HEAT || Luwoo

Oppa

Demorei mas voltei, apreciem essa obra de arte.

Jungwoo desceu na entrada de Hongdae, seus cabelos estavam revoltos pelo vento pouco frio, não havia levado um casaco e naquele momento só queria entrar em uma das várias cafeterias e aproveitar uma bebida quente. Pegou o celular quando o aparelho vibrou em seu bolso, lendo o nome de Yukhei na tela, indicando que o homem lhe ligava.

Desde o fatídico dia, onde Jungwoo deixou de lado todos seus preceitos e fez sexo por telefone com Yukhei, não chegaram a conversar por ligação, somente mensagens. Jungwoo tinha muito a agradecer, se dependesse dele o clima estaria estranho e complicado entre ele e Yukhei, entretanto o homem era do tipo muito sincero e logo tivera uma conversa com Jungwoo sobre não precisar ter vergonha de desprender-se de algo que o isolava em suas inseguranças.

Jungwoo já havia confessado para si mesmo que todas as vezes que Yukhei falava sobre aquilo, lhe dava conselhos, mais sentia-se caindo e rastejando ao encontro do homem. As sensações eram surpreendentes, todos os sentimentos sendo os mais ilegíveis possíveis desde que Yukhei entrara em sua vida e mexera com sua cabeça, era forte e Jungwoo estava gostando de sentir. Aos poucos conseguia desapegar-se do medo impertinente e sentir mais liberto para correr na direção dos braços de Yukhei descobrir o que era capaz, sexualmente falando.

— Você chegou? — Yukhei perguntou do outro lado da linha, a voz um pouco abafada pelo som alto e era possível ser escutada uma música tocando baixinho. Jungwoo suspirou, não tinha parado para refletir, sentia falta do tom macio de Yukhei e de como o homem parecia estar sorrindo ao falar.

— Sim, onde você está? — inquiriu, olhando para os lados e observando a multidão passeando de um lado para o outro. Ainda era quatro horas da tarde, mas já estava escurecendo aos poucos.

— Estou no Yellow Submarine. Sabe onde fica ou preciso te buscar? — perguntou com graça na voz. Jungwoo revirou os olhos e se deixou rir baixinho, ele gostava daquela descontração tão própria de Yukhei e na facilidade de deixar os outros a vontade.

— Eu não sou uma criança, senhor, não se preocupe. Chego aí em poucos minutos. — disse zombeteiro, virando para a esquerda e começando a andar na direção da cafeteria conhecida por quase todos sul coreanos.

— Acredito em você, garoto. — retrucou com falso desdém. Eles as vezes brincavam daquele jeito, era gostoso e Jungwoo sempre sentiria um nó na boca do estômago e um sorriso impossível de ser contido amarrado aos lábios — Vou estar te esperando. — Yukhei finalizou a ligação depois da afirmação de Jungwoo.

O adolescente continuou o trajeto, parando em alguns lugares, no meio do caminho ele achou algo que parecia combinar perfeitamente em Yukhei e não conteve-se ao comprar o pequeno objeto. Jungwoo entrou na cafeteria, sendo agraciado pelo ar quentinho e aconchegante e pôde sorrir para Yukhei. O homem estava sentado com as mãos no bolso da calça, inclinando o quadril para frente, com um suéter amarelo queimado. Estava lindo.

Jungwoo só havia visto Yukhei no dia da festa, e sentiu-se tão embasbacado com a beleza dele, estava dez vezes mais agora. Yukhei continuava divino como sempre seria, mas o coração disparado de Jungwoo dizia que aquele pensamento era próprio. Ele lhe sorriu com animação e saudade, levantando do estofado para enlaçar Jungwoo em seus braços, passando-os pela cintura fina e curvilínea do adolescente e aproximando os corpos em um ímpeto. Jungwoo precisou prender a respiração quando automaticamente seus braços foram na direção dos ombros largos de Yukhei, devolvendo aquele aperto aconchegante. Eles passaram um bom tempo ali no meio do estabelecimento, abraçados e distribuindo o calor de seus corpos. Yukhei tinha o nariz no perdido de Jungwoo, alisando mesmo naquela região e fungando para sentir mais o cheiro característico daquela epiderme juntamente com o perfume de cereja que o adolescente usava. Ele cheirava a perigo e estava escrito em sua testa que era vicioso, Yukhei não tinha medo de virar dependente.