Nordeste
Seca e solidão
Pobreza e escravidão
Onde só habitam
Os cabra da peste
Esquecidos de antemão
No nosso nordeste
Sou recifense
Com muito orgulho
Meu nordeste
Pela seca
Vira destaque
As vezes pelo puxado sotaque
De berço dos poetas
O nordeste é chamado
Tão rico e aclamado
Mas também
tão desvalorizado
Enquanto todos focam
Em São Paulo
Ou Rio de Janeiro
Eu não me dou vencido por inteiro
Não desisto das coisas, de modo fácil não
Pois habita dentro de mim
o sangue do lampião
E ainda
Há quem me culpa
Há quem me critica
Logo eu
O esquecido, que sempre fui
A maior vítima
Jvso12
