Prólogo

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8 anos antes........

Depois da aula, volto caminhando para casa como fazia todos os dias. No meio do caminho passo por uma praça, vejo sentado em um banco, um homem por volta dos seus 40 a 50 anos. Sua pele queimada pelo sol, lhe deixava com uma aparência mais velha e cansada, suas roupas estavam desgastadas, como se tivessem sido batidas na máquina várias vezes. Passo em sua frente e o vejo me olhar dos pés a cabeça me causando um frio na espinha. Seu olhar de desejo e sua língua passando pelos lábios, fazia meus estômago embrulhar de puro nojo.

Começo a andar mais rápido e eu o vejo pelo canto do olho, se levantar do banco e começar a me seguir. Começo a ficar apavorada, meu coração bate tão rápido que parece que vai saltar pela boca. Rezo para que o homem não esteja me seguindo, que isso é coisa da minha cabeça paranoica, ele pode apenas ter se levantado por acaso e decidiu começar a andar e não começar a vir atrás de mim.

Continuo andando o mais rápido que eu posso, o suor frio desce pela minha testa e desejo chegar o mais rápido em minha casa. Olho para trás e ele ainda continua atrás de mim, me deixando ainda mais desesperada. Assim que viro a esquina, suspiro aliviada achando que ele não iria mais me seguir e por estar perto da minha casa, aonde iria estar segura. Mas ao virar meu rosto para trás, o vejo atrás de mim novamente. Lágrimas de medo e desespero começam a descer pelo meu rosto. Eu apenas queria chegar em minha casa.

Chego perto da minha casa e corro para ela em pânico. Abro a porta e entro a trancando rapidamente por dentro. Dou um suspiro de alívio por estar em segurança em meu lar, mais ainda continuava com medo. Começo a fechar todas as portas e janelas que vinham da rua. A maçaneta da porta da frente começa a se mexer freneticamente como se alguém tentasse abrir. Na primeira vez, achei que fosse meus pais, mas eles tinham a chave. Então quem fosse que tentasse entrar, não eram meus pais.

Corro para o meu quarto, tranco a porta, pego uma tesoura com ponta na escrivaninha e me escondo debaixo da cama. Tremo da cabeça aos pés de medo, estou apavorada. Escuto um estrondo vindo da porta da sala e me encolho mais. Os passos subindo lentamente as escadas fazendo a madeira ranger a cada degrau que ele subia.

___ Onde você está gatinha? - O som da sua voz parecia que estava cada vez mais perto.

Queria chorar, mas não podia fazer nenhum ruído. Meu corpo inteiro treme de medo. A maçaneta começa a se mexer rapidamente, me fazendo ficar com mais medo.

___Olha só! trancou a porta, que danadinha, mas essa merda não irá me impedir de ter você hoje - Ele começou a chutar a porta até ela bater com força na parede.

Vejo suas botas por baixo da cama, aperto a tesoura em com uma das minhas mãos e com a outra tampo minha boca para não fazer nenhum som. O homem caminha pelo quarto.

___Onde está escondida em gatinha? Não precisa se esconder, se você sair de onde está, irei ser bonzinho com você - Vejo suas botas parando enfrente ao guarda roupa.

A porta do guarda roupa é aberta e depois fechada com força. Ele parecia estar furioso e então começa a abrir outra porta, agora do armário.

___Ou você sai do seu esconderijo por bem ou será por mal garotinha. - Do nada tudo ficou em silêncio, eu não via suas botas e elas não se moviam.

Tentei suspirar aliviada achando que ele havia ido embora. Pensei em sair de baixo da cama, mas um puxão em meu pé que me arrastou para fora da cama, me fez gritar.

___Te achei gatinha, ficou todo esse tempo aí de baixo, que espertinha - Me debato tentando me soltar do seu aperto, mas ele nem se mexia.

O homem foi para cima de mim, tentando me beijar e eu lutava para me desvencilhar do seu aperto.

___Você é tão gostozinha, fiquei louco para te comer assim que te vi sozinha voltando da escola. - Suas mãos vagavam pelo meu corpo, beijando meu pescoço.

Comecei a chorar compulsivamente enquanto me debatia cada vez mais em seus braços.

___Não chora lindinha, eu sei que você irá gostar do que eu irei fazer com você. - Ele começou a chupar meu pescoço, me deixando enjoada e com ânsia.

Consigo chutar suas bolas, o fazendo sair de cima de mim. Tento me rastejar pelo chão até alcançar a tesoura que saiu da minha mão quando ele me puxou de baixo da cama. Sinto ele me puxar pelo pé novamente e eu enfio o objeto pontiagudo de metal nele, assim que seu corpo foi para cima do meu. Me levanto rapidamente e saio correndo assustada e chorando.

___Volte aqui vadiazinha, eu ainda vou te achar e você ainda será minha. - Escuto ele gritando do meu quarto.

Saio correndo o mais rápido que eu posso de casa e vou para a casa de uma vizinha que chamou a polícia. Mas quando eles chegaram apenas encontraram um rastro de sangue no meu quarto, além das portas arrombadas. Os policiais ficaram comigo até meus pais chegarem.

____O que aconteceu aqui senhorita?Não deixarei que nada te aconteça novamente, pode me dizer tudo desde o começo. - O policiou fez um gesto para que eu me sentasse no sofá.

____Eu estava vindo da escola, como eu faço todos os dias, então eu passei por uma brava e vi aquele homem sentado em um banco, mas continuei o meu caminho, então olhei para trás e o vi me seguindo e comecei a andar mais rápido e depois a correr e ele continuou atrás de mim e me seguiu até a minha casa, eu achei que lá dentro, eu estaria segura, mas ele arrombou a porta, eu corri para o meu quarto e me escondi debaixo da cama, mas ele me achou e me puxou pelo pé, consegui achar uma tesoura e o acertei, então corri para a vizinha. - Abaixei a cabeça chorosa.

___Tomarei todas as providências para prender esse homem senhorita. - O policial apertou a minha mão.

Meus pais chegaram desesperados, os dois vieram em minha direção, me abracando e me apertando em seus braços. Minha mãe chorava, me colocando em seu colo, como se eu fosse um bebê querendo me proteger.

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Estou tentando algo novo e espero que gostem.

A Escrava Anne (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora