Capítulo IV

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Momentos que quero esquecer

Elena

Os dias foram passando e eu cada dia mais apaixonada pela escolha que fiz. Estava amando viver aqui sozinha sem nada com o que me preocupar, apesar de estar morrendo de saudades da minha família, que sempre era muito unida e não disperdiçavamos nenhuma oportunidade de se reunir.
Mas foi preciso, eu precisava sair de lá, precisava sair daquele relacionamento sufocante que tive e mesmo após o término vivia cercada de ameaças, e pedidos pra reatar. Logo quando conheci Thiago me encantei, era um cara alto, bonito, com um sorriso misterioso que levava qualquer mulher pra cama. Estava no último ano de faculdade prestes a me formar, até então nunca tinha namorado na vida, e nem queria, pois vivia muito bem sem precisar dar satisfações a ninguém. Mas aí quando vi já estava no apartamento dele totalmente nua e bêbada, naquele dia tranzamos tão loucamente que achei que tinha encontrado o amor da minha vida, o cara era carinhoso, bom de  cama, super gato, jovem e rico o pacote completo. Parecia bom demais pra ser verdade, e era. Ficamos discretamente por uns meses até que resolvemos assumir, pois "estávamos " loucamente apaixonados. Levei Thiago pra conhecer minha família que o acolheu como um filho, ele me apresentou sua mãe, que de cara não foi tão receptiva como meus familiares, mas ele era tão perfeito que nem dei importância. Depois de um tempo que estávamos oficializados, comecei perceber que ele já não era o mesmo, estava possessivo, controlador, ciumento e quando eu resolvia questionar ele se tornava agressivo chutava e quebrava as coisas, mas depois sempre vinha me pedindo perdão e me fazendo acreditar que aquilo foi por minha culpa. Até que chegou o dia da minha formatura e eu e todos da minha família estavam todos empolgados. No final de toda a cerimônia chega a hora de comemorar e todos jogam seus chapéus e se abraçam. Dei um abraço no meu melhor amigo, e na minha melhor amiga, na verdade meus únicos amigos que considerava de verdade, e quando Thiago me viu abraçando Daniel, surtou e saiu me arrastando aos gritos do salão. Todos me olhavam com espanto, mas pra não ficar pior e mais feio resolvi não ir contra e acompanha-lo. Já no estacionamento Thiago me chama de vadia e todos os nomes mais estúpidos que ele se lembra no momento de raiva dele, e quando se vira pra mim com fúrias nos olhos me dá um tapa na cara que me faz cair de lado no chão. Nessa hora minha mãe e meu avô chegam e presenciam toda a cena, minha mãe corre até mim e meu avô acerta um soco na cara de Thiago, quando ele vai devolver eu me levanto e chuto no meio de suas pernas o que faz ele se encolher e sentar no chão.
- No meu avô não seu desgraçado. Esse tapa que levei de você foi o primeiro e último, nunca mais apareça na minha frente ou te faço engolir suas bolas. - digo com sangue nos olhos.
- Sua vagabunda, você vai me pagar por essa. - fala com uma expressão de dor no rosto.
- A vagabunda aqui senhor Thiago acaba de concluir a segunda faculdade aos 26 anos, enquanto o senhor com 28 mal começou a sua, então antes de abrir a boca pra falar da minha filha, mereça no mínimo ser digno de limpar o chão que ela pisa, seu imundo. Nunca mais apareça na nossa frente ou eu mesma me encarrego de você. - minha mãe diz com um tom tão ameaçador que me encolho me arrepiando  toda. Meu avô nos tira dali e nos leva pra casa onde o restante da família me espera com uma festa.
- Filha levanta a cabeça e comemore todo o seu esforço, por mais que seja doloroso não perca seu momento por causa de algo que jaja você supera.
Respiro fundo e entrei sorridente vendo toda minha família unida com vários cartazes lindos e me jogando confetes.
Espanto as lembranças ruins e começo me arrumar para conversar com o chefe de Administração de uma multinacional, que estagiei em umas de suas filiais quando morava em Minas.

TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora