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Estava sendo um dia exaustivo para Jeon. Estava cansado, estava estressado, e o principal, estava preocupado. ligou diversas vezes para Taehyung, mensagens de voz e de texto, nada, sem visualização, sem retorno, sem resposta.

Estava preocupado, mas não queria pensar em nada de medonho. A mais suave das hipóteses já o preocupava.

Tinha que confiar.

Era preciso, seu trabalho já estava muito complicado.

Saiu do seu transe, quando seu chefe o chamou.

-Jeon Jungkook, preciso de você nesse trabalho.

- Sim chefe!

***********

Embalado pelas ondas do oceano,  sonhei que nadava com um imenso dragão que piscou pra mim. Enquanto ele deslizava ao meu lado impulsionado pela cauda, senti meu corpo ser empurrado. Gemi e lutei quando mãos ásperas prenderam com força meus braços e pernas, o ronco de um motor tomou o lugar do barulho das ondas, e meu sonho se modificou. De repente, eu me encontrava em uma floresta e podia ouvir claramente o ruído constante de patas lupinas sobre as folhas do solo correndo na minha direção.

Depois, vieram os pesadelos. Sangue, tortura, o rosto do meu pai pedindo silêncio, e a volta pra cabana dele, no meio da floresta.
Uma voz à distância sussurrou com urgência: Acorde, Taehyung! Acorde.
Aturdido, abri os olhos . Eu estava deitado na minha antiga cama de madeira. Um sonho! Suspirei aliviado.
O sol poente lançava sua luz fraca pela janela do outro lado do cômodo pequeno, a janela tinha vidros grossos e grandes, impedindo que qualquer pessoa entrasse... ou saísse.

- Não!- gritei para o quarto vazio.

Não era um sonho coisa nenhuma, tentei me lembrar de tudo. Eu estava em casa, Jungkookie tinha saído, a casa estava silenciosa, era apenas o barulho da TV misturado com o da minha respiração, derrepente a porta foi aberta bruscamente. Meu pai. Meu pai estava ali, ele me puxou, me bateu, me apagou.

Ele.
Estava.
De.
Volta.

Eu estava trancado no meu quarto na cabana velha do meu pai, um prisioneiro em uma jaula. Corri para a porta e girei inutilmente a maçaneta, concentrando minha energia, ao menos a que restava, fiz força, mas eu já  não tinha forças.

Desisti. Era uma batalha inútil, da qual eu obviamente perderia. Me restava esperar, certamente meu pai preparou um castigo pra mim.

Só espero que Jungkookie me ache, e que não seja tarde.

Estou com medo. Ele está de volta, e  eu estou com ele.

*********


Já era quase 18:00PM, e eu não via  hora de chegar em casa, tomar um bom banho e ficar com o meu pequeno, estava com saudades, e estava com um sentimento estranho.

Ansiedade.

Era exatamente disso que eu estava sofrendo, podemos dizer assim. Ele estava tão tristonho hoje, depois do pesadelo dessa noite, queria ter ficado com ele, mas nem sempre querer é poder.

Durante o trajeto para casa, esse sentimento ruim não havia sumido, pelo contrário, havia se intensificado. Agonizante.

Percebi as luzes da casa acesas. Estranho. Tranquei o carro, peguei minhas coisas, agrochemicals a gravata e caminhei, sem pressa, pra perto da porta principal.

Tremi.

Estava paralisado.

A porta estava aberta, tinha sangue pelo chão, o sofá estava revirado, entrei em pânico,olhei ao redor,as coisas de valor ainda estavam lá. Quartos. Cozinha. Banheiros. Quintal. Eu olhei em todos os lugares que Taehyung poderia estar, mas não tinha nada. Taehyung não estava em lugar algum.

Desesperado.

Levaram Taehyung.

Levaram ele.

Tiraram ele de mim.

Levaram o Taehyung.

Levaram o meu pequeno.

Estava atônito,de sentei no sofá e não conseguia pensar com clareza, o choro incessante já atrapalhava a respiração.

Liguei pro Namjoon.

Precisava de ajuda, e ele foi o primeiro que me veio em mente, "Se acalma, ao menos tenta, toma uma água, respira, se levaram alguma coisa eu estou a caminho, Jungkook, nós vamos achar ele, nós vamos".

Eu parei, respirei fundo, comecei a pensar. Quem levaria ele?

Foi nesse momento que eu lembrei dele, o desgraçado do pai dele, lembrei do sonho de Taehyung, deveria ter ficado com ele, deveria, mas não fiquei.

Em poucos minutos Namjoon havia chegado, ofegante ele disse.

- Alguma coisa? Você está bem?-

- Namjoon não tocaram em nada, só nele, só levaram ele. - disse choroso.

- OK. ... Vamos perguntar os vizinhos, ver as câmeras, vamos achar quem levou ele.- tentou me confortar.

- Eu sei quem levou ele- respondi sério,  não tinha dúvidas, era fato.

- Você sabe? Quem? Quem levou ele?-

- O miserável do pai dele, a única pessoa que tem uma obsessão louca por Taehyung, aponto de fazer isso- apontei em volta- seria o pai dele.

- Vamos na casa dele então, provavelmente não estarão lá, mas vamos procurar quem sabe não encontramos alguma coisa que nos ajude.

Então nós fomos, fomos pra casa do pai de Taehyung, e como o esperado, ninguém estava lá, cercados nossa busca então.

Vamos de achar Taehyung!

********

- Acho que a princesa acordou do soninho dela-

Meu pai. Era meu pai abrindo aquela porta, e entrando no cômodo pequeno com seu sorriso sádico nos lábios.

Tabaco e álcool.

Foi esse o odor que eu senti antes do gosto metálico do sangue invadir minha boca, antes do odor forte do meu sangue apagar o cheiro horrível de tabaco tabaco e álcool.

Acho que prefiro o cheiro de tabaco e álcool, ao cheiro que o sangue tem.



Meu inocente híbrido  [vkook]Onde histórias criam vida. Descubra agora