Capítulo quatorze

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"A minha melhor regra é esperarmos o melhor e praparamo-nos para o pior." 

— Ezra Kramer.

      Acordei no dia seguinte já com muita dor de cabeça

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      Acordei no dia seguinte já com muita dor de cabeça. Tomei um banho e uma xícara de café com bolo. Ian me acompanhou novamente até a casa dá tia Cassie.

— Tem certeza que você não vai surtar de novo? — ele pergunta rindo.

— Não Ian — reviro os olhos — eu estou bem, só com um pouco de dor de cabeça.

      Quando entramos meu pai está sentado no sofá. Ao seu lado está uma mulher de meia idade com cabelos negros e olhos castanhos. Um nó se forma em minha garganta ao constatar que aquela era a mulher que tomou o lugar dá minha mãe.

      Sentada em uma das poltronas está tia Cassie e em outra uma garota. Seus cabelos são loiros, embora eu perceba que não são naturais, mas seus olhos. Azuis. Como os meus, os do Rick e os do meu pai.

      Ela era a filha que ele teve com aquela mulher. Minha meia-irmã. Me sento em um sofá menor com Ian ao meu lado.

— Pois bem — digo — O que você quer de mim?

— Antes de tudo, quero pedir perdão filha — ele diz olhando para as próprias mãos — Perdão por não te procurar por tanto tempo. Por não dar a você e sua mãe o apoio ideal.

      Eu não falo nada, apenas continuo encarando ele. Estava me controlando para não chorar ou gritar com ele.

— O que vim pedir é muito sério. Não exijo que você aceite, é algo grande.

      A mulher segura sua mão de modo confortador e o frio em minha barriga só cresce.

— Depois que você e sua mãe foram embora eu me vi perdido. Me deixei levar pela bebida. Quase perdi minha licença médica.

      Acho que eu entendia onde ele queria chegar e não gostei nada daquilo.

— Virei um alcoólatra. Não me orgulho disso, mas me orgulho de, depois de quase oito anos bêbado, ter enfim conseguido ficar sóbrio.

      Ele olha para mim. Posso ver nos seus olhos que está arrependido dos anos que passou bebendo e se afundando.

— Voltei as salas de cirurgia faz seis meses, infelizmente descobri que estou doente. Muito doente.

      Eu respiro fundo.

— Bebi demais, muito mesmo e meu fígado...

      Ouço uma gargalhada no ar que o interrompe. Então percebo que o riso vem de mim.

— Isso só pode ser uma piada. Um transplante! Você quer um pedaço do meu fígado?!

       A ideia me parecia tão absurda que eu só podia rir.

Sob a Luz de Mil EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora