Capítulo um

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NOTAS INICIAIS:

ESSA FANFIC FAZ PARTE DO DESAFIO #AMORDEFRASES DO GRUPO INKSPIRED BRASIL

ESSA FANFIC CONTÉM MORTE, ANGST E DEPRESSÃO, SE VC FOR SENSÍVEL A ALGUM DESSES ASSUNTOS, NÃO DEVE LÊ-LA.

CONTÉM A DOENÇA LITERÁRIA HANAHAKI BYOU

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"O amor nasce de pequenas coisas, vive delas 

e por elas às vezes morre."

— Lord Byron

No auge dos seus dez anos, Tony era a criança mais popular, e 'descolada', da sua escola. Filho de pais ricos e muito inteligente, Anthony Stark se destacava em tudo que se propusesse a fazer.

Mas apesar de todos os sorrisos convencidos e o ar convencido, Tony detestava sua vida. Seu pai nunca estava por perto, não ligava pro filho e jamais notava algo que Tony fizesse – e Tony o fazia justamente para chamar a atenção dele. Sua mãe, muito carinhosa e gentil, não compreendi o filho. Para ela, se Tony ficasse triste ou chateado com a ausência do pai, era só dá um presente caro, e de última geração, que passava.

Sua vida popular na escola também era uma farsa. Todos que o rodeavam, não queriam nada além da sua riqueza, privilégios e a bendita popularidade. Não havia ninguém ali que soubesse do seu pai ausente ou sua mãe carente. Não sabiam das noites em que ficava acordado tentando ficar ainda mais inteligente para que seu pai o notasse. Não imaginavam que, ao tomar banho, Tony chora debaixo do chuveiro para não correr o risco de ser ouvido.

Entretanto, estar sozinho era pior do que estar com seus amigos falsos. Sobreviver com uma máscara de sorriso era mais seguro do que deixar com que vejam suas rachaduras. Mentir sobre uma vida feliz era melhor do que viver sob olhares de pena. Tony se acostumou com a solidão em sua alma e o barulho em sua cabeça.

Isto é, até ele aparecer.

Na metade do ano, onde ninguém espera que aconteça coisas novas, o colégio particular Avengers high school recebeu um aluno; um garoto louro, franzino, com os olhos azuis e uma expressão tímida. Tony o detesto no mesmo momento.

E ele não era o único. Os garotos da turma implicaram com ele no mesmo dia, e o garoto louro nada dizia, aceitando os insultos e os empurrões. Além de covarde, também era fraco, foi o que Tony pensou.

Se manteve longe do pequeno garoto, não querendo se misturar com alguém com uma aparência tão miserável. O menino – cujo o nome Tony não lembrava – parecia viver com a mente longe dali, às vezes os olhos lhe encaravam sem vida.

Ficou curioso sobre o que aconteceu para que ele agisse assim sem nem ao menos esconder, como comumente Tony o fazia. Mas não queria perguntar. Não queria se envolver. Evitou olhar para ele, fingindo que ele não existia.

Os meses se passara, e as brincadeiras ficavam cada vez mais perigosas. As agressões verbais progrediram para físicas e era comum ver Steve (escutou a orientadora chama-lo assim) sujo ou com alguns hematomas pelo corpo. Sempre que o via ser assediado, Tony repetia o mesmo mantra: Não se envolva, você não o conhece e isso não tem nada a ver com você. Até então, na sua mente, Tony estava fazendo um favor para os dois.

Ele só não podia admitir para si mesmo que ele e Steve eram iguais. Não conseguia nem pensar que era tão covarde quanto ele e, a única verdadeira diferença, é o fato de que Tony se escondia muito bem na máscara que criou.

E toda a sua indiferença fingida ruiu quando viu alguns garotos espancando Roger no vestiário da escola. Tony se meteu entre eles, e os meninos recuaram; mesmo sendo maiores e mais fortes, todos naquela escola, sabe bem quem Tony Stark é.

— Achei que não se importasse. — Steve murmurou quando Tony o ajudou a levantar.

— Eu não me importo.

— Então por que os impediu? Por pena?

— NUNCA MAIS DIGA ESSA PALAVRA PERTO DE MIM, — Tony gritou tremendo. — NINGUÉM DEVERIA SENTIR PENA DE OUTRA PESSOA.

Steve não entendeu a explosão do colega de classe, por isso não retrucou. Tony fugiu, como o bom covarde que era, e Roger não conseguiu agradece-lo.

Tony não queria que ele agradecesse. Ele queria esquecer que o ajudou e continuar seguindo com sua vida, como sempre fez. Mas tudo foi arruinado no momento em que Tony olhou nos olhos de Steve, durante seu surto.

Naquele momento ele estava sem máscara. Naquele exato momento ele estava despido de qualquer armadura. Nos olhos escuros Steve pode ver a profundeza das rachaduras de Tony.

Steve viu sua alma através dos seus olhos assustados. Viu seu claro pedido de socorro na escuridão dos seus próprios pesadelos. Steve se viu refletido na exaustão emocional e psicológica do colega.

E não havia como Tony fugir disso.

Pétalas ao VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora