em que se encontra agora, essa é a maior indignação de Kayrus.
  - Entendo, no fundo vocês tem razão mesmo, mas mesmo vocês tendo razão eu ainda quero voltar assim que possível, e também tenho muitas dúvidas que você não explicou. - Disse ela com a cabeça baixa.
  - Você tem sim uma estranha ligação com Kayrus que nem eu mesmo sei explicar, nos iremos descobrir isso um dia, contudo, se você está aqui é por algum motivo, uma coisa dessas não aconteceria em vão jamais! Seu título de Guerreira é verdadeiro, use seu novo nome com orgulho, tenha fé em si mesma pois sua missão aqui está apenas começando!
  - O que? Como assim "começando"? Eu já queria que tivesse era terminando!
  - Compreendo você, mas ouça, seu henzo e o de Kayrus que também estava sendo usado ali, são ligados de alguma forma, os Oarians precisaram de ambos pra poder escapar, agora você terá de desfazer todo o mau que fez aqui e em seguida tenha certeza de que vamos encontrar um jeito de lhe mandar ao seu mundo.
  - Assim espero, mas como eu vou desfazer todo mau que fiz aqui? Não sou tão poderosa quanto vocês e os Oarians, não sei nem o que os Holturians farão contra mim agora.
  - Venha comigo Arezza, suas dúvidas restantes serão sanadas em breve, você tem de evoluir muito ainda.
  - Já ouvi esse tipo de conversa antes, que garantias você me dá de que não é mais um Atinus da vida?
  Então Hotaizo larga seu bastão no ar e junta as palmas das mãos frente ao peito, em seguida as abre lentamente até surgir seu Henzo em forma de nuvem redonda de cor roxa escura com alguns símbolos estranhos ao redor, mais pareciam letras de um outro idioma, Arezza observa atentamente.
  - Veja Guerreira Púrpura, essa é a minha essência, tens percepção suficiente para ver que eu não sou como aquele Oarian que nunca mostrou a dele a você não é?
  Ela percebe se tratar de alguém diferente, já havia aprendido o básico de decifração de essências durante o treinamento com os Oarians, uma de suas últimas lições.
  - Nossa, quem dera se no meu mundo fosse tão fácil assim saber quem é quem de verdade! Obrigado por isso, e onde você quer me levar?
  - Vamos ao encontro do quinteto do qual faço parte, Kayrus é um deles.
  - Iiih já vi que não vai prestar...
  - Não se preocupe que os outros não são como ele, você estará segura conosco, até porque mesmo se os deuses que usaram você não te vejam como ameaça, os Holturians não compartilham dessa opinião.
  - Então vamos, pois ainda tenho centenas de perguntas e você vai ter de me aguentar até lá!
  - Sorte que a viagem é curta...
  - O que que você disse aí papai Noel paraguaio?
  - Agora sou eu que não faço ideia do que ela tá falando. - Pensou ele sorrindo.
  E assim os dois, que pareciam ter se dado bem, saíram voando velozmente na mesma direção que Kayrus foi anteriormente, ela só pensava nos momentos terríveis que tinha acabado de passar com os Oarians, a cena de Atinus falando tudo aquilo e lhe virando as costas no momento de seu desespero não saia de sua mente e doíam em seu coração. Mas Arezza ainda não sabia das consequências dos seus atos ingênuos, Hotaizo não tinha todas as respostas que ela precisava saber, porém, em breve saberia de tudo, sua jornada verdadeira ainda estava apenas começando, mas as lições aprendidas ali iam durar por toda sua vida.

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⏰ Última atualização: Jun 06, 2018 ⏰

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