Escrita com: @Gi_menes (Bane)
O som singelo do metal era ouvido por toda a aldeia, um lugar pequeno e escondido na mata. Ali moravam poucas e pequenas famílias. O ferreiro trabalhava preguiçoso, era raro vender algo em um lugar como aquele e mais raro ainda a presença de visitantes.
Na aldeia os moradores tinham que fazer seu próprio cultivo, se não acabariam morrendo de fome. A pobreza era visível, não tinham muito dinheiro para comprar comida fora de sua moradia e, além disso, qualquer lugar era longe dali.
Mesmo com toda a pobreza que a pequena aldeia de Ostfur passava, seu maior problema naquele ano eram os ladrões que acampavam ali perto.Esses, vez ou outra, apareciam furtando a pouca comida que osmoradores tinham, deixando-os temendo o inverno que estava perto.
Ainda assim, restava uma pequena alegria para o povoado, as poucas criançasque corriam risonhas pela lama enquanto brincavam. Entre elas uma chamava a atenção, com seus cabelos cor de cobre ao vento ea bochecha constantemente rosada que a deixava com ar agradável.
— Vovó! — gritou a menina de cabelos flamejantes, ao ver a senhora chegar da horta,carregando a cesta de palha repleta de verduras. Logo,Yala correu até a mais velha agarrando seu braço.
— Está ficando tarde e frio, é melhor entrar agora — avisou à mulher de cabelos grisalhos e face cansada, o carinho em seus olhos era notável,mesmo que nublados.
Acompanhando a senhora, ambas entraram na pequena casa de madeira. Os cômodos eram divididos apenas por galhos amarrados, tinha um pequeno fogão à lenha, feito de pedra, onde a água esquentava em uma panela preta de ferro pendurada acima do fogo.
— Vovó, me conte aquela história novamente — pediu a garotinha animada, sentando-se na cadeira construída criativamente com galhos. A senhora sorriu preparando as verduras para o jantar.
— Deveria deixar a vovó descansar — comentou a mãe de Yala, entrando na casa enquanto sorria para sua filha.Seguiu até a mais velha pronta para pegar as folhas dela,em resposta levou um tapa em sua mão.Entendendo o recado, Iris sentou-se no chão, ao lado de sua filha inquieta.
Como sua filha, Iris tinha cabelos avermelhados e os olhos escuros.
— Há muito tempo atrás... — começou, a voz cheia de sabedoria. — Um homem que carregava o machado mais poderoso, com apenas um golpe criou o mundo. — sorriu ela para sua filha e neta, que já estavam fascinadas com a história que ouviam sempre. — Ele estava cansado de vagar sozinho pelos céus e por isso deu a vida a um planeta em especial, o que vivemos. — A senhora piscou para Yala que sorriu animada. — Os humanos o veneravam como um deus e isso lhe subiu a mente. Gahard, o Grande Deus da Guerra viu seus seguidores tremerem aos seus pés e aquilo lhe agradava, mas o ser humano se tornou cruel e naquilo o Deus viu que não era o que procurava. Gahard voltou aos céus prometendo regressar e destruir o planeta caso os humanos não deixassem sua crueldade e amassem uns aos outros, logo sua criação se tornou pior e pior. — Yala arregalou os olhos como se fosse a primeira vez que ouvisse aquilo, sua mãe acariciou a perna da filha enquanto sorria. — Dizem que nosso destino está na mão de alguém, um único humano que poderá amolecer o coração de nosso Grande Deus — proclamou ela balançando a cabeça, concordando com as próprias palavras.
— Então deve ser uma boa menina, Yala. — Iris sorriu acariciando a cabeça de sua filha. — Talvez seja a salvadora de todos nós.
— É verdade, vovó? — A criança riu, se levantando e correndo até a mais velha.
Mas antes que a senhora pudesse lhe responder, os gritos dos aldeões tornaram-se altos, apavorando Yala. Os homens encapuzados invadiram a casa assustando as mulheres, Iris logo se pôs em frente a sua filha decidida em protegê-la.
Os olhos da criança se prenderam na chama da tocha carregada por um deles, logo viu o fogo consumir sua casa por completo e junto com ela, sua família.
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Flamejnate
FantasyHaveria um dia em que, uma grande força desceria dos céus para a Terra e destruiria tudo que havia criado, seu mundo não havia sido perfeito. Com a força do ar, da chuva e da terra, seu machado era capaz de cortar tudo o que construíra, com apenas...