cap4

301 51 5
                                    

— pra onde você quer ir?

yukhei me pergunta quando o semáforo fecha.

— qualquer lugar

já faz um tempo que deixamos a casa do johnny. yukhei sabia que eu não queria conversar, por isso ficou rodando o bairro só para que eu esfriasse a cabeça, e eu o agradeço mentalmente por isso.

vejo que estávamos deixando a cidade pra trás e os prédios enormes passaram a ser substituídos por fazendas, altas montanhas e árvores por todo o lado.

— ei, aonde estamos indo? - murmuro perto do ouvido de yukhei

ele nada fala e apenas continua pilotando a moto em um velocidade ideal para que eu pudesse ter o prazer de admirar tudo a nossa volta.

~

estávamos sentados no chão, num lugar coberto de árvores e escondido de todos, o caminho até aqui nem foi tão difícil, só tivemos que subir um pequeno morro depois de pularmos o quintal de um senhor que, segundo yukhei, era parente dele e que não se incomodava pois passava o dia trabalhando. se não é nenhum incômodo por que pulamos então? yukhei disse que o senhor era muito intrometido e iria querer conversar conosco, apenas concordei.

— eu sempre venho aqui quando me sinto mal

olho pra yukhei por um momento, então quer dizer que ele me trouxe aqui pra que eu me sentisse bem? sorrio de lado.

— obrigada por isso - respondo sincero - então, amigo de copo, me fala sobre você

— sobre mim? - ele me encara - o que quer saber sobre mim?

— tudo que quiser me contar

— aquela loja é minha, ganhei dos meus pais - sorri fraco

— eles moram em outro país?

— eles morreram

me condeno mentalmente por ter feito essa pergunta, fui muito indelicado, não tinha esse direito. droga.

— desculpa ter perguntado - toco no seu ombro

— tá tudo bem, jungwoo - permaneço calado - você mora sozinho?

— sim, faz um bom tempo

— legal, eu moro com um amigo, ele iria adorar te conhecer

— espero ter a oportunidade - sorrio

passo a tarde inteira jogando conversa fora com yukhei, depois voltamos pra cidade e comemos algo já que esquecemos de almoçar mais cedo.

entrego o capacete pro garoto e arrumo meus cabelos.

— eu nem sei como te agradecer por hoje, você me ajudou muito

— me passa seu número e ficamos quites - ele sorri

— pra quê você quer meu número?

— vou colocar num chat de site pornô

— idiota

dou um tapa no ombro de yukhei e pego o celular da mão dele, digito meu número e salvo.

— bom, vou entrar

— ta bom, tenha uma boa noite

— você também, e se cuide

entro rapidamente no prédio e só paro pra acenar para yukhei que ainda estava encostado na moto me esperando entrar.

fate - luwoo Onde histórias criam vida. Descubra agora