Alta Velocidade

Capítulo 3

O dia da corrida do sorteio chegou. Eu estava muito ansiosa, não via a hora de ir. Era muito importante para mim estar ali.

Saí cedo de casa, um carro me buscou e fomos direto para a cidade vizinha onde ficava o autódromo. Até parecia que eu que ia correr só pela minha euforia. Fiz algumas fotos para a publicação da pagina, para mostrar que o ganhador realmente foi. O autodromo era grande demais, as arquibancadas estavam cheias, dava para sentir no ar a animação do publico.

Fui direto para o box da empresa patrocinante. Vi alguns carros e fiquei maravilhada com os equipamento. Era quase impossivel não querer um carro daqueles para mim. Fui de box em box, mas acabei surpreendida quando quase fui atropelada.

-EI, OLHA PRIMEIRO ANTES DE ENTRAR COM ESSE SEU CARRINHO! - Falei furiosa.

- Foi mal, mas quem deveria olhar era você. -O piloto falou com a calma.

- Eu? Você entra feito louco e a culpada sou eu?

- Sim, isso mesmo. - Ele continuou com um tom calmo falando de dentro do carro sem tirar o capacete.

- Babaca. - Ao dizer isso passei pisando firma em frente ao carro com toda minha raiva.

Fora esse acontecimento, todo o resto foi legal. Durante a corrida descobri que o piloto do carro que quase me atropelou era do Eduardo, o piloto que tinha se machucado. Como ele podia ser tão babaca? Essa pergunta ecoou na minha cabeça todo o tempo. Ele havia trocado de patrocinador e agora era um dos mais rápidos da corrida. Não é atoa que ele ficou em 2º lugar.

Depois da corrida acabar os patrocinadores que haviam me levado falaram que haveria uma "after party" da corrida. Eu nunca gostei muito de festa, mas essa eu precisava ir.

O local da festa era bem chique, uma casa noturna bem sofisticada. Eu cheguei e fui logo para o bar, se eu fosse continuar ali eu precisava beber. Pedi uma caipirinha para começar, mas eu sabia que ia precisar de algo mais forte depois. 

Senti alguém me cutucando pelas costas, me virei e encontrei Rodrigo, e eu o conseguia pensar "que caralhos ele está fazendo aqui?".

- Oiii Camila, tudo bom? Você por aqui?

Quase virei pra frente e ignorei ele, mas ser simpática era melhor.

- Oi Rodrigo, tudo sim, vim ver a corrida que aconteceu hoje, e você?

- Serio? - Ele fez cara de assustado. - Você gosta desse tipo de coisa? 

- Gosto sim, na verdade eu ate tenho uma tatuagem do meu mustang. - Eu tinha mutas tatuagens, mas eu sempre as escondia no trabalho.

- Nossa, sabia que você tinha algumas tatuagens mas não sobre carros. Isso é bom, eu tambem gosto de carros. - Ele falou se aproximando. - Agora que descbri que temos os mesmos gosto e que você não é mais minha funcionaria, até que podia rolar alguma coisa não é? - O sorisso malicioso dele me dava nojo.

- É, então, hoje não. - Falei me afastando um pouco.

- Ah, qual é? Só uma noite. - Ele se aproximava mais.

- Cara, já disse que não.

- Vem cá. - Ele disse puxando meu braço. 

- Mano, você não ouviu o que ela disse? Não é não. - Um cara alto apareceu entro nós, livrando meu braço da mão do Rodrigo.

- Eu to bem, ele já entendeu que eu não quero. - Disse cutucando o moço alto.

- Ela só ta de drama, essa menina é mais fácil que qualquer uma dessa balada. - Rodrigo disse e eu não me contive, dei um belo tapa na cara dele. Eu nunca fui uma garotinha indefesa, me defender era fácil, ele deve ter achado que eu ia ficar chorando em vez de bater nele.

Uma rodinha se formou em volta da gente, e um "ohhh" soou alto quando eu dei o tapa nele. E por incrível que pareça ele levantou a mão para devolver o tapa. Mas o moço alto não permitiu e antes que o Rodrigo fizesse alguma coisa ele deu um soco bem dado na cara dele.