Capítulo 25 - parte II

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*Renata's POV*
No dia seguinte, acordei cedo. Entrei nas redes sociais, e vi que Niall postou que teria alta.
*@NiallOfficial: finalmente terei alta, e poderei ficar com minha família. Mal vejo a hora de voltar para casa!! 😁✨*
Fiquei feliz. Meu nenê estaria em casa. Comecei a bolar umas ideias.
"Já sei!" -falei alto, e Maura acaba ouvindo, já que o quarto de Niall era em frente ao da mãe dele, e a porta de ambos estava aberta.
"Já sabe de que querida?" -ela entra, e me cumprimenta.
"Niall tem alta hoje."
"Sim. E estou louca para ele voltar." -Maura diz enquanto abre a janela do quarto.
"Eu estava pensando em.." -ela senta na minha frente
"Em?"
"Em dar uma festa. Imagina. Eu, você, Patrick (namorado dela), Bob -ela abaixa a cabeça - Maura...
"Tá tudo bem querida. Se quiser chamar ele, pode chamar." -ela sorri.
"Certeza?" -falei com uma pulga atrás da orelha.
"Sim querida. E você, vai chamar sua família?" -ela diz, e eu fico pensativa. Tenho alguns tios e primos que não me veem há algum tempo, mas..tem ele..o namorado da minha mãe. De novo, outro FlashBack maldito veio em minha mente, e eu deixei lágrimas rolarem. Maura percebeu.
"Querida..eu não quis-a cortei
"Tudo bem." -sequei o rosto, e respirei fundo. "Sim. Vou chamar minha família." Falei com toda a firmeza e certeza do mundo.
"Querida" -ela pega na minha mão "Você sabe que eu sei do que seu padrasto fez com você..e sabe que não precisa chamar ele, se não quiser."
Abaixei a cabeça, e deixei lágrimas caírem.
"Niall tem um ódio mortal por ele, e eu tenho medo dele machucar meu príncipe" -falei, e ela limpa meu rosto
"Ele não vai tocar nele. Isso eu garanto." -fiquei mais aliviada.
"Mais tarde eu ligo para minha casa, e falo com minha mãe."
E passamos a manhã toda discutindo sobre como seria a festa. Resolvemos que, enquanto preparávamos tudo, Bob iria sair com Niall.
"Ótima ideia" -Maura diz, e eu concordo. E eu não tinha ideia do que fazer, do que Niall gostava, então resolvi mandar mensagem para a Perrie, pessoa que entende de festas melhor do que qualquer outra pessoa:
*Eu: Perrie?
Perrie: bom dia querida, como vai?
Eu: vou bem..
Perrie: certeza? -diz preocupada
Eu: sim meu amor. Então, Niall vai ter alta hoje, né?
Perrie: Sim.
Eu: então..eu queria dar uma festa de boas-vindas..
Perrie: LIGOU PRA PESSOA CERTA -nós rimos -Ok, por onde vamos começar?
Eu: -risos- Então menina, eu só te liguei porque Zayn conhece Niall há mais tempo que eu, e provavelmente deve ter noção do que Niall gosta.
Perrie: Olha, o pouco que sei de Niall..sei que ele ama comida, principalmente churrasco. E gosta muito de ficar com quem ama, principalmente a família e você, claro.
Eu: Hm...já sei. Que tal fazermos umas compras no mercado, e você vai me dando dicas?
Ela concordou. Combinamos o horário com Anne, Eleanor e a Dani. 12h40min iríamos ao mercado. Resolvi ficar deitada na cama, fiquei vendo fotos minha com Niall. Beijei cada uma delas. Eu tava com saudades. Eu quero ele. Aqui. Comigo. Acabei cochilando.

