02

7.3K 627 195
                                    

   Chegando em casa, coloco o pequeno em meu sofá, começando então a limpar os inúmeros ferimentos que o mesmo tinha em seu corpo, pensando, em como alguém teria coragem de fazer algo assim.

   E novamente meus devaneios são interrompidos, por um som que identifiquei como um gemido, e mais uma vez me surpreendo com o jovem à minha frente, o mesmo soltava baixos gemidos de dor, ao mesmo tempo que abria lentamente os olhos, e os direcionava a mim, congelando ao mesmo tempo.

 - Olá... - digo recebendo um grande nada como resposta - Qual seu nome pequeno? - digo num tom sereno para não o assustar mais, do que já estava assustado.

- N-Não te interessa. - o menino diz gaguejando, e tentando se levantar, mas em vão, pois a dor de seus ferimentos se fez presente.

- Ei, calma, okay? - digo paciente, observando a feição de medo no mesmo - Não vou te machucar. - digo me aproximando, mas parando, quando vejo o menino se encolhendo por medo - Eu só quero te ajudar... - digo baixinho para o mesmo.

- T-Todos dizem isso para o T-Tae, e nunca cumprem. - ele diz ainda gaguejando, dando uma leve impressão de que iria chorar - Onde estou? Quem é você? - ele pergunta já soltando algumas lágrimas.

- Quem é Tae? - pergunto confuso pelo jovem ter mencionado esse nome várias vezes,recebendo como resposta um apontar pra si mesmo - Okay Tae, eu estava andando na rua, quando você apareceu e acabou desmaiando, e depois de muito refletir resolvi te trazer pra minha casa e cuidar de seus ferimentos. - digo paciente, para que o mesmo entenda - Agora me diga uma coisa... - ele acena, positivamente com a cabeça - Quem fez isso com você? - pergunto recebendo um olhar negativo.

- Ele pode bater no Tae, se o Tae contar pra você... - ele diz baixinho, como se tentasse manter segredo - e o Tae, tem medo dele. - ele finaliza abaixando a cabeça.

- Pequeno, não fique assim... - digo e o mesmo assente - ele não vai te encontrar, eu prometo, aqui é um lugar que ele não conhece - afirmo tentando mostrar segurança em minhas palavras.

- Como você pode ter certeza disso? - pergunta baixo olhando em minha direção - Da última vez ele me encontrou foi muito ruim pro Tae. - ele afirma, e se encolhe ainda mais.

- Pequeno, calma, não irei deixar que nada aconteca com você, eu prometo. - digo e o vejo afirmando com a cabeça,ainda com medo- Agora me diga seu nome, sim? -pergunto me aproximando lentamente.

- O nome do Tae, é Kim Taehyung - ele diz tímido - E qual o seu nome? - o mesmo pergunta olhando em meus olhos.

- Me chamo Jeon Jungkook...- digo dando um doce sorriso- E quantos anos você tem? - pergunto imaginando uma idade bem pequena, pois o mesmo possuia um rosto angelical, além de ser pequeno.

- O Tae tem 17 anos... - ele afirma, me deixando um pouco chocado, pois o mesmo não aparentava possuir essa idade, e sim bem menos - E você Jungkookie? - Taehyung diz interessado, e ao meu ver foi incrivelmente fofo.

- Bom... tenho 19 anos. Tae posso te perguntar algo? - digo e o mais novo concorda - Você pode me dizer agora, quem fez isso? - peço calmamente.

- Foi... - ele para, me olhando, e eu insisto que continue - foi o pai do Tae. - fala triste.

- Por que ele fez isso? - admito, isso me deixou com vontade de socar o cara - Me diga Tae, por que ele fez isso com você? -insisto.

- Por que o Tae, não quis fazer coisas de adulto com ele, aí ele me machucou e disse que quando meu dia chegar, não escaparei dele e então antes dele me trancar no quarto de novo, eu fugi. - disse triste, ouvir aquilo partiu meu coração. Como alguém teve coragem de o ferir? Pensei indignado.

- Tae, vamos esquecer esse assunto por hoje, okay? - digo e o mesmo assenti -Ótimo, vou te dar um banho, preparar algo para comermos e colocar alguns curativos em você, tudo bem? - digo e o mesmo concorda novamente - Vamos então, está tarde e temos que dormir para resolver sua situação amanhã. - digo meigo indo em sua direção, vendo o outro arregalar os olhos surpreso.

- O Tae vai dormir aqui? - ele pergunta claramente confuso, e quando afirmo ele solta um sorriso, que ao meu ver foi extremamente fofo - Obrigado Kookie. - ele diz baixinho, fazendo com que um sorriso maroto aparecesse em meus lábios pelo apelido.

   O pego em meu colo e sigo rumo para o segundo andar.

Meu inocente híbrido  [vkook]Onde histórias criam vida. Descubra agora