Twenty - Natural

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Pov: Day

- Calma, Dayane Lima! - Carol briga após duas horas ouvindo minhas paranóias.

- Grossa!

Ela revira os olhos antes de me puxar pra um abraço.

- Gosto assim. - Provoco recebendo um tapa no ombro - Ai! Grossa e bruta. Aff!

Carol e eu estamos bem. É como se nada tivesse acontecido. Nada aconteceu, certo?

Tiveram alguns imprevistos essa semana. Sinto que ando esquecendo algo. Não, não é a Dani. Ela é minha namorada, mesmo com o que sinto pela Carol não poderia simplesmente apagá-la da memória.

Preciso conversar com ela. A questão é: conversar o quê? O que eu iria dizer? "E , Dani. Eu tô gostando da Carol. Falow."

- Tá melhor? A gente tem que ir. - Carol insiste.

Murmuro um "ok" desanimado. Ela segura minha mão oferecendo um sorriso e me conduzindo até o carro.

Carol me trata diferente de antes. Ela é gentil, expressa claramente o que sente por mim sem ultrapassar as linhas invisíveis que nos limitam.

O que eu realmente preciso agora é uma distração pra tudo o que está acontecendo no momento, distração essa que Carol auxilia com sucesso. Carol não precisa mostrar muito de seu corpo pra ser sensual, eu diria que a aura dela é pura sensualidade.

Usando moletom e calça folgada, ela consegue ser sexy. Não sei bem se é uma vantagem em ser anão de jardim, afinal, Carol é uma baixinha com b de brava.

Quando tiro ela da minha é pra algo pior substituir. A semifinal do programa, semifinal do The Voice.

Mudei muito do começo do programa pra cá, meu público percebeu também. Embora eu esteja mais segura de mim, sinto que ter chegado até aqui não passou de sorte.

É horrível não se sentir boa o suficiente, sem talento o suficiente, chego a pensar se realmente tenho talento. Não que eu espere ganhar da Carol, ela será a vencedora. Isso não me incomoda. Não apenas pelo que sinto por ela, mas por reconhecer seu talento.

Após chegarmos no prédio da Globo e cumprimentarmos várias pessoas, nos dirigimos até nosso andar, nosso quarto. Agora temos um quarto, opa!

Embora seja muito bom dentro do aposento, com seus pufs, poltronas e Smart TV, temo que tenhamos que ensaiar.

O ensaio não é obrigatório mas é bom para aquecer a voz, não queremos ficar fanhas no meio da música. Carol não vai ensaiar, sequer precisa, acorda cantando. Ela vai usar esse tempo pra comer, não tomou café.

Meu caminho até a sala em que eu iria ensaiar seria bem simples e curto, exceto, se você encontrasse uma índia cantora no caminho.

- Tudo bem, Day? - Não posso conter uma expressão surpresa.

- Uh, sim.

- Tem certeza? Tá estranha.

Mordo o lábio em hesitação.

- É só... Nervosismo, pelo programa.

- Você vai se sair bem. Tenho certeza. - Arqueio uma sobrancelha.

Não entenda mal, não tenho nada contra Mariana. Apenas acho suspeito ela dizer algo sabendo que é uma grande mentira.

- Mariana...

Minha fala é cortada por ela que segura meus ombros com força o suficiente pra me parar. O contato visual que faz comigo é intenso mostrando toda sua sinceridade.

Her Eyes - Caray (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora