Capítulo 12: O que eu ansiava

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Cheryl p.o.v.

  Estranhei quando vi o tio Claudius entrando em uma das salas para conversar com a minha mãe, até ontem ela parecia despreza-lo. Então me esgueirei  pela parede para escutar a conversa.
  - Os Lodge, já tem muito tempo que eu sonho em me vingar deles.
  - Agora não, Claudius. - minha o cortou. - Vamos a prioridade: vovó e depois a Cheryl.
  - É claro, Penélope. - ele concordou - Nossa casa deve estar em ordem.
  Uma lágrima desceu ao escutar a conversa. Minha própria mãe tramando contra a minha vida junto com esse estanho.
  Naquela mesma noite alguém tentou invadir meu quarto, agradeci por estar acordada graças a maldita insônia e coloquei uma cadeira na porta para impedir o invasor que eu tinha certeza se tratar do tio Claudius.
  - Ah, não seja ridícula, Cheryl. - minha mãe ignorou completamente quando eu contei o que houve. - Ninguém tentou invadir seu quarto ontem a noite. Está imaginando coisas, as vezes você é pior que a Vovó Rose.
  - Eu sei muito bem o que eu escutei e vi. - rebati.
  - Claudius, agora que você está aqui, vamos falar sobre você tirar o controle da vovó nos negócios.
  - Aquela fabrica é minha. - minha avó os cortou. - Ainda não morri, abutres!
  - Ah, mamãe, por favor, fique calma, não precisa se exaltar. Beba um pouco mais do chá da Penélope, ela faz uma mistura especial.
  Vi meu tio servindo mais chá para a minha avó e desconfiei que aqueles dois queria envenena-la.

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  Aquele pensamento me assombrou durante o restante da manhã, mas mantive minha naturalidade na escola para não chamar atenção.
  Finalmente já estava na hora do treino das Vixens, eu estava ansiosa para ver o que Toni tinha preparado. Minha primeira surpresa foi ver a "adaptação" que ela fez no uniforme das vixens amarrando a blusa para deixar sua barriga perfeita a mostra e colocando uma meia calça rastão que a deixava ainda mais sexy.
  Eu balancei a cabeça em aprovação e ela sorriu para mim.
  - Gosta do que vê, Bombshell?
  - Bom, já disse que curto seu estilo despojado, vamos ver se a sua dança me agrada também.
Caminhei até o centro da quadra e me voltei para as Vixens.
  - Vixens, essa é a Toni Topaz, como não fazemos audições no meio do ano letivo ela vai treinar com a gente hoje e se conseguir acompanhar nosso ritmo vai ficar. - eu anunciei.
  Ninguém questionou e todas tomaram suas posições e demos início ao treinamento, que seguiu sem grandes novidades.
  Prestei atenção na Toni o tempo todo, ela dançava muito bem, seguia minha orientações e tinha aquele algo mais que eu sempre procurava numa garota quando ela entrava para o squad.
  Ao final resolvi testa-la um pouco mais e coloquei as vixens para assistir a presentação que eu disse para ela preparar.
  Nem tentei disfarçar o meu sorriso de satisfação, Toni era a garota que eu estava procurando e ela simplesmente dominou a dança com movimentos soltos e seguros, ganhando o aplauso de todas e também aprovação unânime.
  Eu caminhei até o centro para dar o veredicto que estava óbvio para todas.
  - Bom, eu acho que ninguém aqui consegue barrar essa, então fim de treino, Vixens. Panelina Vixens esperem, sabem quem são.
  Veronica pegou Betty pelo braço e se aproximou de mim, junto com Josie e Toni.
  - Para homenagear a entrada da Toni para o time a gente vai comemorar com uma grande festa na Thistle House. O traje é passeio completo, viram "o estranho que nós amamos", né? Jantar as oito e jogos em seguida.
  Disse calmamente e me retirei.

