Anjo, meu tão
Amado anjo.Bem sei que estás,
E eu dobrando o sono
Ei te acordar, para
Os teus olhos ver
Uma vez...Mas...
O verdadeiro amor
EsperaUma vez mais...
Quando eu te vi
Meu mundo adormeceu
Quando eu te vi...
O mundo amanheceu.Mas você partiu sem mim...
E sei que esta em
Algum jardim,Entre as flores...
-Ivo Pessoa♥
Fiquem agora com o capítulo de hoje...
Tento abrir a porta mais lembro que estou sem minha chave, coloco as sacolas no chão e toco a campainha.
Logo meu pai vem abrir a porta, e me olha parecendo não me reconhecer.-Em que posso ajudar? -pergunta ele para mim.
Não consigo me controlar e caio na gargalhada. Como pode meu próprio pai não me reconhecer? Ele me olha ainda mais com cara de perdido. Até que eu consigo me controlar um pouco e paro de rir como uma drogada.
-Sou eu pai.-falo sorrindo do jeito confuso dele.
Mas ele continua me olhando sério como se eu fosse um canguru falante.
-Sou eu pai,Sellene.-falo agora séria por achar que ele estava tirando uma com a minha cara, deve estar fingindo que não me reconheceu, só pode.
-Sellene? É você? Sério? -pergunta me segurando pelos ombros e olhando meu rosto atentamente.-É você mesmo...nossa como está diferente, nem a reconheci.-fala sorrindo feito um retardado da sua própria falta de atenção.
-Percebi...-falo pegando as sacolas e entrando em casa. Minha mãe está sentada na mesa mexendo no notebook.
-Nossa, você ficou ainda mais linda filha.-fala minha mãe me olhando.-Que mudança radical, hein?
-Obrigada mãe, acredita que o pai nem me reconheceu?-pergunto rindo.
-Eu acredito sim, seu pai é super lento e distraído.-fala ela e ele dá um pigarreio para chamar nossa atenção.
-Eu estou aqui sabiam? -pergunta com a cara feia. Rimos da sua expressão.-E eu não sou lento e muito menos distraído.
-Claro que não...imagina se fosse...-fala ela sorrindo.-Quer jantar agora filha? -pergunta minha mãe mudando de assunto.
-Não mãe, obrigado mas estou sem fome hoje.-respondo recolhendo as sacolas para subir pro quarto.
-Deve ter se enchido de porcarias no shopping né? -pergunta meu pai com cara de desconfiado.
-Claro que não, comi só salada hoje.-minto mexendo nas sacolas na tentativa de não olhar para eles.
-Para de mentir, Sellene, todo mundo sabe que você não resisti aquelas besteiras de fast food.-fala ele de novo.
-Olha quem fala, o senhor acha que eu nunca o vi comendo rosquinhas escondido no escritório de madrugada? -pergunto e ele fica me olhando feio com cara de ofendido.
-Que calúnia, não acredita nela amor.-fala meu pai fazendo vozinha meiga para que minha mãe não brigasse com ele porque ela odeia que agente coma besteira, ela é a natureba da família.
-Até eu já vi.-fala ela dando de ombros.-Mas vou te dar esse desconto Orlando, pode comer suas rosquinhas de vez enquando, mas não abusa.
Ele sorri feliz para ela e me mostra a língua. Gargalho, meu pai parece uma criança as vezes. Consegue ser mais infantil que eu as vezes.
-Eu vou dormir, boa noite.-falo indo em direção a escada carregando as sacolas que ameaçam cair das minhas mãos a qualquer momento.
-O filho do seu Patrício veio até aqui procurá-la duas vezes hoje enquanto você estava fora.-fala minha mãe ainda olhando para a tela do computador.
-Quem? Aquele fedelho ridículo que fez a minha princesinha sofrer? -pergunta meu pai bravo.
-Ele mesmo.-responde minha mãe sorrindo do jeito ciumento dele.
-Oque ele queria? -pergunto como quem não tem interesse algum no assunto.
-Te ver, conversar, sei lá... ele disse que está com muita saudades de você.-fala ela sorrindo pra mim.-Ele é tão fofinho.
-Tá bom.-falo sentindo meu coração acelerar só por pensar que ele está tão perto.-Se ele vier novamente a senhora fala que eu não estou tá?
-Você tem certeza disso? -pergunta ela.-Não seria melhor conversar com ele?
-Acho que sim...-falo indecisa porque não sei se é a escolha mais sensata.
-Você quer que eu contrate alguém para matar aquele desgraçado meu amorzinho? -pergunta meu pai sério e leva uma cotovelada da minha mãe nas costelas no mesmo instamte. -Aiiii...
-Horlando, isso é coisa que se diga? -pergunta minha mãe brava, olhando feio pra ele.
-Desculpa...-fala ele passando a mão nas costelas. Deve ter doído bastante.-Eu tava brincando Liara, doeu muito viu?
-Era pra doer bastante mesmo.-responde ela zangada. Sorrio.
-Não pai, mas valeu, deixa pra lá eu até já esqueci essa história, boa noite, amo vocês.-falo voltando a subi as escadas em direção ao meu quarto. Mas acabo escutando quando minha mãe fala:
-Ela pensa que engana alguém...
Realmente eu não sei a quem estou querendo enganar, talvez seja a mim mesma. Todo mundo sabe que eu amava muito ele e um amor assim não se acaba tão fácilmente. Talvez eu ainda ame ele, lá no fundo. Mas eu me nego a admitir isso até para mim mesma.
Entro no quarto, coloco as sacolas no chão e tranco a porta, vou para o banheiro e tomo um banho quente para relaxar. Visto meu pijama do Bob esponja, coloco meus fones de ouvido e vou até a janela e me sento no sofá que fica à baixo dela para passar o tempo, e fico observando a janela do quarto dele que agora está aberta e o quarto totalmente iluminado.
Então não era mesmo coisa da minha cabeça, ele realmente voltou e está tentando me encontrar, mas eu não quero isso, não quero ficar cara a cara com ele. Tenho medo de ser fraca, de perdoa-lo. Ele não merece. Mas eu não sei oque aconteceria se ele me pedisse perdão. Eu não sei se conseguiria negar. Não sei se conseguiria não pular em seus braços. A saudade é tanta.
Vejo alguém passar em frente a janela e rapidamente eu apago a luz do abajur e fecho a cortina da minha, deixando uma brecha para que eu visse. Ele para de frente a janela e olha para a minha. Diretamente para a minha janela. Eu apenas vejo seu contorno pois ele está de costas para a luz. Minutos se passam e ele continua ali, a espera que eu apareça na janela provavelmente, mas eu não vou abri-la, mesmo estando morrendo de vontade. Pelo contrário, fecho a persiana devagar e vou para a cama. Preciso dormir mas acabo passando horas deitada, apenas pensando nele.
Amanhã começo a fazer minhas malas pela manhã, à tarde irei a casa de Emília me despedir dela, e a noite viajarei para Oregon. Pelo menos irei matar a saudade do vovô Roger e da vóvó Liesel, faz anos que não os vejo.
E depois de muito pensar, acabo pegando no sono.
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Anti social Social Clube
Fiksi RemajaNão. Isso não pode estar acontecendo. -Minha vida acaba de acabar. -falo triste. -Não precisa fazer esse drama todo filha, você só vai mudar de país. -fala minha mãe com a maior tranquilidade. -Só? só mudar de país? você acha pouco mãe? minha v...