*Niall's POV*
Finalmente. Vou sair daqui. Chegar em casa e abraçar David, Renata, minha mãe, Patrick...estava morrendo de saudades. Sai para ir ao banheiro, e me deparo com um casal saindo do hospital com o bebê no colo.
"Daqui a alguns anos vai ser eu e a Renata" -pensei, e sorri de lado. Minha pequena. Vou ligar para ela.
*O número discado não pode receber ligações no momento. Tente novamente mais tarde.*
Deve estar dormindo. Não a incomodei mais. Voltei para meu quarto, e comecei a fazer as malas. Estava eu guardando minha roupa, quando olhei para o chão e vi uma lâmina. Fiquei triste. Peguei a lâmina, e estava com manchas de sangue.
"O sangue dela" -deixei lágrimas caírem. Eu odeio ver ela se machucando, isso me mata aos poucos. Resolvi jogar a lâmina no fundo da mala, e vou puxar ela pra um canto, e conversar sério com ela. Se é que me entendem...rs.
Estava arrumando minhas coisas, quando recebo uma mensagem do meu pai.
*Eu: Pai?
Bob: E ae filhão, tudo bem?
Eu: Tudo...-Aquilo tava estranho. Quero dizer, desde o divórcio conturbado dele com minha mãe até hoje, eu e ele nunca mais nos falamos. Aconteceu algo? -perguntei como quem não quer nada.
Bob: Não. Eu só queria...dar uma volta com você. Já já estou indo te buscar.
Eu: Ok. Estou descendo.
Desci, resolvi a questão da papelada em relação à alta. Alguns minutos depois, meu pai chega. Fui até ele
"Querido. Senti sua falta." -ele me abraça. Sinceramente? Eu o abracei também, mas sem a mínima vontade. Quero dizer, eu sinto falta dele, é meu pai. Mas...sei lá, essa questão do divórcio é ainda confuso. Mesmo depois de 5 anos divorciados.
"Eu também senti sua falta" -ele coloca as malas no banco de trás, e fomos sair. No caminho, o silêncio foi cortado:
"E aí filhão, como anda a vida?"
"Tudo bem" -falei curto e seco
"Soube que está namorando" -o encarei por um tempo.
"Sim, estou. E ela é a minha princesa, e vou cuidar dela. Jamais a abandonarei. Jamais." -joguei uma indireta, e ele abaixou a cabeça. Parabéns Niall, tu acabou de fazer merda.
"Desculpa. Eu não quis ofender." -falei, e ele continuou de cabeça abaixada.
"Sem problemas." -ele parou em uma praça, e fomos caminhar. Ficamos em silêncio boa parte do tempo. Ele olhava para mim, e sorria. Eu sorria de volta pra não ficar chato. Sentamos em um banco que tinha ali. Mais pra frente, tinha um campo de futebol. Quando eu era pequeno, eu e Greg passávamos o dia jogando futebol com os outros moleques.
"Lembra daqui?"
"Sim. Faz tempo." -falei olhando ao redor. Muitas lembranças vieram à tona, e meu pai tinha deixado lágrimas rolarem. Olhei para ele. Fiquei pensativo. Ele ainda ama minha mãe. É nítido isso. Resolvi confortar ele. Nos abraçamos. Depois de anos, finalmente nos abraçamos.
"Eu. Te. Amo." -falei pausadamente. E ele sorri.
"Eu te amo garoto, e tenho orgulho de você." -nos abraçamos mais ainda. Nos afastamos, e fui ver o celular. Ele notou a foto da Renata como tela de bloqueio.
"Ela é linda" -ele diz, e eu ri
"Ela não se acha linda" -falei cabisbaixo enquanto guardava o aparelho no bolso.
"Niall." -o olhei "Por favor, diga a ela todos os dias o quão linda e maravilhosa ela é. Diga que é ela que você escolheu para formar uma família. Diga que é ela. Única, especial, e...eterna." O olhei, surpreso. Quero dizer, ele diz para eu fazer com a Renata o que ele não fez com minha mãe? Que?
Ficamos dando volta pela praça, e lembrando da minha infância. Lembrei de quando eu caí da árvore, e fui parar no hospital com o braço e tornozelo quebrados.
"Sabe, eu quero a Renata como mãe de meus filhos" -falei, e ele sorriu
"Vocês se amam?" -ele pergunta
"Claro. Ela é minha bebe, minha princesinha. Eu a amo mais que tudo. E ela me ama também. Uma vez, antes de começar a namorar, eu fiquei gripado. E ela fez uma sopa de legumes deliciosa, mesmo dizendo que estava ruim. Eu insisti em dizer que estava boa. Mesmo ela se odiando, se achando gorda e feia, eu estarei aqui para dizer o quão linda ela é." -ele sorri. Ficamos conversando até as 15:00.
"Vamos?" -concordei e fomos para casa. No fundo, achei tudo isso estranho. Quero dizer, ele jamais faria isso do nada.
Chegamos em casa. Entrei, e estava tudo apagado. Acendi as luzes, e escutei um "SEJA BEM VINDO NIALL" bem alto. Era uma festa de boas vindas. Meus olhos se encheram de lágrimas, e Renata veio correndo me beijar. A beijei suavemente, mas me lembrei da lâmina.
"Temos que conversar. Mas depois fazemos isso." -sussurrei em seu ouvido, e ela me olha estranho. Fui até minha mãe, e a abracei.
"Que saudade de você" -falei.
Notei que Renata tinha ido até o quarto, chorando baixo, com a cabeça baixa, e se trancou lá. Todos olharam aquela cena.
"Niall" -Harry diz preocupado
"Tudo bem. Vou lá falar com ela"
"Qualquer coisa me chama" -Anne diz, e eu assenti com a cabeça antes de subir correndo atrás dela, e bater na porta.
Ela tinha trancado a porta. Eu escutei os choros dela. Bati na porta várias vezes, e nada dela atender. Isso já estava me deixando irritado. E muito.
"Renata. Abre a porta" -falei, e nada.
"Renata" -falei batendo mais forte.
Irritado, resolvi empurrar a porta com força. Acabei machucando meu braço com isso. Ela estava abraçada ao travesseiro, chorando. Sentei na frente dela. Ela me olha
"É..a..l..l..-ela soluçava. Eu a encarei. Segurei em seus pulsos. Machucados, alguns sangravam um pouco. Respirei fundo.
"Cara..Por que ainda faz isso? Pra que? Por que? Você sabe que pode falar comigo, os meninos e as meninas, quando quiser, e nós viremos correndo. Você sabe que pode contar com a gente" -ela desaba mais ainda. A abracei, e a soltei rapidamente.
"Renata, respirei fundo-...eu achei a lâmina." -ela chorou mais ainda.
"M-me...d-d-e..." -eu a beijei. Suavemente, passei minhas mãos em suas bochechas, molhadas de lágrimas guardadas há anos.
"Nunca. Mais. Faça. Isso." -falei pausadamente, e sério. Ela assentiu. Ela limpou o rosto, e voltamos para o quintal. Eu me deparei com uma mesa grande e cheia.
Eles haviam preparado um churrasco de boas-vindas para mim.
"Quem preparou isso para mim?" -falei feliz e emocionado.
"Eu" -Renata sorri, e eu a beijo no nariz. Estavam os meninos, as meninas, meus pais, e alguns parentes da Renata. O que nós não imaginávamos é que "ele" estaria lá também...

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