Alto

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Com as pernas bambas e competindo entre si sobre qual seria a responsável por derruba-lo, Alex entra no banheiro do pub.

O reflexo no espelho o dizia que era a hora de ir para casa, mas ele não estava pronto, por que ela não estava ao seu lado.

As mãos em concha trouxeram uma porção generosa de água fria ao seu rosto, mas não era o suficiente, seu reflexo ainda permanecia ereto enquanto ele abaixava. O Alex do mundo espelhado também estava derretendo.

Deixou o toilet trançando as pernas e gritou ao ver os novos amigos da rodada no bar.

Cinco shots de tequila pura e transparente rasgaram sua garganta. Agora o relógio também escorria pelas paredes, ponteiros girando freneticamente as vezes paravam em um sorriso de escárnio.

De qualquer forma ele sentia que eram três da manhã.

Quando entrara no pub tivera a sensação de tê-la visto saindo, levando os sapatos vermelhos na mão. No fim das contas ele decidiu que só tinha sonhado esbarrar nela.

Ele estava tentando a fazer mudar de ideia sobre ir encontrá-lo então lhe deixou múltiplas chamadas perdidas.

Cambaleando pela cidade, à procura da porta dela, a mente confusa de Alex o pregou várias peças.

Primeiro pensou ter visto o dono de uma chapa engordurara a fodendo, mas bastou esfregar os olhos para ver que o velho gordo só estava bocejando.

Andando pela sarjeta digitou mais uma mensagem para ela e a viu nua na garupa de uma das três motos que passaram por ele.

Quando voltou os olhos novamente para o celular este estava fundido a sua mão.

Através de sua pele leu as letras brilhantes indicadas como uma mensagem dela.

"Por que você só me liga quando está chapado?"

Quase apanhou na esquina quando encarou um marginal qualquer metendo nela.

Tentou pegar um táxi mas este foi embora quando Alex não parou de encarar sua braguilha. Ele pensou tê-la visto chupando o taxista.

Ele estava cansando de ficar em lugares mais escuros falando a mesma porcaria, precisava de uma companheira.

Digitou um "Você vai sair hoje?" E enviou.

Ela só reescreveu a mesma mensagem.

"Chapado, por que só me liga quando está chapado?"

Alex pensou que estava ficando cada vez mais difícil fazê-la ouvir.

No dado momento ele estava incapaz de tomar decisões corretas.

As casas formando poças e se misturando com o piche do asfalto só o fazia ter ideias ruins.

Também era péssimo para ela vê-lo perdido na rua se perguntando onde ela está.

Alex se sentia correndo contra o tempo, seu relógio girando no sentido anti-horário não o ajudava muito.

Aos tropeços achou sua porta e bateu, mas não encontrou o que esperava encontrar.

A senhoria que morava no térreo o viu usar a aldrava e a mandou mensagem.

"É aquele menino de banda, Alex Turner."

Então ela disse que tinha que estar acordada pela manhã e que por isso terá que deitar mais cedo.

Alex nem notou que já eram três da manhã.

"Você está começando a me entediar, querida."

Viu-o se sentar na frente da casa, encostar a
cabeça no batente da porta e apagar.

"Porque só me liga quando está chapado?" Mas dessa vez não enviou.

Baby, I was born to break your heart Onde histórias criam vida. Descubra agora