Que merda hein, Sellene?

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Mas você pode ter certeza...
De que seu telefone
Irá tocar...

Em sua nova casa
Que habita agora a trilha
Incluída nessa minha
Confissão.

Eu só queria te
Contar...que vi
Dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação

Cassia Eller♡

Fiquem agora com o capítulo de hoje...

Continuo no jardim e decido me deitar em cima de um  dos bancos de madeira e acabo pegando no sono ali mesmo, como uma mendiga... só que com menos dignidade. Acordo de madrugada morrendo de frio e um pouco molhada pela geada. Meio perdida, sem saber onde eu estava, mas logo lembrei.

-Que merda, hein Sellene? -falo para mim mesma quando percebo que também não lembro onde deixei meu celular, só lembro que estava com ele antes de pegar no sono. O jardim está um pouco iluminado mais mesmo assim fica difícil de achar um objeto.  Fico caminhando entre os canteiros a procura dele.

-Vem cá, meu bebê, vem pra mamãe...-falo como se o celular fosse um cachorrinho que correria para mim quando eu chamasse, sorri da minha própria idiotice. -Que droga, preciso me lembrar de ser mais cuidadosa.-falo pra mim mesma. De repente o gramado é iluminado por uma luz branca que vasa de uma janela. Viro-me e olho para a casa dele. A luz vem do seu antigo quarto.

-Será que alguém invadiu a casa dele? -pergunto para mim mesma.

Logo após vejo uma sombra se aproximar da janela e afastar a cortina azul claro. E mesmo com a distância e a falta de iluminação eu percebo que é ele. E ele está me olhando. Eu sinto minha pele esquentar com o seu olhar, sinto meus olhos arderam querendo chorar, mas eu não vou chorar. Pelo contrário, não movo um músculo, fico parada e sustento o olhar. Não vou desviar o rosto. Não vou fugir. Pelo menos não agora.

Eu até chego à praguejar mentalmente por não poder ver seus olhos verdes daqui. Nem suas discretas sardas,

Nem eu nem ele desistimos, e assim ficamos por cerca de dois minutos. dois longos minutos. Até que meu celular toca de cima de um dos bancos me dando um tremendo susto, caminho até ele ficando de costas para a janela e olho para a tela do celular . Já passam das duas da manhã e eu aqui. Desligo o celular e coloco no bolso da calça jeans. Volto a olhar para a janela do quarto dele. Mas ele não está mais lá. E a janela está fechada como sempre esteve desde sua partida.

-Será que foi coisa da minha cabeça? -pergunto a mim mesma.-Era só oque me faltava a  Emília me deixou paranóica agora com aquela conversa louca dela.

Caminho até a porta dos fundos e olho uma última vez para a janela que continua fechada como sempre esteve nos últimos dois anos.

-Para com isso Sellene, deixa de ser trouxa.-me repreendo e entro em casa. A casa estava totalmente escura, caminho com cuidado até onde eu sei que fica a geladeira, a abro e tiro o achocolatado, caminho até o armário e tento tirar o pote de cookies de cima da última prateleira.  Mas acabo me frustrando ao perceber que não consigo alcançar o pote. Sou muito baixinha. Acendo a luz da cozinha e arrasto um banco até o armário e subo. Por pouco eu não caio duas vezes mas acabo conseguindo alcançar o maldito pote. Me sento na mesa e finalmente me acabo comendo uma das minhas comidas preferidas: Cookies.

Depois que enchi minha barriguinha, guardei tudo nos seus devidos lugares para que a dora Liara não soubesse que me enchi de cookies em plena madrugada , desligo a luz e subo para o quarto morrendo de cansaço. Tomo banho e me deito para dormir e assim que deito a desgraça do sono desaparece.

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