Parte 2 - Voyeur

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Gabrielle

Depois da primeira vez que dormimos juntos, Liam não parecia muito confortável quando me via. Em um momento que ficamos a sós no bar na semana seguinte ao ocorrido, resolvi tocar no assunto. Embora soubesse que ele tinha vindo nos encontrar com o mesmo objetivo daquela noite, achei que precisava conversar pra deixá-lo mais relaxado e pedi um uísque.

— Toma, bebe. — passei o copo que o bartender tinha acabado de me entregar.
— Por que isso? — ele perguntou hesitante.
— Porque você precisa relaxar! Eu não vou me apaixonar por você. Fica tranquilo. — passei a mão em seu rosto, com uma barba que começava a crescer.

Ele riu sem graça e sem conseguir me encarar, mexia o gelo no copo com a ponta do dedo.

— Não sei deveria ter vindo — ele disse.
— Você não é obrigado a nada. Mas achei que tinha curtido... não? — procurei que me olhasse de volta.
— Foi bom... Só não me parece certo.
— De novo, você só faz o que tiver vontade. Seu irmão não tem nenhum problema em ver nós dois juntos. Você sabe que foi ele que pediu e veio porque teve vontade. Não foi?
— Sim.
— E hoje também? — questionei e ele deu um gole na bebida pra responder, fazendo careta.
— Tô aqui porque quero... — afirmou.
— Viu?
— Quero você.
— Hmm... — respirei fundo — Vê mais uma dose aqui pro meu amigo. Dupla dessa vez, por favor! — desconversei.

Matt voltou do banheiro e perguntou:

— O que vocês estão bebendo?
— Jack. Quer também? — eu disse.
— Vou de Fireball. — Matt respondeu, já aproveitando pra pedir no balcão.
— Parece que Liam queimou a largada e não esperou a gente. — eu disse.
— Talvez ele precise de um pouco mais. — brincou dando um tapa nas costas do irmão.

O rapaz nos serviu nossas bebidas e Liam já parecia ligeiramente alterado, com poucas palavras, rosto corado e um sorriso frouxo causado pelo álcool.

— Um brinde? — Matt propôs.
— À Gabby?! — disse me encarando.
— À Gabby! — Matt respondeu, ambos erguendo o copo.
— Vocês vão me deixar mal acostumada. — eu estava lisonjeada por ter dois homens lindos me desejando.

Matt me abraçou por trás deslizando a mão pela minha cintura até minha barriga, beijando meu ombro à mostra.

Liam virou o copo de uma vez como se vira um shot. Se continuasse bebendo daquele jeito, ia voltar pra casa apagado.

— Acho que a gente já pode sair daqui, não? Se não quiserem ir, tudo bem. — Liam disse.
— Já vamos, irmão. Você tá ansioso ou quer fugir da gente?
— Não enche! — Liam falou.
— Ah, Matt, não mexe com ele. Acho que sei como fazê-lo se sentir melhor. — cheguei mais perto e o abracei.

Ele pareceu resistir de cara, mas acabou aceitando o abraço. Eu estava posicionada no meio de suas pernas, sentado no banco alto do bar. Senti seu nariz encostar no meu pescoço, sentindo meu perfume. Ele acabou se rendendo e me abraçando de volta, olhando fixamente pro irmão por cima do meu ombro.

— Desculpem interromper o romance, mas acho que tínhamos algo mais interessante pra essa noite. — Matt disse.
— Vem, vamos embora! — eu falei ao sair do abraço.
— Segura essa animação, meu brother. — Matt brincou olhando pra calça de Liam, visivelmente excitado depois do abraço. Só de encostar, já acendia tudo. Matt não ouviu o que Liam tinha me revelado, mas talvez até gostasse de saber.

Fomos os três pra casa para mais uma noite incomum. Ao entrar, Matt me chamou num canto e disse:

— Não sei o que tá acontecendo. De qualquer forma, dá uma atenção pra ele. — e deu uma piscadinha, enquanto eu concordava.

O que o mestre mandarOnde histórias criam vida. Descubra agora