trois

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- Alô? Oi Harriet, é a Clarissa, o que aconteceu realmente com a mãe de vocês? Seu irmão não para de chorar, ela faleceu?

- Oi, querida, desculpe ter ligado essa hora para vocês, é que eu realmente não sabia o que fazer...ela não morreu, estou tão nervosa quanto o Nathan deve estar agora, disse pra ele derrame, mas na verdade foi um infarto, ela foi levada para o hospital, estou aqui com ela.

- Por Deus...ela estava sozinha em casa, presumo eu...seu irmão está arrumando as coisas para ir até Clovelly, por favor, me mantenha informada.

- Você sabe como minha mãe é né...pode deixar, querida, e tente acalmar o Nathan, eu sei que as coisas entre vocês não são arco-íris, mas ela é nossa mãe e ele é bem apegado a ela, agora eu preciso desligar. - A mulher do outro lado da linha não deixou Clarissa se despedir adequadamente, logo desligou, e ela por sua vez, ficou encarando seu aparelho de celular e pensando como iria dar a notícia para seu marido, ficou sentada na cozinha por mais alguns minutos e foi até o quarto de encontro a ele.-

- Eu acabei de falar com a sua irmã...ela se enganou, Nathan, sua mãe na verdade teve um infarto, é melhor que você vá mesmo, Harriet pareceu transtornada no telefone, não soube explicar direito o quadro de saúde de sua mãe e bem, você precisa ver a Elinor também.

- Obrigado por ligar, mas a minha mãe está bem? Não sei onde eu e a Harriet estávamos com a cabeça para deixar mamãe morar sozinha, ela já tem uma idade bem avançada.

- A culpa não é de ninguém, essas coisas acontecem com qualquer um, não precisa ser idoso pra isso, sua irmã não me falou, ela precisa de apoio agora.

- O marido dela deve estar na Irlanda com os filhos...você pode procurar o meu passaporte? Eu acho que está no criado-mudo.

- Claro, termine de arrumar as suas coisas, se precisar de ajuda para outra coisa...- Ele apenas assentiu e foi para outro cômodo da casa.-

Enquanto procurava o que Nathan lhe pediu, Clarissa encontrou uma foto curiosa do início do relacionamento deles, com isso sua mente esvaziou daquele problema presente e a levou para uma viagem ao passado.


1998


- E qual nome iremos dar para o nosso bebê?

- Estava pensando em algum herói ou heroína da literatura norte-americana, ou até uma feminista, se for menina, mas eu não sei...

- Eu não terei opinião nisso?

- Querido, homens não sabem escolher nomes para os filhos, sempre vem com algum bem estranho, fora que você é britânico, vai querer usar o nome de alguém da família real. - O casal recém-casado estavam deitados sob um colchão que se encontrava no chão, o quarto estava sendo iluminado apenas por algumas velas, o rapaz acariciava o cabelo dourado da mulher que fazia gestos circulares em sua própria barriga.-

- Claro que eu não faria isso, até porque o nome mais bonito a Eva já deu para a cadela dela, eu fiquei tão bravo quando ela roubou minha ideia.

- A Eva não presta, eu estou tão feliz que ela e a Julie voltaram e em menos de 1 ano, casaram, mobiliaram uma casa, adotaram um cachorro, agora estão tentando adotar uma criança...eu espero do fundo do meu coração que a Eva tome jeito.

- Olha, conhecendo a Evinha, isso será complicado, mas ela vai olhar o mundo com outros olhos, pode ter certeza.

- Nossa...eu to sentindo uma coisa tão estranha...

Retratos do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora