CAP 14 Justiça acima de todas as coisas

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Los Angeles
TRIBUNAL SUPERIOR DE LOS ANGELES
06 de Fevereiro 02:58pm

Se alguns anos atrás me dissessem que um momento como aqueles estaria acontecendo, eu jamais acreditaria. Eu, um garoto de família, com sonhos a serem batalhados e uma determinação gigantesca, não deveria estar sentado em uma cadeira como aquela.
Sendo acusado de um crime que jamais poderia cometer.

Harris estava tão determinada a me condenar, que por um momento cheguei a cogitar a ideia de que eu tivesse mesmo feito aquilo, e que estivesse apenas tendo alucinações com Jess, em uma forma de aliviar a minha consciência doentia e desequilibrada. Mas a verdade é que eu sabia que la estava errada.
Sabia porque quando fechei os olhos, antes que o meu testemunho começasse, lembrei do sabor do ultimo beijo que Jess tinha me dado.

E aquilo não poderia ser fruto da minha cabeça.

Toda aquela historia, por mais maluca que pudesse ser, era real. Eu não estava mentindo, muito menos havia cometido um crime. Meu amor por aquela garota jamais me permitira fazer aquilo.

Respirei fundo, pensando sobre o que eu ia dizer. Estava na hora de contar a verdade, de parar de fugir de uma coisa que não tinha nada a ver comigo, porque por mais que eu quisesse encontra-la, ela não queria a minha ajuda. E tinha deixado aquilo bem claro.

Ela estava fugindo, se escondendo, e condenando todos ao seu redor somente para manter seu segredo intacto. E quanto mais o tempo passava, mais eu queria saber o que tinha acontecido para que alguém mudasse tanto assim.
Só que eu não podia mais protegê-la sem prejudicar a mim e todos os envolvidos.

-Podemos começar Meritíssimo?- perguntou Rupper.

O Juiz anotou algo no papel a sua frente, depois balançou a cabeça concordando, enquanto o silencio que se instalou no lugar me permitia ouvir o som da escrivã digitando em seu teclado.

-Sr. Jung Hoseok, jura dizer a verdade, e somente a verdade, em nome da lei?- perguntou meu advogado.

-Sim senhor.- respondi de maneira educada.

Rupper largou os papeis que segurava nas mãos em cima da mesa que antes ocupávamos. Depois retornou ao centro do salão para que pudesse conversar com o júri que nos encarava.
Ele parecia decido a não seguir um roteiro. Criando seus argumentos de maneira natural.

-Caro júri, hoje ouvimos diversos relatos sobre o desaparecimento de uma garota cujo o paradeiro não foi identificado. Não podemos afirmar que Jessica Turner foi morta, ou sequestrada. Tudo que sabemos é que ela desapareceu sem deixar rastros.

-Objeção Meritíssimo!- interrompeu Harris, fazendo com que o juiz revirasse os olhos impacientes.- Acredito que a bolsa encontrada no apartamento do Sr. Jung seja rastros suficientes para todos nós.

-Objeção aceita.- disse o Juiz.

Rupper levantou as mãos como se estivesse se rendendo, depois entrelaçou os dedos após flexionar os braços para trás. Ele caminhou lentamente, enquanto olhava para o chão, pensando no que diria a seguir, enquanto eu o observava, assim como Harris que parecia satisfeita.

-Concordo com você Srta. Harris, mas antes de prosseguir com o meu discurso para o júri gostaria de ver os resultados que atestam que o sangue no lenço era mesmo da Srta. Turner.

Prontamente Harris procurou em meio aos seus papeis, realizada por poder provar o que estava dizendo. Antes de entregar o papel ao homem, ela olhou para mim, como se quisesse enfatizar que daquela vez eu não escaparia.

-Muito obrigada.- disse Rupper.

Meu advogado analisou os papeis, fazendo com que o folhear daqueles documentos fosse o único som naquele salão. Depois ele entregou o papel para o juiz, que fez o mesmo que o advogado tinha feito antes.

3 - Lado AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora