H/V -The Century Of Love. -V

26. Better Dead. 🍁

Benjamin sabia que os dias da sua mais nova filha estavam contados. No entanto, ele quis dar a ela uma festa, mas não uma festa super agitada e com luzes piscantes. Ele apenas queria reunir toda a família.

Ele convidou sua mãe e seus amigos mais próximos pagando suas passagens, para poder passar o máximo de tempo com a garota.

Benjamin não se importava com dinheiro, V tinha sua família ali, com os garotos de uma banda e seus irmãos. Então tudo estava bem.

Sua mãe Ana, seu pai Jorge, sua melhor amiga Tay, seus irmãos Elena e Henrique e sua enfermeira mas também amiga, Agatha. Além dos garotos da banda. Todos estavam juntos.

Quando V soube da surpresa, ela estava a tomar seu chá da tarde na sala de estar com os garotos. Ela viu toda a sua família e ficou feliz por reencontrá-los.

- E os meus outros amigos? Eu sei que eles viriam. - V falou procurando por mais.

- Os seus amigos? Aqueles da escola? - Tainy disse e V concordou com a cabeça. - eles nem ligaram pra você, inventaram uma desculpa qualquer.

- Ah, claro. - V abaixou a cabeça.

- Sinto muito.

- Tudo bem. - ela abriu um pequeno sorriso.

Depois da conversa com sua melhor amiga, Elena viu que sua irmã estava assistindo tv quando resolveu se sentar ao lado da garota. Ela disse que adorava o fato de estar com os garotos, e V disse que também adorava. Vê-los conhecendo sua família era algo bom de se ver. Elena começou a falar da sua escola e de como as coisas estavam indo, então V escreveu sobre a escola em seu diário esta noite.

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Evan tinha razão, a escola em si é uma merda, e ela não serve para te formar. Ela serve apenas pra você se estressar, e serve para que você queira matar o seu companheiro do lado, porque ele simplesmente não serve pra você. Eu achei que ela não poderia ser tão ruim, mas ela foi pior.

Uma cantora que gosto disse uma vez em uma de minhas músicas favoritas, que somos jovens e que deveríamos nos apaixonar, só porque somos jovens. Gostaria de seguir esse lema, mas quando paro e olho no meio da merda que estou, eu vejo que isso depende de você, e não de um universo paralelo como ela diz. Eu vejo que isso não vai acontecer comigo porque eu ainda estou nesse poço enorme de problemas, que vai me cercando a cada dia, e eu não posso fazer definitivamente nada.

A vida não é justa, nunca foi, sempre haverá pessoas que são melhores, ou que simplesmente não deveriam ter o que tem.
Não ligo se não tenho o celular que deveria ter, ou se deveria ter o tênis que todos usam, eu simplesmente preferia ter as minhas coisas erradas e ser feliz com isso, mesmo sabendo que talvez é isso que irá me matar, minha paixão por coisas totalmentes erradas e por estar apaixonada por você, sim, tenho certeza que é isso que vai tirar a minha vida, e não esse câncer bobo que é feito inteiramente de mim.

- V

No dia seguinte, V conversando com todos e almoçando com eles, ouviu sua mãe contar histórias de como ela costumava agir. Então durante o almoço ela se lembrou do ano em que ela teve depressão, e como ela queria poder ouvir essas histórias na época. Mas infelizmente, ela teve que lidar sozinha com isso. Sem apoio dos pais, ou de alguém de sua família.

É como se não tivesse escapa.
Como se você estivesse em um enorme quarto escuro sem saber em como chegou lá. Você procura por uma saída mas nada acha. Então a água sobre seus pés aparecem e sobem cada vez mais. Você continua a procurar uma saída e ainda sim não encontra nada. É como paredes lisas, apenas paredes lisas. A água se coloca acima do joelho e você sabe o que está prestes a acontecer. Quando ela chega ao seu ombro você se pergunta como e por quê, até que ela chega ao seu queixo, e sem saída você para de procurar, não desistindo mas sabendo que não faria diferença alguma. Então a água cobre sua cabeça e você agora está em um poço feito por você mesma. Todos seus sentimentos lhe rondam e você ainda se sente confortável. Você não se pergunta mais o por quê, aquilo deveria acontecer com você. Então você perde o medo enquando a água invade seus pulmões. E é assim que você se pergunta, onde estão meus amigos agora? Eu preciso deles.
E só no ápice de tão perto da parada de batimentos, você enxerga a verdade. Então você é um peixe. Um peixe em um enorme aquário cheio d'água. E seus amigos lhe observam, acham que você está bem ali porque você respira. Então simplesmente eles abrem sorrisos e aceitam o fato de que está tudo bem.