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  Depois de um jantar sem grandes emoções subimos para o meu quarto a fim de dar início aos jogos, tudo bem clichê como a festa de pijama da Barbie.
  Mas não era por isso que eu queria elas ali, então me levantei e elas voltaram sua atenção para mim.
  - Panelinha, prima Betty, eu não chamei vocês a Thistle House para uma festa de meninas. A verdade é que eu estou apavorada de ficar aqui sozinha. Tem um estranho nessa casa: o meu tio Claudius, ele é totalmente louco e desde que ele chegou eu tenho acho que corro o risco de morrer. - confessei.
  As três ficaram sem palavras ponderado sobre o assunto, já Toni estava claramente confusa.
  - Espera aí, eu tô confusa, isso é real ou é só um jogo?
  - É muito real, TT. Acho que estão tramando contra mim e a vovó Rose. A mamãe cultiva ervas exotéricas na estufa, raiz de tanis, trombeta... Eu tenho medo se se envenenada.
  - Cheryl, - Josie me cortou - tem certeza que não está imaginando?
  - Se estiver, Josie, então eu tambem talvez esteja. - disse Betty. - Tem um estranho na minha vida também, o Chic. Espreitando em cada canto da minha casa, ele parece....
  - Perigoso? - eu a cortei e ela assentiu. - Mortal? Eu sei muito bem.
  Ninguém mais tocou no assunto e resolvemos dormir.
  Se eu esperava um noite de sono tranquila estava muito enganada. Eu estava deitada na minha cama encarando o teto, Toni ocupava o outro lado enquanto as demais meninas estavam dormindo tranquilamente no chão.
  Como minha cama era muito espaçosa estavamos distante uma da outra e aquilo que incomodava. Eu a queria perto de mim, nos meus braços, eu precisava dela.
  Virei a cabeça para o lado e notei que ela também encarava o teto, ela virou um pouco a cabeça também e eu voltei a minha posição inicial, mas minha movimentação deve ter sido perceptível
  - Só para deixar claro... - nós duas viramos de forma que agora estávamos nos encarando. - Eu não queria convidar todas as garotas hoje à noite. Mas eu sabia que minha horrível mãe não me deixaria convidar só você. Que é... o que eu ansiava.
  Ela sorriu com a minha confissão, sou rosto estava lindo iluminado pela luz vermelha, então fechou seus olhos e começou a encurtar a distância entre nós. Eu copiei seus movimentos até escutar um barulho alto vindo do andar debaixo e me levantei abruptamente.
  Fui em direção a escada e deixei escapar um grito de horror ao ver a minha avó caída.

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Toni p.o.v.

  Eu estava preocupada com a Cheryl, ela estava realmente desesperada quando nos contou sobre seu tio, para piorar sua avó havia caído na mesma noite.
  Por sorte a ambulância que chamamos chegou depressa, os paramédicos conversavam com o senhor e a senhora Blossom enquanto colocavam a avó da Cheryl na ambulância.
  Enquanto as outras meninas estavam sentada na calçada eu estava ao lado de Cheryl, ela tinha os braços cruzados sobre o peito e a postura rígida. Ela estava irritada.
  - Cheryl, o que foi? - eu conhecia aquele olhar, não era só a queda avó que estava incomodando.
  - Ele está com o pijama do meu pai.
  - O que?
  - O meu tio. - ela respondeu e entendi o que ela quis dizer - Toni, eu tô achando que empurraram a minha avó da escada e acho que sou a próxima. - ela disse com o olhar distante.
  Eu meneei com a cabeça e segurei sua mão, finalmente fazendo ela desviar a atenção de sua mãe e tio.
  - Cheryl, me escuta, eu não vou deixar nada da mal acontecer contigo. Entendeu?
  Ela assentiu com os olhos marejados, então finalmente se rendeu ao turbilhão de emoções e se jogou nos meus braços, me abraçando forte como se eu fosse tudo que a estivesse impedindo de desmoronar naquele momento.
  Eu a abracei anda mais forte para lhe passar segurança, para ela entender que não estava mais sozinha.

Do You Feel The Same Way? - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora