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Por muito tempo deixei

As palavras falarem por mim

Escritas, assim, entre versos

Perdi sentido em ver

Os caminhos cruzados

Entre ser ou não ser

Magoei minha própria alma

Senti prazer no silêncio

Não compreendi

Que meus próprios pensamentos

Faziam-me sofrer

Amargurando a alma

Protegi minha essência

Daquele poço escuro

Que pulei sem perceber

E o que pensei ser liberdade

Era cadeia

Que ainda hoje marca

De preto acinzentado

Todas as dores de ser

Ser moldado e pensado

Apenas para sobreviver.



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