Aquafina

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  O ócio do dia quase a apanhar-me
Fracas expectativas desfocadas de algum ânimo
A pensar posse, tornar-se descontentamento próprio sinônimo

Mas o tédio tristonho uma hora suspende a dar brechas a pingos de vivência

E ela por um momento cessou o desdenho da vida
Sem se importar com os meus espetáculos de displicência

Ela condescendeu...

Com óculos e voz monótona
Tocou minhas sensações há tempos paradas

Esquecer imperfeições
Descontrair a insegurança até soltar as minhas ações
Envolva-me princesa da familiar estampa Paisley
Sem grandes exigências, o aval para aproveitar sua beleza

Em dívida com as limitadas percepções por evita-la desencantar com o panorama do meu vazio

Ora vida, inusitada a traquinar peças de complacência com a minha juventude
A reconsiderar, o clima
Eu, ofegante leigo a atentar: a boca dela tem gosto de aquafina

*****

Nota: leia pausadamente verso por verso para a poesia ficar mais digerível, eu não quis me preocupar com pontuações, perdão.
Isso vale para todas as poesias a seguir. (São apenas cinco)

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