Capítulo 4: Pontos do jogo

1.5K 79 159
                                    

Aiden

Eu caminhava pelo corredor, indiferente, vendo os olhares sobre mim. O cheiro era forte, várias drogas no ar, paredes com infiltração, teto com luzes fracas, muitas vezes algumas sequer pegavam, e as que pegavam piscavam de tempo em tempo, chiando. Vários dos caras no corredor tinham as mãos nas armas em suas cinturas, mas sequer pisquei para isso.

— Poupem o tempo de vocês. — Foi tudo o que eu falei. — Vai ser uma carnificina se vocês levantarem essas armas. — E não ia ser para o meu lado, devo dizer.

Um dos caras me encarou, irritado.

— O que foi, princesinha? Acordei a mamãe? — Era bem óbvio que não tinha sido ele quem tinha falado isso.

Antes mesmo de ele terminar de levantar a arma, ele já estava morto. Dylan abaixou sua arma, me dando uma olhada de rabo de olho.

— De nada. — Resmungou, comigo ignorando-o.

Era um daqueles locais que parece um prédio de residência de várias senhoras viúvas, quando, na realidade, era um dos típicos locais perigosos de Las Vegas, a cidade do pecado.

Tinha ótimos pecados para cometer por lá, mas dessa vez eu tinha vindo para trabalhar, infelizmente. Quem sabe eu talvez conseguisse uma noite de folga, nem que por Scarlett. Eu realmente queria estrear a hidromassagem nova do meu banheiro.

Eu precisava resolver aquilo antes, de todos os jeitos. Caminhava com um cara de cada lado meu segurando uma metralhadora já preparada, só faltando atirar. Não era eu quem perdia se levantasse a arma.

Respeito se conquista, mas se não querem garantir sua conquista, você mostra quem manda. E minha forma de mostrar quem manda era a melhor e mais útil.

Cinco horas de voo me deixavam irritado, de verdade, mas, para ficar mais irritado que isso, era só mencionar Louis Adams. O desgraçado continuava fazendo merda em Nova Iorque, sabendo que eu tinha ido para Vegas resolver o que ele mesmo tinha armado.

Ele ia se surpreender ao saber que eu não pretendia deixar barato a festinha dele em Nova Iorque.

Trev chutou a porta final no corredor com força, derrubando-a.

O cara tinha uma arma apontada para meu cara mais letal — depois de Lewis.

Sério, quem fazia essa burrice, porra? Os caras não aprendiam nada de respeito nos dias de hoje, não?

Estava na hora de ensinar.

Trev parecia pensar o mesmo que eu, já que derrubou com força a arma da mão do cara, torcendo seu pulso e então quebrando seu cotovelo, fazendo um som alto de osso se partindo. Era uma lembrança divertida de se compartilhar com quem ficasse contra mim. Era só repetir o gesto.

As paredes do local todo eram cinza com várias marcas, mas aquela sala em particular era bem cuidada e com móveis aparentemente caros. Até que não era nada mau para um traficante meia boca.

A cabeça dele foi contra a mesa também dele, partindo-a em duas.

Os móveis não eram tão bons assim, afinal. Coitado, ia ter que pedir reembolso. Não que ele fosse precisar de móveis novos no inferno, é claro.

O cara tinha uma farpa prestes a entrar em seu olho, choramingando de dor conforme Trev apertava seu corpo cada vez mais contra a mesa, a bochecha dele já sangrando.

— Porra, Breau! — O cara disse. — Precisava disso tudo?

— Você que apontou a arma pra ele — fingi me defender —, não olhe para mim.

Entre o Poder e a Máfia (Runaway Love #1) [DISPONÍVEL NA AMAZON]Onde histórias criam vida. Descubra agora