IX

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Não lembro quantos poemas apaguei

Para agradar o mundo

De quantas palavras engoli

Pra não machucar seu ego

Das conversas que omiti

Porque não lhe cabiam 

Lembro-me apenas de colocar

Cada palavra em seu lugar

Uma orquestra de palavras

A sinfonia perfeita

Mas,

As justificativas cansam, destrói-nos

Os pensamentos nos enchem

E até para os poemas

Os sinônimos acabam

E no fim, que é chegada e largada

A gente se reconstrói

E encontra sentido

Em ser

Ser mais que preto e branco

Ser a própria voz.

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