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Jimin fez questão de olhar para todos os lados, antes de sair correndo escadas acima do prédio.

Quando as luzes queimavam, ficava muito escuro pelo horário da noite. E Jimin particularmente não gostava de pensar que estava voltando para seu apartamento em companhia com um demônio.

Então ele corria até o quarto andar pelas escadas de emergência, e chamava o elevador no único andar em que as lampadas não tinham queimado magicamente.

Foi o que tinha feito naquela noite, um pouquinho antes de ficar completamente puto com Hoseok por ter lembrado-o daquilo durante o caminho até o ponto de ônibus.

Se escorou na parede e soltou o suspiro mais longo que conseguiu, até que tirou todo o ar dos pulmões e chegou a doer. Então, levantou o rosto e praticamente socou o botão do elevador.

Apenas quando o elevador deu sinais de vida, Jimin ouviu um barulho atrás de si. Por pura curiosidade, virou o rosto o suficiente para que conseguisse ver o que era, mas parecia que estava encarando seus pés.

Encontrou com o mesmo homem daquela manhã, o do sorriso. Apesar dos ombros largos e dos curtos centímetros que Jimin invejosamente admitiria que ele tinha a mais, ele parecia uma criança com seu pijama azul.

Com uma sacola enorme em uma das mãos e a chave na outra, a qual já tinha colocado um pingente de golfinho, ele saiu do apartamento que Jimin nem sabia estar vago e demorou alguns segundos para notar que tinha mais alguém por ali.

Quando percebeu, inclinou-se levemente, numa ação quase tão respeitosa quanto a de horas atrás.

Jimin ficou sem jeito quando viu os óculos dele escorrendo por seu nariz, parando bem na pontinha, então apenas o imitou.

Virou o rosto e encarou a parede, sentindo-se mais nervoso do que deveria. Ouviu enquanto o homem jogava a sacola numa das caçambas de lixo do andar, e prendeu um sorriso quando ouviu suas pantufas fazendo barulho no chão.

Seu elevador chegou e Jimin espiou enquanto o outro bagunçava os cabelos com a ponta dos dedos. 

Virou-se a tempo para que conseguisse acenar.

Pensou que do jeito que acenou, parecia que estava dando tchau para o pingente de golfinho e não para o homem.

Caiu no riso.

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