Me desculpe, Mãe Terra... - POESIA

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FOICE

Ao sentir chacoalhar
não de tectônicas placas
Mas marcas
Dos territórios que se marcam

Ou na estrada
que estrada errada que peguei
Ce sabe o destino? Morte ao habitat
Sagrado seio
Já temos problemas para lidar
Mas tem um problema que ninguém se lembra ter
Mentalidade escrota
Mental idade alta
Somos adultos pra quê plantas, temos planos
Contas
Temos tanto e pontas!
Dedos apontam e o que sobra, gasta!

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Olhe bem
Olhe bem o que vemos
Almejamos que acabe
Mas pelo jeito que estamos nós
Nunca se sabe o após

Os campos não florecem
Peixes na lama Afogam-se
As geleiras aquecem
Espécimes se extinguem

Parece que é só eu
Sózinho
Apenas que enxerga
Só eu me preocupo
Com esse rio de merda
Tietê, não racionais, e se pá
Pra socorrer o rio doce ninguém quer pular

Me culpo muito
Pelo planeta vivo que morre todos
Os dias
Mas ninguém tá de luto
Essa cúpula faz
Cabeças virarem ao contrário
Dos problemas reais: fora emprego e salário

Mas o horário passou
Tenho que bater ponto
Dizer que isso é mentira

Chega a ser um insulto

Os mesmos levarão
Susto
Quando sentirem a ira
Como um vulto
Súbito a noite
O planeta revolta-se e mira

Naqueles que
Produzem mas não cuidam
Conduzem pelas águas
Elétrico mundo das pragas
Onde só o homem caga
Na água que consome, que pira

Deve ser o lixo tóxico
que tu respira

Pois dá para ver bem, isso
Que o que mata esse planeta
É o lixo que nós
Produzimos
Consumimos
E com ele nunca sumimos
E as vezes que é nosso nem mesmo assumimos

Prefiro sumir e deixar pro gari
Mas é isso o que sempre faço
S

em preocupar-me com discursos

e recursos escassos

Mas isso não é bem desculpa
Nem pra pedir e nem pra dar, certo?

O capitalismo produz tudo em excesso

E esse afundar
Passo por passo
O preocupar só com trânsito, esporte e expressos
Cafés
Expressos, ônibus
A condução nem é tão boa assim
Mas e pro ozônio
No final de tudo
Qual o fim?

Puto, luto
Ao planeta
Pergunto qual de vocês quer
Perceber o mesmo que tô vendo
a eras

Se espantar com o que tá me espantando?
Importar com o que não estão importando?
Ou exportando?
Quantos no lixo e quantos se lixando?

Ces tão esquecendo?
Memo?
Esse planeta é o único que temos

Enquanto gaia chora
Nenhum de nós teme
Mas temeremos sua
Ira se liberta
É um titã tiltado em sono lento
Sonolenta atmosfera com carbono dentro

Não adianta chorar sangue
Nem seu suor serve
Isso alimenta indústrias
Mas as faunas não crescem

Eu sei
Isso dói, isso desce
Seco
É de incomodar de
Acomodar se, mesmo
No fundo da lombar

Tipo lembrar
M

ais que lombrar
Que filhos nossos é quem
Habitarão esse lugar

Será o lugar
Onde criarão um meio
De botar um pé no freio
Do consumismo e seus fins sem meios
Ou talvez sem fins mesmo
E queimam nas florestas mas
O consumismo lhe dá corda pra acreditar que podes ter poder
Até essa corda enforcar você

Será que vamos
Ou iremos
Futuro sem prevenções
O pretérito é um prefeito
Futuro sem prevenções

Conseguir chamar esse planeta de lar?
Parece al
go impossível agora
Mas cabe a tu julgar.
Faça o impossível por Gaia

Mãe Natureza, Terra
Tiamat, Freya
Deusa da Terra como assim também nos céus
Mas o céu ta cinza
Tipo as ruas de dória
E a água tem pneus de boias
O ar seco em traquéias
Tramóias, tramas do governo que não sabemos
Que consumir só some com o que temos
Oh paranoia, isso vai passar...

Mas batido ou debaixo do tapete em seu lar
Vamo varrer
Faxinar! Esse caso é real
Já não aguento essa
poeira no campo mental

A vida desconta
Descobre isso agora ou vai ser tarde
Se tá sentindo calor num dia frio, isso é um alarme
Alarme vermelho
Tirem as baleias das redes
Voltemos a ver novamente
Menos vermelho de sangue e mais Verde Pomar

Pro mar
Menos lixo e oferendas
Pule suas ondas, mas Yemanja odeia sujeira
E de Yemanja a Santos, Olimpos Coliseus, tantas versões de uma cara só
Deus
Que vira para nós a cara e chora

Deusa mãe, perdoa
Nós filhos do homem
Que habitam, destroem e consomem
Perdoai nossa ignorância
A nova e a clássica
É que a classe média
Domina os da classe em rédia
Não só peixes tão na rede
Estamos nós na merda

Mas sem resto de lata nos enforcando
Ou o velho entulho mental virando materia e refletindo nos danos
Um velho pensamento empoeirado de Viva!
Entendi porque nenhum ovni nos visita


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