Capítulo 2 - Diguinho

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Não basta você acordar atrasada, precisa também perder o ônibus e quando passa outro é uma guerra para conseguir entrar, lotado! Só isso para me fazer dar mais valor no meu filhote que está no mecânico, ainda restava três dias de sofrimento. Tudo isso no seu primeiro dia de trabalho com o novo chefe, eu fui definitivamente sorteada.

Entro no prédio da L&M Enterprises, andando rápido, mas tentando manter a imagem educada de "não estar correndo". Me equilibro nos meus benditos sapatos de salto preto novo, que tinha enchido meus dedos dos pés com pequenas bolhas, me fazendo penar para conseguir andar sem parecer uma jeca, mas tudo bem. São ossos do ofício, o destino de sofrimento de toda mulher.

Atravesso a recepção principal do prédio cheio de homens engomados e mulheres de nariz levantado, passo o cartão pessoal que a Sophia me entregou e que me dá acesso a tudo no prédio. Eu sou uma extraordinária assistente. Me entreguem um trabalho que resolvo rápido para deixar o chefe de boca aberta. Mas se ela soubesse como sou um desastre com as coisas banais, eu teria um aviso prévio logo, logo.

Na hora que entro no corredor dos elevadores estranhamente vazio ao contrário da recepção, vejo um cara de terno entrando em um deles. Saio correndo que nem louca tentando pegar o bendito para evitar um atraso maior ainda. Quando chego ao elevador, meu salto prende no vão dele e caio de joelhos no chão do elevador. Minha bolsa que estava aberta deixa todos os meus pertences espalhados no chão. Minhas bochechas começam a ficar no mais vermelho possível, quando vejo o que parou do lado de uns sapatos pretos caros.

A minha vontade de matar minha amiga Pat vai até o décimo céu. Porque aceitei levar o presente da Diana? Estendo minha mão que se choca com outra mais rápida que pega o bendito ursinho rosa, pela primeira vez olho para cima, encontrando um moreno mega gostoso olhando de volta para mim com um sorriso divertido.

Agarro minhas coisas no chão rapidamente e ele estende uma mão, me ajudando a levantar. Eu me sentindo mortificada e o senhor muso sorrindo para mim.

— Perdeu alguma coisa, moça? — Indignada com ele, estendo minha mão tentando tirar a coisa rosa dele, que afasta mais ainda de mim.

— Me devolve isso!

— Não é todo dia que acho um vibrador assim, ainda mais de coelhinho. — Ai Deus, se eu pudesse cavar um buraco e enfiar minha cara no chão, faria isso agorinha. Mas não deixaria essa passar assim de boa.

— Ah, já sei! Você é gay e quer acrescentar algumas coisinhas na relação, dar uma esquentadinha... — Quero só ver o que ele vai dizer depois dessa.

— Pretendo esquentar mesmo. — Ele responde sério e determinado. E quando eu menos espero, estou sendo prensada contra a parede e a parede de músculos definidos do seu tórax e suas mãos super ágeis passando pelo meu corpo. É, se ele queria esquentar está fazendo um bom trabalho. Quando sinto sua respiração mais próxima a mim e vejo que sua boca se aproxima...

— Está subindo? — Sério, meu Deus, que isso aconteceu? Subiu tudo em poucos minutos, mas isso não vem ao caso. Me ajeito em meu lugar, enquanto outro homem entra no elevador e se posiciona na minha frente. Um grupo de pessoas está no elevador e isso se torna sufocante pra mim.

— Ainda não acabei. — O muso diz atrás de mim, mas eu não estava sonhando? Isso aconteceu?

Quando o elevador indica que chegamos ao andar o homem a minha frente sai e eu o sigo. Aqui é o andar do RH e minha supervisora me pediu para que quando eu chegasse passasse em sua sala. E bem nessa hora que me lembro do meu pertence e me viro, só que neste momento o elevador está se fechando e a tentação está com um sorriso de canto, inferno! Com o ursinho na mão me mostrando que ele venceu, luta perdida, até que o elevador se fecha. Parabéns, Nati. E agora, onde é o andar dele? Ele é meu...

A sintonia perfeita [[Degustação]]Onde histórias criam vida. Descubra agora