Era por volta das uma e meia da tarde, quando todos os Montgomery's deixaram a casa, Fallon tinha ficado sozinha, não sabia ao certo por onde começar, ainda estava um pouco atônita pelo terrível e indigesto café da manhã. Não consegui compreender, porque raios Verônica nutria tanto ódio de si, ela nunca havia feito algo ruim para mulher, sem contar o desastre natalino, é claro! Até porque, o ódio da mulher surgiu na noite em que elas se conheceram, foi em um jantar em um famoso restaurante de Nova Iorque.
O pai de Luke, doutor Samuel Montgomery, havia dado uma palestra sobre métodos cirúrgicos, em um auditório perto do internato em que Fallon e Luke estudavam, como ele queria ver o filho e o rapaz queria apresentar a garota dos seus sonhos aos pais, o jantar foi marcado. Obviamente Fallon estava nervosa mas em sua concepção estava sendo uma pessoal amigável e dócil, já Verônica a recebeu com não uma ou duas pedras na mão, foi com o caminhão da pedreira completamente lotado, além disso, ficou o jantar inteiro falando sobre Stacy e que não gostava nada do fato do filho estudar no internato em Nova Iorque e namorar uma nova-iorquina. Luke fora para internato quando tinha uns 12 anos, o pai queria que ele estudasse no mesmo colégio em que estudou, pois queria que ele seguisse seus passos, Verônica sempre foi contra, mas o menino também queria e acabou sendo vencida pelos dois.
Fallon resolveu afastar as lembranças e se concentrar no plano que ela e Mila organizaram, ela tinha exatamente oito horas para deixar tudo impecável e pronto para quando eles voltassem. Ela fez um coque em seu cabelo e pegou seu telefone, viu que não tinha mensagem alguma de Luke e sentiu um aperto no peito, ela suspirou, afastando a dor e qualquer pensamento perverso a respeito de Stacy e se concentrou em apenas colocar o plano em ação, ela faria de tudo para dar certo e trazer o espírito natalino de volta, então abriu seus contatos e começou a ligar para alguns fornecedores de seu pai que trabalhavam por ali perto.
Logo, toda a rua dos Montgomery's foram preenchidas por caminhões, que continham desde decorações até um buffet, enquanto ela coordenava, as pessoas corriam de um lado para o outro. Levou cerca de seis horas para que tudo ficasse em seu devido lugar, os caminhões partiram e ela se deslocou com alguns pisca-piscas para o quintal, rumo a casa da árvore, era o último item em sua lista.
Ela queria fazer algo especial para Mila, já que a pequenina a ajudou, então resolveu enfeitar a casa da árvore que se tornará um lugar especial para as duas. Enquanto pendurava os pisca-piscas do lado de fora, Fallon escorregou, seu pé esquerdo estava completamente enrolado nos fios, fazendo com que ela ficasse pendurada de cabeça para baixo.
Ela não queria acreditar, só podia ser uma brincadeira de muito mal gosto, até quando tinha boas intenções, o natal não colaborava consigo. Gritou por socorro mas, ninguém veio ao seu resgate, sentiu raiva de ter mandado todos para o hotel, raiva de não estar com o seu celular no bolso de seu casaco, raiva por tentar fazer algo bom e não dar certo. Talvez ela devesse aceitar de uma vez por todas que aquilo não daria certo, que ela estava se iludindo atoa, e que Luke não iria a querer de volta porque estava apaixonado pela namoradinha de infância, Fallon não aguentou, chegou ao seu limite e deixou as lágrimas a vencerem, estava cansada de tentar fazer coisas boas e a vida lhe dar uma bofetada.
— Meu Deus, Fallon? — Uma voz conhecida invadiu seus ouvidos, seu coração disparou e seus olhos quase saltaram ao visualizar o homem. Fallon empalideceu e por um momento achou que o sangue tinha corrido todo para sua cabeça e estava delirando mas, a voz prosseguiu e ela percebeu que não era um delírio, era seu pai, em carne, osso e terno de alfaiataria. — Querida o que aconteceu? — Ele perguntou e correu tentar ajudá-la.
A garota não teve reação alguma, continuou paralisada, enquanto o homem a puxava de volta para a casa da árvore, quando finalmente o homem a ajudou e ela estava segura de novo, Fallon sentiu seu coração acelerar, ela poderia esperar qualquer pessoa aparecer mas, jamais seu pai. Ela não sabia o que fazer ou como reagir.
— O que está fazendo aqui? — Perguntou assim que criou coragem para deixar algo proferir de sua boca, ainda estava surpresa, não fazia ideia do que estava acontecendo. O homem a olhou com certo receio.
— Uma menininha me ligou e disse de forma nada simpática, o quanto eu estava falhando como pai, então me passou esse endereço e disse que você estaria aqui... Por um momento, achei que era alguma criança pregando um trote e então tomei consciência, ela estava certa, eu estava sendo um péssimo pai! — Fallon sorriu ao ouvir aquelas palavras, com certeza fora obra de Mila Montgomery. — Você está tão linda e grande, parece com a sua mãe! — A garganta de Fallon secou, não sabia o que dizer, ou como reagir, desejara ter aquele momento com o pai diversas vezes, para o dizer, umas poucas e boas, mas não conseguia formular uma frase sequer. Um silêncio permeou entre eles, até o homem decidir o quebrar. — Me perdoa!
Fallon o olhou com o canto dos olhos, esperava seu cérebro formular alguma coisa descente, diversos sentimentos começaram a fervilhar dentro da menina, a confundindo ainda mais, porém, a mágoa dentro de si foi a primeira a dar sinal de vida, então ela fechou a cara e encarou o homem a sua frente.
— Pelo o que exatamente? Por me abandonar? Por esquecer que eu existo? Por ser um pai horrível? — As perguntas que costumavam ficar entaladas em sua garganta saltaram sem permissão, estava cansada de pensar antes de falar.
— Fallon, não espero que entenda, mas eu não conseguia te olhar, eu fui incapaz de ser pai depois da morte da sua mãe, seus olhos me remetiam aos dela e cada vez que você crescia, se parecia mais e mais com ela, por isso me afastei! — Infelizmente ela não entendia, não era porque ela o fazia lembrar de sua mãe que o homem tinha o direito de abandoná-la.
— Agora a culpa é minha? — Questionou friamente, evitando olhar nos olhos do pai.
— Não, e nunca vai ser! Eu falhei como pai, por isso estou aqui, para corrigir esse erro e dizer o quanto eu te amo! — O homem falou sincero, e pela primeira vez, desde a morte de sua mãe, Fallon o viu chorar, algo dentro de si implorou para que ela o abraçasse e o perdoasse, por mais que quisesse negar esse instinto, ela o fez. Abraçou o pai, porque sabia que independente de qualquer coisa o amava, ele era seu pai! Ouviu as palavras de Mila ressoarem em sua cabeça, era natal, e deveria passar com aqueles que ela ama e era isso que ela faria!
— Também te amo papai e eu te perdôo! — Aquelas palavras derreteram o coração do homem, que a envolveu em um abraço mais forte ainda.
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Operação Sparkle: Salvando o Natal!
Historia CortaFallon Stuart odeia o natal com todas as suas forças, todas essas besteiras natalinas lhe causam náuseas, ela vive dizendo que o natal é uma data corporativa ao invés de comemorativa, que é só uma desculpa absurda para o consumismo desenfreado do s...