1 - 𝘍𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘦 𝘶𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘦ç𝘰

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- Talvez você aprenda a amar alguém de verdade. - aquelas palavras saíram áspera da minha boca, por mais que minha vontade fosse de chorar eu me contive e sai batendo a porta. Ela continuou ali parada sem ao menos pedir para que eu ficasse.

Camila já não era a mesma mulher que eu havia me apaixonado.

Nosso relacionamento já não era o mesmo por anos, na verdade, já fazia um ano, que nós duas estávamos "empurrando com a barriga" como dizem por aí. Por mais que eu amasse, eu não tinha condições para segurar um relacionamento sozinho, não mais...

Por mais que sempre brigássemos e no final, nós se resolvíamos, dessa vez foi diferente. Camila se encontrava no seu oitavo mês de gestação, ela esperava gêmeos, dessa vez em nossas brigas ela gritava para quem pudesse ouvir, que os filhos que ela esperava não era meu.

Biologicamente falando ela estava certa, mas eu estive lá em todo processo, ela não tinha o direito de tirar a maternidade de mim assim, e eu não deixaria.

O mês se passou como um sopro. Sentia falta da Camila, porém não iria correr atrás dela, eu lutei até onde pude por esse casamento.

*Chamada*

Peguei meu celular em cima da cama após sair do banho, ali havia três chamadas da mãe de camila. Confesso que meu coração na hora ficou apreensivo, logo peguei o aparelho retornando a ligação.

- menina Lauren! - disse a mãe da camila, deu suspiro de alívio ao ouvir minha voz. - aconteceu algo? Camila está bem? As crianças? - perguntei, além dela ser minha ex, ela esperava nossos filhos, ela querendo ou não, eram nossos filhos.

- Camila está desde ontem em trabalho de parto, ela quer ter parto normal e se recusa ir para hospital. Se puder vir, e convencer... ela ainda te ouve Lauren... - a última frase fez um arrepio percorrer meu corpo. Mas a verdade nos já sabíamos, ela não se importava mais comigo. Mas mesmo assim concordei com a ideia só por causa das crianças.

Logo fui me arrumar para que eu pudesse a menos chegar lá apresentável.

Ao chegar na minha antiga casa, fui recebida pela Sofia, a jovem adolescente estava meramente assustada. - Lolo, minha irmã se tornou um monstro, ajuda-nos a tirar ela daqui. - Eu apenas sorri e sussurrei a ela - Fique calma! É normal ficar assim - tentei o máximo passar confiança a menina e logo fui em direção ao quarto, ao entrar no mesmo, lá estava Camila, com seu corpo jogado para frente e com seus braços apoiados na cama. Sua mãe, Sinu, estava atrás dela fazendo massagem em sua lombar para amenizar a dor. Logo tomei cuidado ao me aproximar não queria que camila notasse minha presença, não agora. Peguei a posição da sinu, e logo ouvi camila dar um suspiro" Ai mama! Ai alivia a dor" estive fazendo massagem em Camila por uns dez minutos, enquanto ela sussurrava algo em um espanhol indecifrável. Então ela virou se deparando comigo.

Eu esperava que ela fosse me bater ou qualquer coisa do tipo, mas ela me abraçou apoiando seu rosto em meu ombro e sussurrou; - sou fraca Lauren, não consigo nem trazer meus filhos ao mundo. - a latina já estava chorando.

Logo a corrigi dizendo - nossos filhos. - e continuei. - E você não é fraca, existe dois bebês ai, precisamos levar você ao hospital antes que seja tarde, afinal, dois corpos não ocupam o mesmo espaço... E aí dentro está tendo uma batalha pra ver quem sai primeiro - tentei ser mais sincera e calma possível, não queria vê-la desesperada, mas existia risco,bom que consegui arrancar alguns risos dela com minha última frase.

Era nítido, Camila já estava fraca, sinu havia me contado que ela já estava em trabalho de parto há doze horas. Sinu era enfermeira e sabia muito bem que seus netos não iriam nascer de parto normal, assim como sua filha tanto queria.

Após convencer e ajudar Camila fomos todos ao hospital.

E ao darmos entrada fiquei surpresa mais uma vez por Camila e suas atitudes.

" - não quero você comigo"

A frase ecoou na minha cabeça. Camila novamente havia voltado ao seu estado de agressão comigo, pensei até forçar minha entrada, mas estava sem saber o que fazer. Então fiquei ali naquela sala de espera, vendo a mulher que um dia amei sendo levada para ter nossos filhos.

Não foi assim que eu havia imaginado esse momento.

Os médicos diziam que ela estava agressiva devido à dor e hormônio, mas eu sabia que isso não era só "devido à dor". Mas respeitei sua decisão e escolhas, como sempre.

Já havia passado vinte minutos desde que camila foi levada, eu estava ansiosa, andando de um lado para o outro. Tive a ideia de ir ate a porta da sala de parto, queria a menos ver aquele momento, mas não tive sorte nem nisso, o que me restou foi voltar para aquela sala de espera rodeada de pessoas que eu mal conhecia e aguardar.

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Por nossos filhos | Camren -REMAKEOnde histórias criam vida. Descubra agora