Hoje está sendo um dia beeeeem difícil. Desde a hora que eu levantei todo o universo tem conspirado contra mim. Como todo dia acordei, porém 30 minutos atrasada, me arrumei e sai, o ônibus demorou cerca de 30 minutos para chegar. Cheguei no trabalho brava o suficiente. Meu chefe, querido Rodrigo me chamou em sua sala. O ar da sala era frio, o que combinava com ele, as palavras que ele falava eram duras, eu sabia que ele não iria perdoar meu atraso de quase 1h, então eu já estava esperando um "você está demitida", mas na verdade ele até que foi gentil, falou que eu não me encaixava mais no perfil da empresa e que iria me desligar. Para um cara como ele, essas palavras foram tão leves feito uma pluma. Quando ele falou aquela frase eu simplesmente levantei da cadeira. É difícil pra mim conseguir lidar com situações assim. Principalmente depois que meu pai foi embora de casa.
A relação dos meus pais nunca foi das melhores. Minha mãe trabalha a noite e meu pai trabalhava de dia, eles nunca se viam. União não era a palavra que definia nossa família, na verdade as únicas pessoas próximas era eu e meu irmãozinho Lucas.
Quando eu sai da sala do Rodrigo, fui direto para minha mesa recolher meus pertences. O olhar de todos para mim era de tristeza, mas apenas uma pessoa veio falar comigo, Isabella. Ela era minha unica amiga ali. Ela estava quase chorando com minha saída da empresa. Eu queria estar triste também, mas no fundo eu sabia que ficar sentada o dia inteiro na frente de um computador não era para mim. Foi um mix de sensação, felicidade, culpa, tristeza. Sair pela porta da empresa com minhas coisas em uma caixa foi quase desesperador. Eu tinha caído na real, eu estava desempregada e sem nenhum dinheiro para ajudar em casa.
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Chegando em casa eu só queria deitar e pensar sobre a vida, mas antes que eu pudesse fazer isso, Marcos entra na frente da porta e resolve falar comigo.
- Oiiii Mila, tudo bem? Chegando cedo né? - Ele falou com a maior empolgação do mundo.
Eu quase empurrei ele para deixar aquele papo chato para outra hora, mas dessa vez escolhi ser gentil.
- Oi, pois é né. - Esse foi o meu máximo de gentileza.
- Eae, quando vamos sair? - Ele falou com um sorriso malicioso.
- Não vamos, estou bastante ocupada sabe?
-Poxa, talvez a gente possa repetir o nosso beijo.
Ele falou sobre o beijo e eu quase vomitei. Não conseguia nem lembrar direito sobre esse beijo que aconteceu na festa de Monique. Eu estava bêbada demais para raciocinar. E o pior e tudo é que eu preciso lembrar disso sempre, afinal ele mora ao lado do meu apartamento.
- É, talvez não, eu estava bêbada. - Logo em seguida empurrei ele e entrei em casa quase que correndo.
Estar em casa é tão bom, poder brincar com meu irmão, me divertir um pouco. Contei para ele sobre o trabalho e pedi segredo, minha mãe não poderia saber que isso estava acontecendo.
- Fica tranquila mana, mamãe não vai saber, eu guardo seu segredo!
- Obrigada Lu, eu te amo muito!
No meio de nossa conversa minha mãe, Marta, acordou. Ela dormia durante o dia para trabalhar a noite. Ela mal disse oi e já fez a pergunta que ela mais faz na vida.
- Camila, como vão os estudos para o vestibular?
Eu não queria faculdade, não queria mesmo. Mas eu tinha que fingir que queria. Afinal, para minha mãe só tem futuro quem tem um diploma. Fiz a cara mais feliz que eu conseguia e respondi ela.
-Bem mamãe, bem.
Ao responder isso já sai direto para meu quarto, estava difícil manter a o rosto feliz enquanto tudo estava desmoronando.
Eu precisa arranjar dinheiro, e só veio uma unica ideia em minha cabeça. A corrida de São Louis.
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Alta Velocidade
Teen FictionCamila e Eduardo. Um casal complicado. Ela complexa e determinada. Ele simples e rápido. Um casal apaixonado por velocidade, ambos pilotos, porém de maneiras diferentes. Cada vitória era uma conquista, cada corrida um perigo diferente. O amor entre...