Os Sartorelli - A Mafiosa (Completo Amazon)

Capítulo 18 - Matar ou morrer

— Ei Sophie! - o meu irmão puxa o meu braço e olha nos meus olhos - Não nos podemos separar mas se algo me acontecer...

— Para de dizer asneiras, é só termos atenção e ficarmos juntos que num piscar de olhos estaremos na rua. - Fácil de falar mas não estou com muita confiança.

Ele beija a minha testa e coloca-se na minha frente de costas para mim com um dos vidros no bolso. Os nossos passos são calculados, silenciosos e estratégicos porque não sabemos o que nos espera, vozes de homens aproximam-se, como estávamos os dois perto da porta do meu quarto então decidimos entrar no cômudo e esperar que as vozes se afastem mas para nosso mal os homens estão cada vez mais próximos, são duas vozes diferentes e é a nossa oportunidade para conseguir duas armas. Claude esconde-se por trás da porta comigo, assim que os soldados entram para me procurar Claude salta para cima do soldado que está mais a frente e corta a sua garganta e eu fecho a porta e espeto o meu vidro nas costas do segundo soldado, ele vira-se pronto atirar em mim mas o meu irmão é rápido e com um gesto preciso ele estala o pescoço do homem. Não há tempo a perder por isso retiramos todas as armas dos corpos jogados no chão e voltamos a sair para o corredor de acesso ao elevador e às escadas. Carrego no botão do elevador mas o mesmo nem dá sinal...

— O elevador não está a funcionar!

— Merda, ela calculou tudo ao pormenor. - Claude olha à nossa volta para pensar numa saída - Temos de ir pelas escadas.

— E os nossos homens?

— Eles têm os aposentos no andar de baixo perto dos soldados da Lilian.

— E como vamos chegar até eles? - Será que eles estão bem?

— Não vamos Sophie.

— Eu não os vou deixar para trás.

— São soldados treinados para dar a vida pelo seu capo.

— Eu não sou assim, eles entraram aqui comnosco e saem daqui comnosco e para além disso precisamos de uma ajudinha. - Eles são mais que soldados, são amigos.

— Eu sei que me vou arrepender!

— Obrigado, vamos lá! - Abro um sorriso honesto.

Descemos as escadas até o andar de baixo e temos acesso à cozinha que está vazia, estamos perto da hora do jantar e nem cheiro a comer há no ar, passamos por trás do armazém da comida e vamos ao corredor de acesso aos quartos e para piorar tudo não sabemos qual o quarto dos nossos soldados, ouvimos algumas vozes mas não dava para entrar em cada quarto e confirmar de quem pertenciam...

— Precisamos de faze-lo sair dos quartos.

— Fica aqui que eu volto já.

— Mas tu disseste para ficarmos juntos.

— Não demoro fica quieta. - Ele vira costas e desaparece.

Ele volta à cozinha e eu fico por longos minutos, na verdade pareceram horas escondida perto de um grande móvel que enfeitava o espaço...

— Cheguei.

— Finalmente!

— Fui de novo ao quarto buscar os intercomunicadores dos soldados da Lilian, estás a ver aquele roupeiro ali ao fundo?

— Estás doido? Temos de passar por todas as portas para o alcançar. - Endoideceu.

— Tem de ser, vamos entrar ali dentro e pelo intercomunicador vou alertar para uma intrusão no prédio e assim os quartos ficam livres.

— Eu espero que isso dê certo!

Ele pega no intercomunicador e começa a dar ordens para que todos os soldados se apressem e se apresentem na porta do prédio, alguns instantes depois e com muito alvoroço, vejo soldados a correr porta fora . Esperámos um pouco para ter certeza que todos haviam saído e abrimos as portas dos quartos uma por uma até encontrar o aposentos da nossa equipa, reconheci a mochila de Arim e os óculos escuros de Rigs mas para além do quarto apresentar sinais de luta, não havia rasto de onde eles poderiam estar neste momento...

— Se acontece algo a estes soldados...

— Cabeça fria maninha, vamos sair daqui e buscar ajuda para os resgatar-mos.

— Eu sei mas está difícil de manter o sangue frio Claude.

— É melhor irmos antes que os soldados regressem.

Voltámos a passar na cozinha mas em vez de irmos em direção à sala, decidimos continuar por um outro corredor que nos levavam a uma escadaria diferente, a meio da descida ouvimos um grupo de homens a subir e decidimos abrir uma das portas que dava acesso a um andar escuro, sem de coração e com um ar abandonado, onde será que me vim meter? Três soldados de Lilian aparecem na nossa frente e a eu atiro num acertando na testa, corro para trás de uma pilha de madeiras e olho para o meu lado esquerdo para constatar que Claude também está abrigado por trás de uma pilha de bidons, ele faz sinal para lhe dar cobertura, levanto um pouco e começo a atirar e recebo vários disparos como resposta, Claude fica do meu lado e começa a a tirar também, no meio do fogo cruzado conseguimos matar os dois homens mas ficámos sem balas e as armas deles também estavam quase vazias, haviam faças e explosivos, era tudo o que nos restava. Voltámos à escadaria pois seria mais prudentes mas alguns deles devem ter ouvido tiros e descem agora os andares a correr para nos alcançar, teremos de encontrar outra saída. Corremos pelo amplo espaço e encontrámos umas escadas de emergência. Era arriscado descer pelas escadas que ficavam a vista de todos e depois de dois lances mais abaixo ou seja no segundo andar do prédio nós abrimos uma a janela e voltámos a entrar no prédio, meu deus nem sei em qual dos edifícios nos encontramos...

— Sophie olha só, estamos no museu Lycan!

Sem dúvida que era um museu privado, por todo lado havia quadros e fotos da família em molduras trabalhadas, diplomas, em vitrines estavam espostas medalhas e troféus de desportos praticados pelos membros Lycan. O meu pai sorria sempre do lado do irmão pelo menos até à adolescência. Nas últimas fotos registadas em família ele estava sério e o irmão afastado. Algo aconteceu, existe uma de cada um dos filhos de Lilian fardados como soldados, o meu pai está com ar sério e frio e o irmão está de perfil como de resto em quase todas as fotos mais recentes o meu "tio" está de perfil. O homem que sorri do lado de Lilian deve ser o meu avô, parece ter sido um bom homem, ele sorri para ela com ternura. Que segredos se encode por trás desta família?

Pego numa foto curiosa e guardo no bolso sem que Claude veja, acho que vou procurar o meu querido Tio...