You are the only exception

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 Louis

O resto do domingo foi-se basicamente com tentativas de falar com Niall, mas pelo visto ele não queria se comunicar com ninguém – muito menos comigo. Estranhei o fato dele não estar sentindo fome de dez em dez minutos como fazia usualmente: o problema deveria ser realmente sério. Pior ainda do que eu pensava: quando fui bater na porta do seu quarto para chamá-lo pra almoçar, ele escutava Someone Like You repetitivamente e cantava junto. Imaginei que estaria chorando pelo tom quebrado de sua voz e meu coração apertou. Ver Niall em tamanha depressão me deixava depressivo também, mas principalmente estático por não saber o que fazer. Pensei em ligar para a mãe dele e tentar resolver o problema, entretanto ela poderia inventar de vir até aqui e depois Niall diria que eu a arrastei pro meio do problema. Realmente, mães são muito dramáticas. Não, eu preciso de algo mais palpável, preciso de alguém mais acessível e…

—Greg! – Eu quase grito, pensando que posso ter achado uma resposta para os meus problemas.

Corri para o meu quarto e peguei o celular que estava sobre o criado-mudo, desbloqueei e rolei através dos contatos em velocidade recorde. Enquanto isso, Niall continuava cantando “nevermind I’ll find someone like you” com mais soluços do que realmente falando alguma coisa. No terceiro toque, ele atendeu.

—Alô?

—Oi, Greg, bom dia. Desculpa te ligar tão cedo, mas é que estou tendo um problema com Niall e preciso da sua ajuda. – Despejei tudo de uma só vez, num só fôlego. 

—Um problema? O que aconteceu? Foi algo grave? – Seu tom de voz já adquiria ares de desespero, tratei de acalmá-lo logo.

—Calma, Greg, não é nada tão grave, nada físico pelo menos. – Ele suspirou do outro lado da linha, como se já soubesse as palavras que viriam a seguir. —É que Niall conheceu um cara aqui e parece que eles brigaram. Agora ele está trancado no quarto ouvindo Adele repetitivamente e não quer falar comigo, nem mesmo com fome ele está. Eu fiz almoço e ele não quer, eu não sei o que fazer, Greg.

Do outro lado da linha, silêncio. Espero alguns segundos e apenas escuto a fraca respiração do Horan mais velho contra o telefone. É quase como se eu pudesse vê-lo massageando as têmporas. Por fim, suspira e me responde.

—Não acredito que Niall já arrumou alguém e ficou apaixonadinho na primeira semana em Londres. Eu sabia que isso aconteceria, ele é tão menininha! Sempre que alguém parte seu coração ele se tranca no quarto e fica ouvindo músicas tristes, às vezes até cantando junto. É a única situação em que Niall não quer comer. Geralmente, quando isso acontecia lá em casa nós simplesmente ignorávamos e ele voltava ao normal eventualmente. Havia tanto tempo que ele não fazia essas cenas. Deus, eu estou tão envergonhado por estar passando por isso com você agora, Louis. Eu imaginei que pelo menos demoraria mais pra isso acontecer.

—Mas é só isso que vocês faziam? Ignoravam e deixavam o menino chafurdar em dor? Eu odeio essa sensação de impotência, sabe? Eu quero fazer alguma coisa pra ajudar! Eu até fiz almoço. Tudo bem que eu não sou um exímio cozinheiro e que minha comida tem gosto horrível, isso quando é tragável, mas, mesmo assim, eu imaginei que Niall não negaria comida em nenhuma circunstância. Você sabe que o Niall vive fazendo aquela carinha de cachorrinho fofinho pelos cantos, pensar naquela figura alegre com tanta dor me parte o coração.

—Eu sei, Louis. Eu estou aflito aqui em casa, louco para ir até aí e arrebentar a cara de quem fez isso com o meu irmãozinho. – Engulo em seco. —Mas eu não posso sair de Doncaster, pelo menos não hoje. Faça o seguinte: deixe Niall sozinho por enquanto e tente ignorá-lo. Mais tarde ele já deve ter gasto suas energias molhando o travesseiro. Espere umas cinco horas, deve ser o suficiente para a razão começar a atingir o cérebro dele. Então faça comida, algo bem apetitoso e que espalhe o cheiro pela casa, de preferência que impregne tudo. Coloque o filme “Bonequinha de Luxo” e deixe o ratinho vir até a ratoeira. Niall não consegue resistir a esse filme quando está depressivo, é meio que minha coisa com ele, sabe? Como eu não estou presente você vai ter que fazer o papel de irmão mais velho.

Nothing can come between you and I ↪ Larry & Niziam☑ [Em Correção]Onde histórias criam vida. Descubra agora