Segunda-feira, 7 de março, Charlotte, Estados Unidos
Não falei com Harry o fim de semana todo, somando então o tempo mais longo que não nos falamos desde aquele ano inteiro. Apesar de eu o estar ignorando, Harry veio nos dois dias de manhã bem cedo bater em minha porta e me convidar para o café-da-manhã e, mais tarde ao cair da noite, ele se sentava do lado de fora e ficava falando sozinho, ou então implorava que eu abrisse a porta.
Sei que parece cruel quando digo assim, mas eu queria que Harry entendesse que a melhor coisa a fazer era ficar longe, mesmo que isso doesse profundamente. E doía. Muito.
- Abby, vamos tomar café? - ouço Harry bater a minha porta. Olho para me reflexo no espelho. Nos dois dias sem Styles eu não comi nada e não senti a mínima vontade de o fazer. Suspiro para mim.
- Patética. - murmuro baixinho e tomo uma decisão. Pego minha jaqueta e me encaminho até a porta, antes que Harry bata pela terceira vez eu a abro e nossos olhos se encontram. Mil emoções se passam entre nós e em seus olhos em um milésimo de segundo. Surpresa. Raiva. Ressentimento. Dúvida. Angústia. Medo. Alívio?
- Abbigail. - ele me cumprimenta e eu aceno com a cabeça, cumprimentando-o de volta. - Você está bem? Parece pálida.
E então foi ai que começou, no dia 7 de março, o nosso "não vamos falar sobre isso, apenas siga em frente". Concordo com a cabeça e Harry e eu seguimos para o elevador em silêncio. Dentro do elevador, a atração entre nós era inevitável e maior em vários sentidos. Me remexo, desconfortável.
- Abby. - Harry me chama enquanto saímos do pequeno espaço e caminhamos para o salão de café. - Você comeu nesse fim de semana?
- Não. - nego baixinho e cometo o erro de olhá-lo. Harry está com raiva, uma das grandes.
- Cacete, Abbigail, eu tenho que ficar cuidando de você? - ele briga, parecendo falar mais consigo mesmo. Suas palavras me afetam e lhe dou as costas, caminhando de volta para o elevador, mas sinto sua mão enorme segurar meu braço fino.
- Me solta. - peço sem olhá-lo. Harry suspira.
- Abby, me desculpa. Sei que não precisa que ninguém cuide de você, mas, céus, o que eu faria se você desmaiasse lá dentro? Eu nem saberia, já que você não fala comigo. - olho para ele depois de ouvir tanta angústia em sua voz. Ele estava realmente apenas preocupado comigo.
- Certo. - me rendo e ele me solta devagar.
- Vamos comer, você precisa de um prato bem cheio. - ele tenta brincar e eu apenas assinto, caminhando ao lado dele até o salão que está parcialmente vazio. Olho o buffet e ouço meu estômago roncar em aprovação. Minha boca saliva enquanto Harry e eu nos aproximamos dos frios, pães, frutas e tantas milhares de coisas.
Pego um prato e começo a me servir e, antes que note, já está completamente lotado, mas não me importo. Estar com Harry me dava vontade de comer. Mais do que isso, me dava vontade de estar viva.
Balanço minha cabeça, afastando esse pensamento e pego um copo de leite. É a primeira vez em anos que sinto vontade de tomar achocolatado.
- Assim que eu gosto. - Harry brinca, cutucando de leve minhas costelas me causando cócegas. Não consigo conter um meio-sorriso e isso o faz sorrir. - Vamos, sorria, Abbs.
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Muse // H.S
FanfictionTodo compositor precisa de uma musa inspiração, certo? Abbigail Greene é o tipo de garota que realmente não seria usada por um. Sua vida se resume em festas, bebidas e "noites de diversão" com vários caras. Ela, como sua melhor amiga a define, é a "...